[ANSOL-geral]Proposta d e criação de Grupode Trabalho

J M Cerqueira Esteves jmce arroba artenumerica.com
Tue Apr 30 04:57:01 2002


* Joao Mário Miranda <jmiranda arroba explicacoes.com> [2002-04-30 03:46 +0000]:
> Acho que se o Software não for realmente livre, o nome da ANSOL
> deve ficar de fora.

E não é "apenas" pelo problema imediato da contradição com princípios e
finalidades da associação.  Há também a questão da complexidade das
licenças para investigar e gerir (infligindo a nós próprios e aos
"clientes" finais precisamente alguns problemas que se pretende evitar com
software livre; quando se começa a lidar com os pormenores percebe-se 
que "liberdade" e falta dela não são aqui ideias poéticas e
distantes mas dizem respeito a questões muito concretas).

Só com software livre fica tudo muito mais simples.  O leitor do
jornal pergunta "mas posso mesmo copiar isto tudo, dar e vender, e
mexer por dentro?" e a resposta é (tanto quanto for possível resumir)
SIM em vez de "sim, se for nisto, assim-assim se for naquilo, ..." e
uma página cheia de copyrights com licenças variadas à frente ainda
mais complicada que num pacote de software "tradicional".  Manter a
mensagem simples ajuda o marketing, talvez mais do que tentar tornar o
pacote mais abrangente à custa de enxertos não-livres e EULAs variados
no écran do utilizador de Windows.  E suponho que shareware ou demoware já
muito pessoal vai recebendo em CDs vindos em revistas.

Mesmo que não tivéssemos problemas de consciência, teríamos no final
problemas de imagem.  "Então eles andam para aí a falar de software
livre mas para lançar um CD ajudaram a fazer marketing de software
proprietário da empresa X e da empresa Y etc etc etc, e puseram
software "aleijado" no CD etc etc etc".  Podíamos tentar explicar
publicamente o que o Sebrosa explicou sobre ajudar a mudar
gradualmente conduzindo o utilizador para alternativas, mas se
pudermos evitar essa batata quente melhor.  Já temos demasiado para
fazer e pouco tempo para o fazer.

Isto não invalida que a estratégia seja seguida a título pessoal.  Já
há muitos anos que conduzo amigos para "alternativas", seja por
interesse técnico de outro software seja pelas questões de licença, e
mesmo que o ganho "estratégico" em termos de licença seja parcial.
Mas o que é apropriado para o nível informal, onde se avalia cada
caso concreto de uma vez, não é necessariamente apropriado ao nível
formal e oficial da ANSOL.

TTFN
                   JM