Re: [ANSOL-geral] Apelo — Pela defesa dos direitos digitais em Portugal
Rui Cruz
mail ruicruz.pt
Segunda-Feira, 20 de Junho de 2016 - 21:51:02 WEST
Viva Eduardo,
(para o caso de não estares a par: daqui "fala" o gajo que ficou 299
dias sem Internet, jornalista de um órgão de comunicação social digital,
que se traduziu numa efetiva censura em Portugal - cf.
https://edri.org/founder-of-portuguese-leak-platform-subject-to-gagging-order/
)
Concordo com tudo o que disseste e vejo uma certa sinergia naquilo que
eu escrevo e no que tu defendes.
Dito isto, considero - mas com a possibilidade, clara, de me estar a
enganar - que o (Movimento) Partido Pirata Português -
http://www.partidopiratapt.eu/ - já tem no seu manifesto alguma destas
áreas, mas não tão focado no digital.
Dito isto, encontro-me à disposição para uma conversa mais aprofundada
sobre o tema e a confirmação das eventuais sinergias. Já tinha pensado
em algo igual, mas não tinha ninguém com essa vontade. E eu já estou
farto de "remar contra a maré".
Na eventual constituição de algo, há certamente algo que não abdito:
remover a Internet/comunicações eletrónicas da esfera da legislação
avulsa nos serviços públicos essencuais -
http://www.anacom.pt/render.jsp?categoryId=327155 - e coloca-la num
patamar constitucional.
Cpts,
Rui Cruz
+351 96 827 1502
On 6/20/2016 9:38 PM, Eduardo Santos wrote:
> Viva,
>
> Peço desculpa pela intromissão, mas gostaria de divulgar aqui um apelo
> à criação de uma organização que se dedique à defesa dos direitos
> digitais, em Portugal.
>
> Essencialmente, procuro quem tenha vontade de iniciar um projecto
> destes. Agradeço todo o feedback.
>
> Sem mais, o texto:
>
>
> Apelo — Pela defesa dos direitos digitais em Portugal
>
> Aos activistas nacionais.
>
> Viva,
>
>
> Sei que não deve ser o primeiro apelo que lêem, sobre o
> assunto. Nem sequer o primeiro projecto dedicado a este
> assunto que tenta passar do papel.
>
>
> Há muitos anos que faz falta quem em Portugal se dedique Ã
> luta pelos direitos digitais, de uma forma minimamente
> organizada e dedicada. Infelizmente, tentativas anteriores não
> chegaram a bom porto. Mas a necessidade de uma tal organização
> não diminuiu, bem pelo contrário. E a cada dia torna-se mais
> urgente debater e trazer para agenda e debate públicos o tema
> dos direitos digitais. Porque a imprensa não o fará, cada um
> de nós, por si só, também não o conseguirá, e as pouquÃssimas
> entidades que têm travado esta batalha, estão sozinhas e sem
> voz nesta luta.
>
>
> Está na altura de nos organizarmos.
>
>
> Não era intenção minha ter já à partida um projecto e
> respectivas áreas de actuação bem delineados para vos propor,
> antes prefiro deixar isso para um momento posterior (e também
> me escuso a explicitar aqui a importância do tema dos direitos
> digitais. Se não compreende a expressão ou não está
> familiarizado os temas à sua volta, este apelo, por ora, não
> se destina a si — falamos mais tarde!).
>
>
> Mas existem áreas que são incontornáveis: O direito Ã
> privacidade, a liberdade de expressão, a neutralidade da rede,
> a defesa dos direitos e interesses públicos na regulação dos
> direitos de autor, a oposição às medidas de vigilância massiva
> dos cidadãos.
>
> Nada de original tem esta agenda, para quem conhece a
> americana EFF ou a europeia EDRi. Precisamos de algo
> semelhante, por cá.
>
>
> /O ovo e a galinha/
> Das vezes que abordei este assunto com alguém, a conversa
> rapidamente se direccionava para aspectos como o tipo de
> organização, liderança, enquadramento legal, estatutos,
> quotas, burocracias, custos. Como se um grupo de pessoas que
> defende uma ideia tivesse, antes de mais nada, que se registar
> num qualquer “registo nacional de grupos de pessoas que
> defendem coisasâ€. Como se a parte burocrática é que desse
> origem ao elemento pessoal. Como se a organização de uma
> estrutura fosse mais importante que o movimento que lhe deu
> origem. Deixemos tudo isso de lado, por agora. Todos esses
> aspectos são ainda meros pormenores. Porque não existirá
> nenhuma organização, se não houver pessoas que a apoiem, se
> não existir um movimento que lhe dê origem.
>
>
> O meu apelo é esse, é à mobilização de pessoas. Sei que
> existem variadÃssimas pessoas em Portugal que se interessam e
> vão escrevendo sobre estas temáticas, cada uma para seu lado.
> Sei que existem pessoas interessadas pelos temas, sei que aos
> problemas apresentados lhes é reconhecida relevância e
> necessidade urgente de respostas, mas ainda não sei se
> existirá vontade para dar o passo seguinte: juntar algumas
> dessas pessoas para tentar fundar um movimento.
>
>
> E, posteriormente, existindo, de facto, um movimento,
> fundar-se então uma organização mais formal.
>
>
> O projecto que idealizo seria de natureza civil (por oposição
> a um projecto polÃtico-partidário), e seria feito de modo a
> abranger tanta gente quanto possÃvel.
>
>
> Nele caberiam tanto o maior defensor de software livre, que se
> recusa a usar outro tipo de software, como o maior fã da
> Microsoft, que estivesse preocupado com questões de
> privacidade; o membro de um Partido Pirata que propõe a
> legalização total da partilha de ficheiros, mas também aquele
> que, sendo defensor do direito de autor, propugne antes de
> mais pela defesa do interesse público, na balança de
> interesses a ponderar, nesta matéria.
>
> Um projecto em que pessoas com os mais variados pensamentos,
> ideias e motivações pudessem congregar, no objectivo comum da
> defesa dos direitos digitais.
>
>
> Neste tipo de coisas, dizem-me, existem dois factores que têm
> o mau hábito de minar iniciativas bem intencionadas: Egos e
> (falta de) dinheiro. Pois bem, quanto ao primeiro, é inerente
> à condição humana, não lhe conheço um antÃdoto, mas é um
> factor que estará sempre presente em todo o tipo de
> organizações, não sendo por isso que elas não avançam. Quanto
> ao segundo factor, infelizmente, penso ser de assumir logo Ã
> partida que se deverá contar com orçamento zero (i.e.,
> dependendo somente do trabalho e contribuições não-monetárias
> daqueles que estão directamente envolvidos). Há imensa coisa
> que se pode fazer com orçamento zero, nomeadamente o básico de
> qualquer iniciativa nos dias de hoje: um site bem estruturado
> com todas as informações sobre os problemas que enfrentamos e
> as ideias que defendemos, explicitados de modo a serem
> facilmente apreendidos pelo comum cidadão (é bem mais difÃcil
> do que parece). Posteriormente, havendo orçamento, outros vôos
> seriam possÃveis. Mas não nos preocupemos com isso hoje.
>
>
> Hoje, não discutimos os comos, os quandos, o quanto. Hoje,
> discutimos se temos pessoas e vontade. Existindo estes, o
> resto se seguirá.
>
>
> Se for do vosso interesse participar na criação de um projecto
> como este, por favor manifestem-se. Medium (comentários),
> email, Facebook, Reddit…
>
>
> Agradece-se a partilha.
>
>
> Link:
> https://medium.com/@Edd_S/apelo-pela-defesa-dos-direitos-digitais-em-portugal-cd7462e8dced#.q75hackzz
>
>
> Grato pela atenção!
>
>
> Eduardo Santos
>
>
>
> _______________________________________________
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> http://listas.ansol.org/mailman/listinfo/ansol-geral
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