Re: =?ISO-8859-1?Q?RE:_[ANSOL-geral]_ANSOL_, _P?= lano Tecnológico e Portáteis
Carlos Patrão
cpatrao moredata.pt
Segunda-Feira, 18 de Junho de 2007 - 01:16:27 WEST
Humaneasy Consulting escreveu:
> Olá Carlos,
>
> 2) Penso que seria mais barato, pedagógico e sustentável, criar salas de
> computadores ligados à Net por banda larga, essas salas estariam
> localizadas em Juntas de freguesia, bibliotecas públicas, escolas,
> associações, etc;
>
> Já existem programas desses e em imensos locais. Exemplo: Península
> Digital em Setúbal.
> Muito popular e de Esquerda mas que não funciona de todo, desculpa lá
> que te diga.
>
Viva!
Eu não digo que não haja, digo que há poucos, vou dar-te 3 exemplos
bastante variados, que penso que atestam que algo não corre bem nesta
matéria:
- Em Esposende (litoral norte de Portugal): só em algumas unidades
hoteleiras encontras locais "públicos" com computadores e acesso à Net;
- Chancelaria (concelho de Alter do Chão, alto Alentejo, 500 habitantes,
na sua maioria idosos): Não existe um único local público com acesso à Net;
- V.F.Xira (Distrito de Lx): Existem locais públicos com acesso à Net,
os mais usuais são as Bibliotecas, não chegam para as encomendas, e na
maioria dos casos as ligações e o hardware não funcionam correctamente,
quem precisa de utilizar um PC e a Internet, se não tiver em casa, fica
muito limitado.
Cito estes casos, porque são locais a que estou ligado por relações
familiares e que conheço razoávelmente bem, não os procurei
deliberadamente, apenas tropeço neles diariamente.
> Limitação de tempo de uso. Impossibilidade de trabalhar fora de horas
> de expediente do Estado ou dos estabelecimentos beneficiados.
>
Bem sei que o ideal era que todos tivessem conhecimentos sobre TI, um PC
e ligação de banda larga à Net, mas infelizmente a realidade está muito
longe deste cenário, pelo que é necessário encontrar uma forma de formar
as pessoas e de lhes possibilitar o acesso a computadores ligados à
Net. Como não temos meios para garantir o fornecimento de um PC com
ligação à Net a cada Português, teremos que partilhar meios, se
necessário prolongando horários de funcionamento, a mim parece-me lógico :-)
> Impossibilidade de ter verdadeira privacidade de dados. Wireless só
> acessível em jardins (quando funciona ou seja quase nunca) e espaços
> públicos estatais (vulgus bibliotecas) onde não dá jeito nenhum
> levares as tuas prateleiras lá de casa onde tens os manuais,
> documentação da empresa, telefone de casa, etc, etc, etc.
>
> A opção melhor ainda seria criar uma rede pública de wireless (ao
> género FON <http://www.fon.com>) e fornecer PCs de baixo consumo SFF;
> por exemplo os TranquilPC T7
> <http://www.tranquilpc-shop.co.uk/acatalog/T7Low_PowerScreen.html>
> (fanless), que ainda por cima são verdadeiramente Green Computing
> <http://www.zerocarbonfootprint.co.uk/> (dois coelhos de uma cajadada
> só), ou os Nexus PSile <http://mini-itx.com/store/?c=30> cheios de
> estilo, ou muitos outros
> <http://www.silverstonetek.com/products/p_contents.php?pno=lc08&area=usa>
> já existentes e baratissímos se comprados aos 500.000. Ainda se podiam
> fazer cá em Portugal umas caixas destas sem grande esforço
> tecnológico, que há gente que as sabe fazer nessas universidades e uma
> fábrica de moldagens de caixas não é assim tão complicada de montar.
>
A rede pública wireless é uma boa ideia, quanto a oferecer portáteis sou
mais céptico, é um enorme gasto de dinheiro, penso que mais valeria
investir o dinheiro em formação e em infraestruturas mais sustentáveis.
Um dos grandes problemas para uma percentagem considerável da população,
é acompanharem a evolução tecnológica, infelizmente em Portugal há
muitas pessoas que não têm dinheiro para isso. Quando vejo que a solução
do governo é oferecer um portátil a cada estudante, pergunto-me se para
muitos, não será o único PC que vão ter na sua vida ? Quantos vão ter
dinheiro e conhecimentos para os expandir, reparar, manter e comprar um
novo modelo ?
Apesar de acreditar que para uma percentagem a oferta do portátil com
acesso à banda larga vai permitir-lhes a info-inclusão, tenho dúvidas
que vá funcionar para a maioria.
Outra questão importante é que o problema da info-exclusão não se resume
aos estudantes do 3º ciclo e aos aderentes das Novas Oportunidades, é
necessário pensar nos que estão fora destes programas, nomeadamente, nos
idosos, imigrantes, desempregados de longa duração, populações isoladas,
pobres, marginais, trabalhadores com baixas qualificações, etc. só assim
podemos garantir a igualdade de oportunidades a TODOS.
Abs.
> Assim sempre se promovia REALMENTE a I&D e a economia nacional.
>
> Essa coisa de um tipo andar de portátil às costas é de um novo
> riquismo que até chateia, e os que têm as portas vulgares (COM e LPT)
> e das outras em número suficiente são bem mais caros.
>
>
> Um abraço,
> Lopo
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