[ANSOL-geral] Re: [Ansol-socios] O "puto" do Linux

Manuel Silva msilva portolinux.net
Terça-Feira, 12 de Março de 2013 - 21:13:39 WET


Olá Nuno!

Às duas por três vou falar a escolas (tipicamente secundárias) acerca de
software livre, Linux e comunidades. Não entro em detalhes filosóficos,
falo no sentido prático da coisa: do poderem instalar em vários
computadores, do poderem copiar para amigos e familiares e, claro, das
comunidades em torno do software livre (por razões óbvias, há uma maior
predominância em torno do Porto Linux, já faço parte da sua fundação).
Curiosamente a última vez que o fiz foi precisamente em Guimarães, há cerca
de um ano, na Escola Francisco de Hollanda. Foi muito bom e tive pena ter
sido tão pouco tempo porque a malta demonstrou interesse.

O principal inconveniente deste tipo de eventos é que obriga as pessoas a
usar dias de férias para conseguir ir a uma escola no horário de
funcionamento da mesma porque coisas ao fim-de-semana e opcionais tendem a
não ter grande adesão junto desse público.

Abraços,

Manuel
No dia 12 de Mar de 2013 20:36, "Nuno Castro" <nuno.al.castro  gmail.com>
escreveu:

> Pessoal,
>
> Já venho a pensar nisto desde há algum tempo. A minha mãe é professora no
> ensino primário e tem um aluno que utiliza o Caixa Mágica. O miúdo adora
> aquilo e está sempre a fazer perguntas sobre o software. Vejo como um raio
> de luz. Eu nunca falei com ele pessoalmente, no entanto. Mas isso
> desperta-me uma ideia. Não creio que seja o único a pensar nisso.
>
> Tendo em conta as "particularidades" proprietárias do projecto Magalhães
> (contratos com a Microsoft), gosto de pensar que um exemplo como este seria
> um bom ponto de partida para recuperar (ou iniciar) o impulso do software
> livre e da literacia tecnológica entre as gerações mais jovens. É verdade
> que os equipamentos disponibilizados aos alunos do ensino primário tiveram
> o CM pré-instalado, mas isso passou ao lado deles e dos próprios
> professores. Vamos ver o panorama geral: a verdade é que a (larga) maioria
> dos professores do ensino primário (quem for de zonas menos "urbanizadas"
> do país sabe do que eu estou a falar) não são pessoas que tenham facilidade
> em lidar com as tecnologias da informação. E se há uma grande monopolização
> de ferramentas proprietárias, estes são os alvos mais vulneráveis ao
> mercantilismo tencológico, principalmente porque olham com muita
> insegurança para o computador, que infelizmente continua a ser um elemento
> completamente estranho na vida de imensa gente. E se o computador é
> estranho, quanto mais os movimentos das liberdades digitais e tecnológicas.
>
> A própria estrutura administrativa do ensino não utiliza software livre. O
> pequenos cosmos da escola da minha mãe (e lamento acrescentar que é
> provavelmente a única escola pública no concelho de Guimarães que não tem
> acesso ao saneamento público - é a este nível que o país real está) é uma
> prova disso. Ainda hoje estive a ajudar os professores desse
> estabelecimento a ligarem-se remotamente ao servidor central
> administrativo, tarefa que só podem desempenhar com a "internet azul" (vide
> Internet Explorer). O servidor corre uma versão do Windows Server 2008, que
> entra em conflito com o controlo ActiveX disponível no IE8, o único que que
> pode ser instalado no WinXP. Sem querer entrar em mais pormenores, fica
> mais do que evidente que esta comunidade escolar é vítima das políticas
> mercantilistas da MS, fica presa ao serviço de uma empresa local (
> nunda.net) das que são da pior espécie (aquelas que não investigam, não
> inovam e só pensam no lucro rápido - infelizmente o caso comum para uma
> empresa local), refém da falta de informação concreta sobre as alternativas
> exigentes.
>
> Para além da necessidade imperativa, emergente de alargarmos a nossa acção
> aos meios locais concretos, que fica patente neste pequeno caso que
> descrevo, a figura do miúdo que usa o CM surge como a solução possível.
> Quantos miúdos assim há no país? Será que não terão, nas vossas famílias,
> casos semelhantes ao meu? O nosso activismo tem de passar pela educação dos
> mais novos e pela captação destes pequenos entusiastas.
>
> Imaginem a força que representa, para alguém que não conhece ou não está
> ambientado com as tecnologias da informação, ver ou ter uma criança a poder
> mostrar-lhes como utilizar!
>
> Pessoalmente, vou organizar uma iniciativa local em que pretendo dar aos
> miúdos o papel de professores, para lhes ensinarem a "brincar" com o Linux.
> Fica aqui a promessa desse evento. Gostava de trazer este tema do
> envolvimento infantil no software livre à discussão no nosso meio. Por isso
> descrevi este cenário.
>
> Espero ter-vos inspirado para acções semelhantes!
>
> Um abraço a todos os entusiastas da Liberdade, miúdos e graúdos! Desculpem
> não ter empregue o termo GNU\Linux. Foi apenas por parcimónia.
>
>
> _______________________________________________
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>
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