[ANSOL-geral]Interpelação à direcção da ANSOL.

Rui Leite rleite arroba nocturno.org
Tue Dec 3 14:33:01 2002


Aviso (mesmo que redundante): Isto são as minha opiniões pessoais e não
representam nenhuma resposta da direcção.

OUTRO Aviso: isto não é uma flame.

On Tue, 2002-12-03 at 13:11, António José Coutinho wrote:
> 
> Olá a todos
> 
> Durante os meses em que a ANSOL existe, a sua direcção tem cond=
uzido as 
> seus destinos com uma posição extremamente fundamentalista em r=
elação ao 
> software livre, que causam desconforto em muitos dos membros, reduzindo 
> muitos ao silêncio e até afastando outros da AssociaçÃ=
£o.

Verdade, pelo menos em parte. Se uma primeira altura de fraca actividade
na mailing-list coincidiu com as férias e podia ser compreendida nesse
enquadramento é hoje claro que isso não explica tudo. De onde vem esta
fraca afluência? As posições intransigentes podem ter afastado alguns
mas outros já se queixaram da falta de comunicação da direcção. Não
sabendo o que se passa não se pode participar.

(...)

> Sendo claro desde o início que este tipo de atitudes são uma fo=
rma pouco 
> eficaz de defender seja o que fôr - pois o seu efeito sobre as pesso=
as de 
> bom-senso oscila entre indigna-las ou faze-las rir, mas raramente 
> convence-las - logo houve vozes, nas que me incluo, que na lista e na reu=
nião 
> geral advogaram uma posição mais gradualista e moderada. 

A minha opinião é a mesma, e presumo que já conhecida de alguns. Prefiro
levar alguém a mudar parte do seu sistema para livre do que levar alguém
a não mudar nada porque tem que enfrentar a imposição "100% livre".

> A direcção continuou no seu caminho, que culminou no Porto Cida=
de Tecnológica
> 2002, envento em que se aconteceram coisas, como demonstro a seguir, que 
> exigem que a direcção dê uma explicação púb=
lica aos membros da associação, 
> em particular explicando se apenas se deixaram ultrapassar pelos 
> acontecimentos e cobrir de rídiculo, ou se finalmente perceberam que=
 as 
> posições que defendiam eram impossíveis de pôr na pr=
ática.
> 
> Mas vejamos as "provas"
> 
> Jaime Villate em 12 Nov 2001 
>    http://listas.ansol.org/pipermail/ansol-geral/2001-November/000224.htm=
l
> >
> >On Sat, Nov 10, 2001 at 01:24:54PM +0000, Rui Leite wrote:
> >> Nem todas as pessoas podem / querem / sabem escrever código para =
criar
> >> essas alternativas. Enquanto não houver alternativa... usar softw=
are 
> >> proprietário não  é crime nenhum.

> > E, por isso, nem todas as pessoas deveriam pertencer a ANSOL.
> > Ninguem é nunca obrigado a usar software proprietario; há sem=
pre a opção
> > de não usar nada :-)

Mantenho tudo o que disse. E hoje, como naquela altura, continuo a achar
que não é alternativa deixar as coisas por fazer só porque não há SL. O
mundo não é perfeito e temos que fazer escolhas. Trata-se de fazer as
melhores possíveis - <ênfase> tendo em mente que por vezes isso é fazer
o que é menos mau.</ênfase>
 
(...)

> Resumindo a situação Cidade Tecnológica: a ANSOL apresento=
u-se como 
> organizadora dos evento, em particular na secção de jogos, tend=
o 
> imediatamente excluido jogos proprietários, e planeando uma fantÃ=
¡stica 
> maratona de competições que iam desde o Frozen-Bubble até =
ao Tux Racer, 
> embora com preocupações com o uso de placas aceleradas com driv=
ers 
> proprietários.

(...) O António que me perdoe o corte mas é para facilitar a leitura.

> Afinal é tolerável misturar software proprietário num even=
to "puro" de 
> promoção de software livre?
>
> Ou simplesmente não tiveram mão nos acontecimentos e o resto da=
 organização 
> impôs algum bom senso naquilo tudo? Mas nesse caso, não deve a =
ANSOL fazer um
> comunicado público a dissociar-se do evento Porto Cidade TecnolÃ=
³gica, por não 
> ter sido um evento limitado ao software livre.

A partir do momento que dos outros organizadores partiu a iniciativa de
ter software proprietário o erro passou a estar no nome dado à PCT2002
"Sistemas Livres". Já não havia hipóteses de o mudar e de tal nunca se
falou. O evento passou a ter um nome que não o descrevia com total
rigor. Neste prisma não era crime nenhum ter lá SProprietário.

Esta "confusão" é a situação óptima? Não, não é. Deveria ter ficado
claro que o evento tinha uma grande componente para a promoção de SL mas
que não era puramente dedicado a isso.

Em minha opinião essa é até a grande receita para a eficaz promoção do
SL: ter uma componente com que as pessoas estão familiarizadas (os
jogos p. ex.) e uma componente informativa/educativa sobre o SL. 

Não é isto coerente com o lema "usar SL quando possível mas na ausência
de alternativas ter o software proprietário"? Se achamos que no uso
diário isso cativa as pessoas porque não cativará num evento?
Se não me engano li relatos de jovens que sairam da MCP com Linux
instalado no PC pela primeira vez. Isso é mau? Não me parece.

> Não deverá a direcção admitir que se cobriu de rÃ=
­diculo, e com ela a ANSOL 
> toda, e por arrastamento a defesa do software livre.
> 
> Não  deverá a direcção demitir-se?

Não há aqui ridículo. Já escrevi acima: o mundo não é perfeito e há que
fazer escolhas. Uma hipótese era sair do evento. Outra era ficar lá e 
promover o SL o mais que se pode. O que é menos mau aqui?

Cumprimentos a todos,

Rui Leite