[ANSOL-geral] Fwd: [ESOP] - Posição oficial sobre a Lei da Cópia Privada
Rui Maciel
rui.maciel gmail.com
Quarta-Feira, 21 de Março de 2012 - 15:02:48 WET
On 03/21/2012 02:17 PM, Carlos Patrão wrote:
> Em 21-03-2012 13:07, Rui Maciel escreveu:
>> On 03/21/2012 10:39 AM, Carlos Patrão wrote:
>>> Em 20-03-2012 22:22, José Sebrosa escreveu:
>>> A Greve Geral é um investimento no Futuro.
>>
>> Isso é o chavão de propaganda reiterado pela organização desta greve
>> geral.
>
> É tão chavão como dizeres que é Greve Geral é suicida.
Não, é mesmo um chavão oficial da CGTP. Está expresso na cgtp.pt. Por
exemplo:
http://cgtp.pt//index.php?option=com_content&task=view&id=2529&Itemid=1
>> Mas será que corresponde à verdade? Por exemplo, qual é o objectivo
>> concreto desta greve? Se omitirmos um hipotético exercício de
>> consolidação de poder por parte da nova direcção então não existe mais
>> nenhum objectivo específico para ela. Até mesmo os chavões são o mais
>> vago possível.
>>
>
> Já que o Governo nos rouba impunemente, tentamos causar-lhe o maior dano
> possível, bom, bom, era ele cair, ir embora com o rabo entre as pernas
> ou ser derrubado, por mim qualquer das hipóteses é boa, desde que lhe
> ponham ponto final.
>
> Não gosto de ser roubado, é algo que me chateia mesmo, este Governo
> ultrapassou todas as marcas da decência, vivemos em ditadura, mas há
> quem não se vergue, ainda temos gente que não se verga aos betinhos do
> Governo e aos seus interesses.
Ou seja, esta greve geral nada tem a ver com defesa dos direitos dos
trabalhadores, e representa a manipulação de um sindicato como arma de
arremesso numa luta partidária.
Coloco assim a seguinte questão: este tipo de acções em falso não são
prejudiciais para o sindicalismo em geral? Por exemplo, quantos
trabalhadores sem vínculo partidário se sentem confortáveis em dizer
adeus a parte do seu salário somente para serem usados como arma de
arremesso político numa luta partidária inconsequente? E será que estas
brincadeiras não acabam por distanciá-los ainda mais dos sindicatos?
>>> Isso é pura propaganda, se não pagarmos os juros usurários que nos estão
>>> a extorquir os nossos problema de tesouraria melhoram muito.
>>
>> Ninguém empresta dinheiro a fundo perdido ou sem ter algo a ganhar.
>> Logo, é perfeitamente irrealista esperar que haja alguém a emprestar
>> dinheiro sem que beneficie algo com isso.
>>
>
> Se não pagarmos juros usurários não precisamos de pedir dinheiro a
> ninguém para cobrir a tesouraria,
O Carlos Patrão explique ao certo como é que um estado praticamente
falido consegue cobrir orçamentos cronicamente deficitários sem ser
possível pedir dinheiro emprestado.
a questão que estava a ser discutida
> era apenas essa, por isso quando se diz que não havia dinheiro para
> pagar as pensões e salários sem os empréstimos, é evidente que estamos a
> enviesar a discussão,
Só estamos a enviesar a discussão se pretendermos não encarar essas
questões. A verdade é que o estado tem uma série de despesas, onde se
inclui toda uma série de serviços sociais, subsídios e pensões. Se
subitamente não existe dinheiro para pagar essas despesas então deixa de
haver dinheiro para pagar essas despesas. Não podemos simplesmente
afirmar que deixamos de pedir dinheiro emprestado e fazer de conta que
todas as contas continuarão a ser pagas como se nada se passasse.
há uma agenda de direita conservadora, ne-liberal
> que querem impor a todos custe o que custar e esta questão da dívida até
> dá jeito, mesmo que se afunde o país, como é o caso.
Não há dúvida sobre o pendor neoliberal do governo, e é algo que já se
sabia mesmo antes das eleições legislativas. Note-se que mesmo assim
este governo foi eleito em eleições livres e democráticas.
Contudo, e independente disto, o cerne da questão continua confrontar:
se o estado está praticamente falido e se há uma recusa em pedir mais
dinheiro emprestado ou a aumentar a receita fiscal então ao certo donde
viria o dinheiro para manter os pagamentos de ordenados de funcionários
públicos, subsídios, pensões, serviços públicos e afins?
Não basta declarar que não se paga e fingir que tudo se resolve por
magia. Não basta criticar por criticar, pois assim é que não se resolve
coisa nenhuma. É preciso pensar em propostas concretas e em todas as
consequências da sua implementação, e não creio que isso esteja a ser feito.
Rui Maciel
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