<p>Olá Nuno!</p>
<p>Às duas por três vou falar a escolas (tipicamente secundárias) acerca de software livre, Linux e comunidades. Não entro em detalhes filosóficos, falo no sentido prático da coisa: do poderem instalar em vários computadores, do poderem copiar para amigos e familiares e, claro, das comunidades em torno do software livre (por razões óbvias, há uma maior predominância em torno do Porto Linux, já faço parte da sua fundação).<br>

Curiosamente a última vez que o fiz foi precisamente em Guimarães, há cerca de um ano, na Escola Francisco de Hollanda. Foi muito bom e tive pena ter sido tão pouco tempo porque a malta demonstrou interesse.</p>
<p>O principal inconveniente deste tipo de eventos é que obriga as pessoas a usar dias de férias para conseguir ir a uma escola no horário de funcionamento da mesma porque coisas ao fim-de-semana e opcionais tendem a não ter grande adesão junto desse público.</p>

<p>Abraços,</p>
<p>Manuel</p>
<div class="gmail_quote">No dia 12 de Mar de 2013 20:36, &quot;Nuno Castro&quot; &lt;<a href="mailto:nuno.al.castro@gmail.com">nuno.al.castro@gmail.com</a>&gt; escreveu:<br type="attribution"><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">
Pessoal,<br><br>Já venho a pensar nisto desde há algum tempo. A minha mãe é professora no ensino primário e tem um aluno que utiliza o Caixa Mágica. O miúdo adora aquilo e está sempre a fazer perguntas sobre o software. Vejo como um raio de luz. Eu nunca falei com ele pessoalmente, no entanto. Mas isso desperta-me uma ideia. Não creio que seja o único a pensar nisso.<br>

<br>Tendo em conta as &quot;particularidades&quot; proprietárias do projecto Magalhães (contratos com a Microsoft), gosto de pensar que um exemplo como este seria um bom ponto de partida para recuperar (ou iniciar) o impulso do software livre e da literacia tecnológica entre as gerações mais jovens. É verdade que os equipamentos disponibilizados aos alunos do ensino primário tiveram o CM pré-instalado, mas isso passou ao lado deles e dos próprios professores. Vamos ver o panorama geral: a verdade é que a (larga) maioria dos professores do ensino primário (quem for de zonas menos &quot;urbanizadas&quot; do país sabe do que eu estou a falar) não são pessoas que tenham facilidade em lidar com as tecnologias da informação. E se há uma grande monopolização de ferramentas proprietárias, estes são os alvos mais vulneráveis ao mercantilismo tencológico, principalmente porque olham com muita insegurança para o computador, que infelizmente continua a ser um elemento completamente estranho na vida de imensa gente. E se o computador é estranho, quanto mais os movimentos das liberdades digitais e tecnológicas.<br>

<br>A própria estrutura administrativa do ensino não utiliza software livre. O pequenos cosmos da escola da minha mãe (e lamento acrescentar que é provavelmente a única escola pública no concelho de Guimarães que não tem acesso ao saneamento público - é a este nível que o país real está) é uma prova disso. Ainda hoje estive a ajudar os professores desse estabelecimento a ligarem-se remotamente ao servidor central administrativo, tarefa que só podem desempenhar com a &quot;internet azul&quot; (vide Internet Explorer). O servidor corre uma versão do Windows Server 2008, que entra em conflito com o controlo ActiveX disponível no IE8, o único que que pode ser instalado no WinXP. Sem querer entrar em mais pormenores, fica mais do que evidente que esta comunidade escolar é vítima das políticas mercantilistas da MS, fica presa ao serviço de uma empresa local (<a href="http://nunda.net" target="_blank">nunda.net</a>) das que são da pior espécie (aquelas que não investigam, não inovam e só pensam no lucro rápido - infelizmente o caso comum para uma empresa local), refém da falta de informação concreta sobre as alternativas exigentes.<br>

<br>Para além da necessidade imperativa, emergente de alargarmos a nossa acção aos meios locais concretos, que fica patente neste pequeno caso que descrevo, a figura do miúdo que usa o CM surge como a solução possível. Quantos miúdos assim há no país? Será que não terão, nas vossas famílias, casos semelhantes ao meu? O nosso activismo tem de passar pela educação dos mais novos e pela captação destes pequenos entusiastas. <br>

<br>Imaginem a força que representa, para alguém que não conhece ou não está ambientado com as tecnologias da informação, ver ou ter uma criança a poder mostrar-lhes como utilizar!<br><br>Pessoalmente, vou organizar uma iniciativa local em que pretendo dar aos miúdos o papel de professores, para lhes ensinarem a &quot;brincar&quot; com o Linux. Fica aqui a promessa desse evento. Gostava de trazer este tema do envolvimento infantil no software livre à discussão no nosso meio. Por isso descrevi este cenário.<br>

<br>Espero ter-vos inspirado para acções semelhantes!<br><br>Um abraço a todos os entusiastas da Liberdade, miúdos e graúdos! Desculpem não ter empregue o termo GNU\Linux. Foi apenas por parcimónia.<br><br>
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