[ANSOL-geral]Sobre palavras "tabu" e anti-corpos e a caravana a
pisar-nos
Jose' Sebrosa
sebrosa arroba artenumerica.com
Wed Dec 4 19:47:02 2002
On Wed, 2002-12-04 at 18:39, Rui Miguel Seabra wrote:
>
> 0. Serias realmente capaz de abdicar da liberdade de correr qualquer
> programa para qualquer propósito que te lembres? Como paralelo,
> gostarias de comprar um livro que te proibisse do o colocar na
> horizontal mesmo que não tenhas espaço na estante?
>
> 1. Serias realmente capaz de abdicar da liberdade de estudar como
> funciona e possivelmente adaptá-lo às tuas necessidades? Isto não s=
e
> resume por ter acesso ao código, embora isso seja fundamental, há que=
m
> tenha perícia para analisar código binário, embora isso custe muito
> mais, e ainda assim conseguir fazer algo que cumpra o mesmo objectivo.
>
> 2. Serias realmente capaz de abdicar da liberdade de fazer uma cópia
> assim ajudando, por exemplo, um amigo? Quando alguém te pede uma cópi=
a
> de um programa, normalmente não recusas porque a licença to proíbe,
> especialmente se o programa for mesmo a calhar...
>
> 3. Serias realmente capaz de abdicar da liberdade de publicar as
> melhorias feitas a programas, beneficiando assim toda a comunidade?
> Leste um paper, verificaste que era possível com um bocadinho de ajuda
> tornar aquilo ideal, porém a licença do conteúdo era proprietária=
, e o
> autor não te responde. E o mundo perdeu uma melhoria potencialmente
> significativa...
>
>
> Atenção: estas perguntas requerem que assumas como axiomas:
> A) manter a honra e a independência
> B) ajudar o próximo
> C) cumprir a lei
4. Serias realmente capaz de abdicar de, num caso concreto, usar um
programa que implicasse abdicar das coisas *todas* acima, se a opcao
fosse entre conseguir resolver um problema e ficar com o problema por
resolver?
Imagina, por exemplo, que o unico programa existente capaz de resolver o
problema nao te da' as liberdades acima!
Os meus anticorpos comecam aqui. Eu ja' vi esta pergunta ser respondida
com um rotundo "sim" todo-cheio-de-argumentos, e nao compreendo como e'
que um ser humano, dotado das suas faculdades intelectuais e da sua
humanidade, pode responder a isto com um "sim". Nesta altura a conversa
comeca a ficar pateta, e fico com vontade de fazer perguntas parvas como
esta: Caso o programa fechado for o que e' preciso para controlar
equipamento medico necessario para salvar uma vida *agora* (e nao quando
alguem fizer outro programa!), o gajo que responde "sim" vai preferir
manter a sua "superioridade moral" desligando a maquina?
Os meus anticorpos resumem-se nisto: Ha' *mais* liberdades do que as do
software livre. Eu sou membro da ANSOL mas nao abdico de ser, acima
disso e antes disso, uma pessoa preocupada, e interessada, em defender
liberdades face `as quais as do software livre bem podem ir todas juntas
passear.
Perdoem-me a mensagem curta e excessivamente simplista, mas agora nao
da' para mais...
Cumps.,
Sebrosa