[ANSOL-geral]Copyleft e Lei de Software Livre no Rio Grande do Sul

Carlos Baquero Moreno cbm arroba di.uminho.pt
Sat Dec 7 20:00:01 2002


On 7 Dec 2002, João Miguel Neves wrote:

> Quanto a ninguém ser obrigado a comprar nada, isso não é bem verdad=
e. Há
> situações, muito reais, em que a escolha está, pelo menos, altament=
e
> condicionada. Vejamos o caso do retalho. Um produtor que queira vender
> às empresas da Jerónimo Martins (Feira Nova, Pingo Doce, Recheio) ou =
da
> Sonae (Modelo, Continente, Makro) é obrigado a usar EDI (versões
> diferentes e incompatíveis). Claro que não é obrigado a fazê-lo. =
Só que
> a outra hipótese é deixar de vender a mais de 60% da população
> portuguesa, à partida. Se há tens um investimento em fábricas, pess=
oal e
> outros, não tens outra alternativa senão seguires o que te impõem.
> Achas, que em situações destas, há, na prática, liberdade de esco=
lha ?
> 
> -- 
> 						João Miguel Neves
> 


Acho que este é um bom exemplo de que um ponto crucial é muito provavelmente
o da interoperabilidade e da abertura de formatos. Acima de tudo tem de
haver liberdade de escolha e capacidade de opção quando se pretende escolher
o software mais apropriado para tratar o formato de dados que é requerido. 

Quanto ao interface com o Estado, penso que é obvio que os formatos têm
de ser abertos e favorecer a liberdade de escolha para a ferramenta que os
manipule. 

Quanto às empresas, à partida não me choca que duas empresas conversem
com formatos fechados, ou que até usem pombos correios com bilhetes
cifrados. 

Contudo, e como o exemplo do João mostra bem, este já não é o caso quando
existe um monopólio no sector. Neste caso a existência de um formato fechado
no interface entre empreses (realmente não sei até que ponto o EDI é fechado
ou aberto, foi só uma motivação) pode ser uma barreira ao acesso. 

Pragmaticamente, esta é contudo só mais uma barreira, das várias que existem, 
para quem quer negociar com uma grande cadeia de distribuição. 

Acho que o problema reside mesmo na posição monopolista, uma vez que se há
opção de escolha entre empresas que ofereçem um interface simples/barato e
outra que ofereçem o oposto, a seleção encarregar-se-a de equilibrar as coisas.

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Carlos Baquero                       
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