[ANSOL-geral] estudo sobre impacto pirataria informática e relação com o Software livre e opensource
Marcos Marado
mindboosternoori gmail.com
Quarta-Feira, 30 de Maio de 2012 - 18:01:36 WEST
Olá,
On Monday 28 May 2012 09:36:22 Rumo ao Desassossego wrote:
> O estudo nao fala em software livre (o que é grave) mas factualmente não é
> correcto que considere o software livre como pirataria. No relatorio da BSA
> (cujos valores o estudo português utiliza) é possivel ver que o software
> livre é referido e qu não é considerado como pirataria - entrando nos
> cálculos ao nível de uma matriz de conversão baseada em custos.
Podes-me dizer exactamente qual dos relatórios da BSA é que têm isso, e em que
página? Estou curioso para saber isso para saber se os números usados no
estudo Português são mesmo esses ou não, porque não é isso que o estudo diz...
Aquilo que eu vejo no estudo Português é que ele é baseada numa coisa chamada
"taxa de pirataria" e que eles definem como sendo calculada assim:
taxa = (A*B - C)/(A*B)
em que
A = número de PCs vendidos
B = número médio de programas em cada PC
C = número de programas (legalmente) vendidos
Olhando para a fórmula chega-se à conclusão que se está a tentar a calcular a
taxa de C (neste caso a taxa de "programas legalmente vendidos"), mas eles ao
chamarem-lhe "taxa de pirataria"* estão automaticamente a dizer "se não foi
legalmente vendido, então é pirataria". Daí o "não estar a contar com software
livre", se bem que a afirmação correcta seria "não está a contar com software
gratuito". E isso há-de fazer variar um bocado os números: diz-me aqui a
consola que tenho 2814 programas instalados, todos eles gratuitos. Para este
estudo - segundo a fórmula ali descrita, o PC que estou a usar tem 100% de
software pirata...
* na realidade isto não faz sentido nenhum, se eles querem taxa de pirataria
então deviam querer o contrário da taxa de C, e a fórmula devia ser
1-(A*B-C)/(A*B).
> O que
> acontece - e é problemático - é que a a) a matriz não é divulgada, b) o
> método de cálculo provavelmente não reflecte adequadamente o contributo do
> software livre (para já não falar na incerteza dos dados usados), e c) a
> matriz é (mais do que) provavelmente inválida no caso português.
No fundo o problema, como o Ludwig bem aponta no seu artigo[1], é que este
"estudo" não tem nada de estudo científico.
[1] http://ktreta.blogspot.pt/2012/05/treta-da-semana-correlacao-e.html
Cumprimentos,
--
Marcos Marado
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