[ANSOL-geral] João Pedro Pereira neste momento já deve ter emprego nas RP da mico$oft portugal

Nuno J. Silva nunojsilva ist.utl.pt
Sexta-Feira, 2 de Março de 2012 - 12:50:28 WET


On 2012-03-02, paula simoes wrote:

> Mas o que é que se passa convosco?  Resolveram aderir ao "é cool criticar o Stallman?"
>
> Reparem: o jornalista fez três perguntas sobre exactamente o mesmo tema, o homem respondeu às três e explicou porquê.
[...]
> Explicou claramente porque acha isto. Insistir numa quarta pergunta
> sobre o mesmo tema, chama-se "bater no ceguinho".
>
> Aquilo que vos estou a dizer, já o disse directamente ao João Pedro
> Pereira e nitidamente na quarta pergunta o jornalista deixou de ser
> entrevistador para passar a ser oponente.
>
> Um entrevistador não é um oponente e uma entrevista não é uma luta.
>
> O João Pedro Pereira argumenta que pretendia aprofundar mais o
> assunto, mas eu não vejo como. Há casos que justificam um jornalista
> mais acintoso: quando o entrevistado se contradiz, quando não é claro,
> quando diz uma coisa diferente do que disse noutras entrevistas,
> quando diz uma coisa e faz outra, etc.
>
> Não é o caso aqui. Aliás, até acho que o Stallman se portou muito
> bem. E na quarta pergunta, o homem começa a responder, mas a meio deve
> ter pensado "este gajo já me fez esta pergunta três vezes, já lhe
> respondi, já expliquei porquê, até lhe disse o que estou disposto a
> fazer para não usar software proprietário. Este gajo não está
> interessado numa entrevista. Este gajo está interessado num
> confronto."
>
> Eu não sei se foi isto que o Stallman pensou, mas é esta a conclusão
> que tiro da análise da entrevista.

Independentemente do factor erro humano, no factor de nos podermos
deixar levar (se é que o JPP não terá lá entrado já com claras intenções
de se atirar à luta com o rms...), sobre a entrevista podemos ser
objectivos: aquilo não foi cá entrevista nenhuma.

Sinceramente, o Público devia também parar aqui para analisar a sua
responsabilidade -- afinal de contas, até a imprensa portuguesa tem uma
reputação pela qual há-de querer lutar...

> Eu não defendo um jornalista neutro, mas defendo um jornalista
> imparcial (exceptuam-se os casos, que não se aplicam aqui, de
> conflitos entre valores fundamentais: liberdade e escravidão,
> democracia e ditadura, direitos humanos e pena de morte, etc)

O JPP foi tão imparcial quanto estes jornalistas:
http://www.youtube.com/watch?v=BKBuqvy-rWw

[...]
> Se estivesse no lugar do João Pedro Pereira, podia-me ter acontecido o
> mesmo (às deixamos-nos levar), mas nesse caso não teria publicado a
> entrevista. Teria feito uma notícia.
>
> Só publicaria uma entrevista interrompida no caso em que o
> entrevistador se tivesse recusado a responder a uma pergunta (e porque
> isso daria informação sobre a posição do entrevistado). O que não foi
> o caso: o homem respondeu três vezes à mesma coisa, de forma clara e
> até explicou porquê.

O que fica também claro é que o tipo que fez as perguntas estava tão
desesperado à procura de um "escândalozito" que publicou a entrevista
como a publicou.

Nesta altura, parece-me mais provável que a Microsoft tenha pago a
alguém para se fazer passar por jornalista do Público do que tenha sido
realmente um jornalista a fazer as perguntas em questão -- se bem que
anos de contacto com a imprensa portuguesa me levam a crer que
(infelizmente) é bem possível que se trate de um jornalista real...


Já agora, se não me engano, o peluche não foi vendido por 85 EUR? É que
a notícia fala em 65...

> On Friday, March 2, 2012 at 12:56 AM, Gustavo Homem wrote:
>
>> From: "André Esteves" <aife  netvisao.pt (mailto:aife  netvisao.pt)>
>> > 
>> > http://www.publico.pt/Tecnologia/richard-stallman-nao-se-pode-confiar-num-programa-de-software-que-nao-seja-livre-1535800
>>  
>> Infelizmente ler esta entrevista do Stallman dá uma certa vontade de ir trabalhar para lá :-|
>>  
>> Se o tipo não se armasse em prima donna as coisas não teriam corrido tão mal. As perguntas que o jornalista fez são perfeitamente legítimas e até me parecem naturais. Impunha-se responder-lhe com classe em vez de fazer uma birra.
>>  
>> Conclusão a tirar:
>>  
>> Se não concordas com Stallman ou pelo menos estás na dúvida, não lhe dirijas a palavra.

-- 
Nuno J. Silva (aka njsg)
gopher://sdf-eu.org/1/users/njsg



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