Re: [ANSOL-geral] Fwd: texto para grupos parlamentares sobre cópia privada
Rui Maciel
rui.maciel gmail.com
Quinta-Feira, 5 de Janeiro de 2012 - 21:54:46 WET
On 01/05/2012 04:45 PM, Paula Simoes wrote:
> Viva,
>
> escrevi um texto que pretendo enviar para todos os grupos
> parlamentares sobre PL da cópia privada. Agradeço sugestões e estão à
> vontade para enviá-lo em vosso nome. Era fixe a ANSOL enviar algo do
> género também.
> Se se lembrarem de mais argumentos digam
> Vou meter isto no meu blog.
> Paula
Creio que, para ser mais apelativo, o texto poderia focar também em duas
questões mais práticas. Elas são:
a) os aumentos reais dos preços dos produtos
b) a cobrança de taxas a equipamento que nunca será usado com cópias de
obras protegidas por direitos de autor
Sobre a questão indicada em a), creio que a apresentação de
consequências práticas da passagem desse projecto de lei será mais
politicamente sensível. Se alguém disser que esta lei implica a criação
de um imposto sobre computadores e afins que, para alguns produtos,
ultrapassará os 30% então com certeza haverá quem ouça. Se se explicar
que esse aumento serve para pagar grupos corporativos a troco de nada
então mais pessoas ouvirão.
Sobre a questão b), a demonstração que este projecto de lei terá
consequências absurdas levará a que seja mais complicado a sua defesa.
Por exemplo, a possibilidade de ter editoras a cobrar taxas sobre
componentes de máquinas industriais poderá chamar a atenção a alguém.
Creio que qualquer desses assuntos será mais facilmente acolhido tanto
pela gente do grupo de trabalho como pelo cidadão comum.
Ainda há outra questão, que é a falta de fundamento técnico para a
proposta. Fica-se com a ideia de que quem escreveu a lei queria taxar
"coisas informáticas" mas não sabia como fazê-lo, ou até o que seriam
essas "coisas informáticas". Só por si isso não é particularmente
grave, mas é humilhante ter os nossos representantes a escreverem leis
onde manifestam um total desconhecimento sobre aquilo que pretendem
taxar. Mais grave são as ambiguidades que introduzem na lei e a falta
de definições objectivas em que assentam a coisa. Não sei se isso é
intencional ou não, mas o resultado prático será que a lei poderá não
ter a aplicação pretendida.
Cumprimentos,
Rui Maciel
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