[ANSOL-geral]Busca de projectos open-source portugueses...

Rui Miguel Seabra rms arroba multicert.com
08 Jan 2002 21:45:32 -0500


--=-oR4klTz+NclJmfutb9sj
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Content-Transfer-Encoding: quoted-printable

On Tue, 2002-01-08 at 15:26, Luciano Miguel Ferreira Rocha wrote:
> > J=E1 temos discutido anteriormente sobre se deveria-mos ou n=E3o utiliz=
ar software
> > propriet=E1rio; para mim a escolha n=E3o pode ser comparada =E0 escolha=
 da c=F4r da
> > roupa: eu gosto de vestir de azul, tu vestes de vermelho e n=E3o vou te=
ntar
> > obrigar-te a vestires de azul. =C9 algo totalmente diferente, pois a cr=
ia=E7=E3o e
> > uso de software propriet=E1rio envolve problemas =E9ticos: p=F5e em ris=
co a
> > liberdade de outros programadores e utilizadores de software.
> Em que sentido? At=E9 agora ningu=E9m me apontou uma arma =E0 cabe=E7a e =
me obrigou
> a usar software propriet=E1rio. E mesmo que o tivessem feito, continuaria
> livre de decidir a n=E3o o usar. Seria um pre=E7o demasiado grande a paga=
r?
> Depende claro do que se est=E1 a provar, e nalguns casos, que n=E3o inclu=
o
> este, o pre=E7o maior seria transigir.

A criacao pelo acto.
O uso pelo incentivo a fazer mais.

Ao criar esta-se a produzir codigo que nao permite o uso das liberdades
a que temos direito.
Ao usar, esta-se a dar incentivo para se continuar a produzir.

> E conforme est=E1 definido o conceito de liberdade neste mundo de agora,
> algu=E9m ir contra a tua =E9tica ou moralidade n=E3o =E9 um acto de viola=
=E7=E3o da
> tua liberdade. Pelo contr=E1rio, expressares o teu desprezo ou prefer=EAn=
cia
> conforme essa =E9tica ou moralidade j=E1 vai contra o princ=EDpio de libe=
rdade
> nalguns pa=EDses (notoriamente nos EUA).

Esse e o desejo de muitas companhias (Microsoft e outras) e associacoes
(RIAA, MPAA, etc).
Ha-que lutar contra isso. Felizmente nos EUA ha sempre o ultimo recurso
(far west)

> > H=E1 quem diz "j=E1 que voc=EAs defendem a liberdade no software, ent=
=E3o respeitem a
> > minha liberdade de produzir software propriet=E1rio"; o problema =E9 qu=
e a
> > liberdade de cada um termina onde come=E7a a liberdade dos outros (Libe=
rdade =3D
> > Direito de proceder conforme nos pare=E7a, contanto que esse direito n=
=E3o v=E1
> > contra o direito de outrem).
>=20
> E para muitos, e legalmente, imp=F4res tu o que outrem pode escolher como
> licen=E7a de um seu produto, ou que produto usar conforme a sua licen=E7a=
 =E9
> violar a liberdade dessa pessoa. Usar essa pessoa um produto desses ou
> licen=E7a dessas n=E3o vai contra a, pelo menos, minha liberdade...

A escolha de uma licenca e o uso de um poder e nao o uso de uma
liberdade. Ao escolheres uma licensa nao livre, estar a exercer o teu
poder de limitar os outros. Dai que a tua liberdade de escolher a
licenca termine na minha liberdade de acesso a expressao.

> > E se rirem na minha cara por lhes propor usar licen=E7as livres ou por =
me
> > recusar a ler um ficheiro Word, pois j=E1 me aconteceu, mas n=E3o =E9 p=
or isso que
> > vou mudar os meus princ=EDpios.
> E por se rirem na tua cara est=E3o a retirar-te liberdades?

Nao. Mas de bom grado nos colocariam dentro de camisas de forcas por
sermos os loucos que ousam lutar contra os poderes estabelecidos. Como
seria politicamente incorrecto faze-lo numa sociedade dita democratica e
livre, riem-se, tentando fazer-nos passar por tolos perante os outros.

> > H=E1 que ter alguma toler=E2ncia mas h=E1 tamb=E9m que exercer press=E3=
o para mudar
> > as coisas. No caso
> Onde est=E1 essa toler=E2ncia quando se diz que uma pessoa n=E3o tem a li=
berdade
> de escolher o licenciamento da sua cria=E7=E3o? Ou que n=E3o tem a liberd=
ade de
> usar o software melhor indicado para o seu caso?

Tem a liberdade de usar o software melhor indicado para o seu caso, mas
deve-lo-ia fazer com consciencia de que ao faze-lo esta compactuar com
todo o mal que vem por detras. E como o caso da Triumph e as equipas
femininas de esquiadoras dos jogos olimpicos de inverno. Estas equipas
recusaram-se a usar do patrocinio da Triumph por esta cometer grandes
males (como copactuar com o regime ditatorial e opressivo da birmania a
fim de ter mao de obra barata... ao preco da chuva).

Quanto ao poder de escolher uma licenca, rele o que disse e le:

Freedom or Power? http://www.gnu.org/philosophy/freedom-or-power.html


> Afinal, tamb=E9m aceito a liberdade que cada um tem de decidir ser um jus=
to
> ou um in=EDquo...

Eu tambem acho que os neo nazis teem todo o direito de se expressarem
num website, em jornais, etc.
Ja nao acho e que devam expressar-se com uma maca de guerra na cabeca de
alguem que (na sua perspectiva) nao e geneticamente puro.

> > (1) N=E3o acredito que ningu=E9m tenha sido nunca obrigado a usar softw=
are
> >     propriet=E1rio. O que acontece =E9 que por vezes n=E3o estamos disp=
ostos a
> >     aceitar as consequ=EAncias de recusar o software propriet=E1rio.
> N=E3o querer aceitar as consequ=EAncias dos seus actos n=E3o =E9 sin=F3mi=
no de lhe
> terem pisado a sua liberdade...

A consequencia de deixares que te coloquem grilhoes a volta das pernas e
ficares preso.

> >     Algum aluno
> >     j=E1 me disse que para mim =E9 f=E1cil rejeitar o software propriet=
=E1rio porque
> >     tenho um emprego est=E1vel; =E9 verdade que para alguns de n=F3s as
> >     consequ=EAncias s=E3o menores, mas mesmo no meu caso a minha escolh=
a tem o
> >     seu custo (marginaliza=E7=E3o dentro dum grupo de docentes pro-wind=
ows,
> >     dificuldades de progress=E3o na carreira, n=E3o me deixarem leccion=
ar
> >     disciplinas de inform=E1tica, etc).
> E desde quando passou este mundo a marginalizar os que se venderam e n=E3=
o
> os que permaneceram fi=E9is?

Eis mais um problema que urge corrigir para que o mundo seja melhor.

> N=E3o tenho gostado desta conversa, e gostei menos quando o RMS indicou
> uma p=E1gina do RMS original em que este dizia que as pessoas n=E3o t=EAm=
 o
> direito de escolher as suas licen=E7as ou o software que usam.

Rele-o. Nao o entendeste. Essa liberdade e na realidade o exercicio de
um poder sobre os outros. Agora, o Stallman nao e um policia, e luta
dentro das armas disponiveis: a comunicacao e difusao das suas ideias.

> E ainda gosto menos quando me lembro que toda esta intransig=EAncia =E9
> parcialmente hip=F3crita pois os que a apregoam aplicam a sua filosofia
> restringida ao universo do "software", ignorando todos os outros em
> que este se inclui e depende....

Nao e hipocrita. E uma frente de batalha. A AMI, por exemplo, segue
outras frentes.

Cada um ajuda no que pode e no que acha que consegue dar a melhor ajuda.

Assim se desenvolve o software livre, da mesmo forma como se constroi um
mundo melhor. Ajudando cada um um bocado... um bocadinho que seja!

Ja houve quem disesse: se todos, mesmo todos no mundo inteiro,
dedicassemos cerca de duas horas por dia a fazer servico comunitario
(ajuda na agricultura, distribuicao de comida/roupa, construcao de
habitacoes, etc) teriamos o resto do dia e da noite para fazer o que
quer que fosse que nos apetecesse, sem nunca nos faltar nada.

Hugs, rms

--=20
+ No matter how much you do, you never do enough -- unknown
+ Whatever you do will be insignificant,
| but it is very important that you do it -- Ghandi
+ So let's do it...?

--=-oR4klTz+NclJmfutb9sj
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Content-Description: This is a digitally signed message part

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=OTLj
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