[ANSOL-geral] Manifestação Contra Patentes de Software: Lisboa 12 de Maio
Lopo Lencastre de Almeida
lopo.almeida sitaar.com
Domingo, 9 de Maio de 2004 - 17:57:58 WEST
O que me espanta é vocês acharem que isto é algo extraordinário. Fico mesmo
abismado. Já tenho falado disto variadas vezes na lista, mas repito...
Ministro adjunto do primeiro-ministro (e que também tem a tutela das Patentes
e da UMIC e os Consumidores), Dr. José Luís Arnault:
http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC15/Composicao/Perfil/JoseLuisArnaut.htm
Vejam em "Outras Funções".
Vejam também o requerimento do deputado do PS, António Galambas, sobre um
outro incidente relacionado com essa actividade privada do Dr. Arnaud:
http://www.ps.parlamento.pt/?menu=requerimentos&id=2901
Para mim é claramente uma incompatibilidade de interesses entre o cargo que
ocupa no Governo e os seus interesses pessoais neste assunto das Patentes,
mesmo que ele tenha suspendido a sua actividade temporáriamente.
A suspeita ficará sempre, mais ainda quando se vê que o Governo português está
a pressionar no sentido "patentista".
Com isto não pretendo de forma alguma insinuar que o Dr. Arnaud é menos
honesto; mas somente referir que uma certa distânciação do mesmo em relação a
este tema era benéfica para todos e evitava alguns olhares de soslaio para a
sua pessoa e para o nosso Governo.
Se calhar não era mau explorar públicamente e politicamente esta possível
"causa -> efeito", quanto mais não seja para ficarmos descansados quanto à
isenção do Governo face a quaisquer potenciais e futuros obscuros interesses
pessoais de quaisquer indivíduos e/ou grupos.
Faço desde já uma ressalva. Não sou afiliado nem particularmente simpatizante
de nenhum partido político.
1,
Lopo
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De: Rui Miguel Seabra <rms 1407.org>
Para: ansol-geral listas.ansol.org
Data: Ontem 18:37:20
Sob pressão do governo Português[1], a UE está a ser empurrada para
legalizar patentes sobre modelos de negócio e algoritmos "implementados
em computador".
O governo Português está a ignorar a voz do Parlamento Europeu que, com
o apoio de Eurodeputados portugueses de todos os partidos, da maioria
dos programadores, economistas e cientistas, votou para confirmar a não
patenteabilidade de software em Setembro de 2003.
O governo Português está a permitir que os seus administradores de
patentes se sobreponham à decisão do Parlamento Europeu através de
negociações a portas fechadas no Conselho Europeu de Ministros.
Organizando uma manifestação pretendemos trazer à luz do escrutínio
público estas questionáveis negociações de políticos Portugueses em
Bruxelas e dar a este assunto o peso que merece nas próximas eleições do
Parlamento Europeu.
LOCAL: Campo das Cebolas,
em frente ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial
Conferência de Imprensa às 18:30
MANIFESTAÇÃO: 19h30m
Com slogans como "Patentes de Software NÃO! Poder ao Parlamento!", os
manifestantes expressarão o seu desagrado em frente à sede dos
administradores de patentes (INPI) que definiram a posição de Portugal:
100% contra o Parlamento Europeu e Eurodeputados portugueses de
todas as cores políticas[2], inovadores e
investigadores de software, PMEs portuguesas e
cidadãos interessados
100% favorável à introdução de patentes de software, mesmo que isso
não beneficie nem um único português ou empresa
portuguesa[3], a grandes monopólios internacionais
Esta manifestação enquadra-se numa série de iniciativas simultâneas
noutras grandes cidades Europeias como Berlim, Munique, Praga,
Copenhaga, Varsóvia, Linz...
Contactos:
Rui Miguel Silva Seabra
rms 1407.org +351 93 3255619
João Miguel Silva Neves
jneves ieee.org +351 93 3252302
Links anotados:
[1] os únicos países a expressarem reservas na última decisão do COREPER
(descartar todas as emendas clarificadoras do Parlamento Europeu[2])
foram a Alemanha, Bélgica, Dinamarca e Eslováquia
http://swpat.ffii.org/news/04/cons0507/index.pt.html
[2] Após um longo período de esclarecimento e estudo, em 24 de Setembro
de 2003, o Parlamento Europeu corrigiu com voto em plenário a proposta
de directiva da Comissão Europeia de 2002, tornando claro que o software
não é patenteável e descrevendo exactamente como o distinguir das
restantes matérias patenteáveis
http://swpat.ffii.org/papri/europarl0309/index.en.html
[3] segundo os dados de 2003 do European Patent Office, de entre os
"inventores" de software "Europeus", 42.23% são dos EUA, 28.99% são
Japoneses, 5,58% de outros países, e 23.21% do continente Europeu.
Não há nem um português nestes números.
http://swpat.ffii.org/patente/zahlen/index.en.html
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