Re: E-mail e Unicode WAS: RE: [ANSOL-geral] Horário do debate e gravação - Software[...]

Bruno Rodrigues bruno.rodrigues litux.org
Sexta-Feira, 5 de Outubro de 2007 - 22:03:53 WEST


On Oct 5, 2007, at 22:31 , Bruno Rodrigues wrote:

> E ainda perguntam porque é que o governo não quer mudar de Word  
> para Openoffice? O barato sai caro. Esta é uma guerra perdida. Só  
> há duas coisas por onde podem (podemos) pegar - a qualidade (real)  
> do produto (e.g. apache e a maioria dos componentes server), e pela  
> liberdade (documentos legíveis daqui a decadas quando a microsoft  
> morrer). Pegar pelo preço não dá. Tal como outra pessoa disse nesta  
> lista, trocar um produto que custa 'x' por um que custa 0 mas custa  
> 2*x em formação, nem pensar.
>
> ODF SIM!
> OpenOffice (ainda) NÃO!

Pegando só mais um bocadinho neste ponto: ;)

Tenho tido várias discussões aqui com os meus colegas Alemães e  
Ingleses sobre estes assuntos. Os Ingleses querem é bjecas e pronto,  
não há muito mais discussão.

Os Alemães em geral, e quando relacionado com informática, conseguem  
ser extremamente anti-Microsoft (diria mesmo anti-USA quando  
possível). Sim continuam a usar Windows, mas tentam proactivamente  
evitar a Microsoft ao máximo. É esta a razão para o qual o Firefox é  
tão usado aqui, assim como qualquer coisa que toque musica e que não  
seja o Windows Media Player (winamp, itunes, etc.).

Há muitissimo switcher a mudar-se para o Mac, mas há também muita  
gente a usar Linux para uso pessoal. É incrivel às vezes ter colegas  
do Marketing a tentar ensinar-me coisas de Linux ((K)Ubuntu na  
maioria dos casos) pois pensam que eu sou um Mac user e não sabem que  
vivi mais de cinco anos em Linux (e continuei a viver nele, mas no  
servidor).

Anyway, muitas vezes discute-se aqui coisas como o ODF vs. OOXML e os  
standards. A pessoal da VF tem uma obsessão pelos standards (do  
pessoal técnico ao marketing), o que por vezes é um impecilho para o  
desenvolvimento máis ágil. Esta obsessão e reconhecimento que "o que  
é standard é bom" torna as discussões mais fáceis e geralmente  
terminam em "sim claro ODF é que tem de ser", mas a conclusão  
continua sempre com um "but how do I use it?". Por muito que queiram  
ver-se livre dos DOCs e XLSs e PPT's, o OpenOffice ainda não é uma  
alternativa (excepto para a cartita da familia ou as compras da casa,  
ou seja uso pessoal em coisas simples).

O que este pessoal costuma fazer é trabalhar em cima do Office  
(especialmente quando há multiplos editores), e no fim quando o  
documento é "aprovado" como final, gravam uma cópia em PDF e  
confirmam se o Acrobat (e pedem-me para ver no Apple Preview) se o  
PDF contêm tudo. Esta foi a forma de manter a legibilidade dos  
documentos no futuro, sem comprometer a facilidade de utilização e a  
formação que toda a gente tem (directamente ou indirectamente) do  
Office da Microsoft.

Irão algum dia mudar para OpenOffice no escritório? Nunca. Irão usar  
Office em Casa? Se possível, não, visto que até um marketeer consegue  
meter um (K)ubuntu com Firefox e OpenOffice a funcionar em casa.


Portanto, pegando de volta no caso do parlamento:
- obrigatoriedade de usar office (aka proprietario): não
- obrigatoriedade de usar openoffice (aka opensource): não
- obrigatoriedade de usar formatos abertos (ODF): sim por principio  
democrático - mas como implementá-lo sem comprometer os dois pontos  
acima?

Que tal se houvesse uma lei a obrigar ODF em todos os documentos  
internos e externos, e obrigar a Microsoft a suportar ODF se quiserem  
que seja usado pela função pública. Toda a gente (função publica e  
povo em geral) tinha a liberdade  de escolher se queria usar  
OpenOffice ou MS OFfice ou outra coisa qualquer, desde que soubesse  
ler e escrever o protocolo. Assim ninguem era obrigado a usar nenhum  
software em particular.

Assim seria apenas uma coisa onde concentrar a "luta", e o resto  
viria por acréscimo. O que acham?




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