[ANSOL-geral] Re: [Ansol-socios] Software Livre no Parlamento

Manuel Silva msilva portolinux.net
Quarta-Feira, 3 de Outubro de 2007 - 11:56:04 WEST


Bom dia!
Confesso que a partir do momento em que os CDs estejam entregues, não
tenciono voltar a falar neste assunto.

On 10/3/07, Diogo Santos <Diogomcs  mail.pt> wrote:
> > A diferença é grande mas não compete a mim, nem à ANSOL, nem às
> > comunidades de Software Livre fazer qualquer juízo a esse respeito. Tu
> > mesmo dizes que não somos políticos(*), daí apenas referir o nome do
> > Projecto de Resolução e passar logo para a explicação do CD que têm à
> > frente.
>
> Enquanto cidadão tenho todo o direito de fazer qualquer juízo, e de exprimir
> esse juízo, sobre qualquer tema que seja debatido na AR, afinal de contas
> estamos num país com liberdade de expressão, democrático.

Estamos plenamente de acordo. E nós estamos a fazer juízos, porque
somos Porto Linux, porque somos Ubuntu-PT. A partir do momento que
vestimos estas camisolas estamos a exprimir a nossa posição e opinião;
a partir do momento em que vamos levar CDs ao Parlamento e dizer aos
Exmos. Srs. Deputados que existimos e damos apoio técnico e
não-técnico a Software Livre, estamos a reforçar essa posição e
opinião.
Com isto tão evidente, faz sentido andarmos depois a apelar
descaradamente a votos? Há coisas que não precisam de ser escritas e,
ao não serem escritas, fazem com que haja maior receptividade por
parte de Grupos Parlamentares que não o partido que apresenta a
proposta.

> E tenho esse direito porque ao contrário do juízo feito pela AR, o meu não é
> lei, é uma mera opinião.

E o oferecermos o CD e considerarmos que este tem condições para ser
adoptado na AR estamos também a manifestar uma opinião.

> Acredito que eu e todos os outros cidadãos, têm todo o direito de comunicar aos
> seus representantes qual a sua opinião, quais os fundamentos dessa opinião e

Até aqui estamos de acordo, e continuo a dizer que o que foi feito
reflecte precisamente isso.

> até mesmo de apelar a um sentido de voto, porque TODOS eles são nossos
> representantes. Claro que eles não são obrigados a seguir a nossa opinião, mas
> têm que respeitosamente considerar as opiniões.

Tens várias formas de apelar ao voto. Enquanto cidadão, o apelo ao
voto que tem maior impacto em mim é aquele que me mostra um programa
eleitoral com cabeça, tronco e membros, que justifica as mais-valias e
como é exequível. Nunca votei em A ou B por dizerem somente "vota
<nome do partido aqui>". Nesse sentido considero que o que o Porto
Linux e a comunidade Ubuntu-PT (responsável por trazer para cá 230
CDs, numa altura em que a Canonical já estava a dar enfoque à próxima
versão que sai dentro de 15 dias) estão a apelar a um sentido de voto.

> > O facto de apelar ao voto numa proposta que concordo é sempre
> > faccioso; apelar ao voto em algo que não concordo é igualmente
> > faccioso e acresce a agravante de ser hipócrita. Faccioso vem de tomar
> > posição.
>
> Ok!
> Então que sejamos facciosos!

E somos!

> Afinal de contas a ANSOL é constituída por pessoas que apoiam o Software Livre.
> Não por pessoas que são neutras a respeito do Software Livre. E não há qualquer
> mal nisso.

E ainda bem! O Porto Linux também. A eventual diferença é que o Porto
Linux é uma comunidade, com pessoas da esquerda à direita, com pessoas
activistas e com pessoas que simplesmente têm curiosidade em saber até
onde se pode ir com GNU/Linux e software livre em geral. A ANSOL, por
outro lado, tem como fim último a defesa do Software Livre, as pessoas
que estão na ANSOL (e nas listas da ANSOL) são necessariamente
activistas e, questionavelmente, a ANSOL colou-se demasiado a uma
orientação politico-partidária.

> Eu vejo mal é em não termos coragem para defendermos aquilo em que acreditamos.
>

Mais uma vez, de acordo. O estarmos a ir à AR levar 230 CDs revela que
defendemos aquilo em que acreditamos!

> Também não vejo mal em apelarmos, a que os outros, adiram aos nossos valores,
> enquanto os outros tiverem a opção de recusar, ou de nos ignorar.

Acho que já esclareci que, sendo as comunidades que são, sendo a
iniciativa que é, o apelo é por demais evidente!

> > Estar a meter ao barulho o OpenDocument Format e dizer que se apoia
> > esse formato em detrimento de outros é acrescentar ruído à questão:
>
> Discordo!

Estás no teu direito! :D

> Usar standards livres é tão fundamental como utilizar Software Livre.
> São ambos dois pilares da Liberdade na Informática.

E não é que concordo contigo? :D
Quando nos estamos a dirigir a pessoas que não são informáticos nem
acompanham estas coisas de perto, ainda por cima uma questão que vai
ser votada nas próximas horas, temos de nos focar no que está em
causa. Aliás, a referência aos formatos não ficou esquecida,
simplesmente optou-se por não andar a falar de ODF, OOXML,
Microformatos, ...

> A adopção de Software Livre está muitas vezes dependente de questões técnicas
> relacionadas com a interoperatibilidade, por tanto é politicamente e
> tecnicamente relevante falar de um dos principais factores que permitem a
> migração para o Software Livre. Não ter isto é conta na argumentação e na
> proposta é condenar a sua aprovação ou sua execução ao fracasso.

Mas foi tido em conta, simplesmente evitaram-se as tecnicisses. Essas
ficam para quando estivermos a falar em coisas na Especialidade, com
os Srs. Deputados que compuserem a Comissão.
Não quero colocar 200 ou mais membros da nossa Assembleia a pensar
"isto do Software Livre é uma complicação, mais vale votar não e
continuar a usar o software que sempre usei".

> A utilização de standards livres é um poderoso argumento a favor da segurança
> da opção de Software Livre. Dá confiança!

Mais uma vez, de acordo.

Cumprimentos,

Manuel Silva



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