[ANSOL-geral]Proposta de carta para a ASSOFT

J M Cerqueira Esteves jmce arroba artenumerica.com
Thu, 17 Jan 2002 01:18:34 +0000


* nuno.leitao arroba idl-bt.com <nuno.leitao arroba idl-bt.com> [2002-01-17 00:07 +0000]:
>   Nao concordo. Existe (e existira' sempre) projectos de software cuja
> complexidade nao se adapta bem ao modelo de desenvolvimento 'open-source'
> onde este desenvolvimento e' feito de uma forma descentralizada. 

Naturalmente, não acredito que do ponto de vista humano ou técnico
tudo seja igualmente fácil.  Desenvolver e distribuir segundo um
modelo livre é o ideal, mas acredito que possa ser bastante difícil
acontecer espontaneamente durante muito tempo em certos campos.
Naturalmente não vou dizer sem fundamento que *é factível de certeza*
no mundo actual, muito menos a curto prazo.  O que não quer dizer que
o deixe de defender nos objectivos e nas práticas.

Estou consciente de algumas dificuldades com software do que tens 
mencionado, como com a preparação de jogos (boa parte deles com tarefas
indo muito além do software) e outros programas que embora
não muito extensivos são extremamente especializados e precisam
de muito mais tipos de perícia do que apenas a dos programadores.

Por outro lado, ainda pelo facto de software livre poder ser software
comercial, e apesar da consciência de como a liberdade baixa os
preços, acho que pode haver algumas surpresas nos próximos anos.  Sei
que fui já surpreendido com toda a activade nas interfaces gráficas livres
para "desktop"...

> >Em diversidade e quantidade, especialmente em certos ramos, falta ainda 
> >produzir muitas soluções livres, mas quanto à qualidade pessoalmente 
> >sinto o contrário do que parece ser um lugar comum: quando existem 
> >soluções amadurecidas de ambos os tipos, tenho percebido 
> >sistematicamente o software livre como mais fiável do que o 
> >correspondente não-livre.
> 
>   Se calhar dizes isto porque nao usaste a um nivel suficiente algum
> software proprietario que eu consideraria de extrema qualidade, mas nao vale
> a pena discutir isto.

É verdade.  Eu falava da minha experiência limitada com ferramentas
que considero de uso "comum" (sistemas operativos, compiladores,
interpretadores, sistemas de processamento de texto, ...) e não tive
grande contacto com produtos proprietários especializados de topo de
gama (excepto, por exemplo, um ou outro de visualização científica ou
alguns compiladores em sistemas Unix), mas acredito que haja também
software proprietário tecnicamente muito bom sem nada a ver com o
nível de fiabilidade de produtos de consumo de massas como os da MS.
Mesmo assim talvez essa "gama" de produtos onde eu achei normalmente
mais qualidade ao software livre tenha um impacto mais generalizado na
sociedade pela extensão do seu uso.