[ANSOL-geral] EMI diz não a DRM
Marcos Marado
Marcos.Marado sonae.com
Terça-Feira, 3 de Abril de 2007 - 19:18:48 WEST
On Tuesday 03 April 2007 13:22, Diogo Constantino wrote:
> Ter, 2007-04-03 às 00:13 +0200, Bruno Rodrigues escreveu:
> > Qual é o problema de pagar mais algum dinheiro e obter musica com
> > melhor qualidade (128KB -> 256KB) e como bonus ainda vir sem DRM?
> > Quem esteve satisfeito até agora (2 milhoes?billioes de musicas), irá
> > continuar contentissimo com as suas musicas a 0.99. Quem quer DRM-
> > FREE, tem agora FINALMENTE essa OPÇÃO.
>
> Se calhar alguns de nós, não queriam essa qualidade a mais. Queriam
> apenas musicas sem DRM.
> Não vejo as musicas sem DRM, como um bónus, eu acho que é um direito dos
> consumidores (embora não seja reconhecido legalmente). Antes de haver
> DRM e ainda hoje o standard é não ter DRM. Por tanto, não vejo o ter
> DRM, como algo que eu tenha que aceitar.
Exactamente. Agora pensem só o que aconteceria se todas as lojas de música
online adoptassem, para toda a música vendida, o passo que a EMI e a Apple
tomaram ontem. De repente, o standard passava a ser ter DRM, e o "não ter
DRM" o "extra/luxo que se paga mais caro". Juntem-lhe ainda os estudos que
indicam que a venda de música digital vai ultrapassar a de CD's em 2012. Qual
é o standard agora? Ainda são a favor daquilo que foi feito ontem? Eu tenho
medo, muito medo.
> Também sabias que o Steve e a sua empresa é um dos maiores responsáveis
> pela distribuição de musica com DRM e por boa parte da aceitação do DRM
> no mercado?
> Tendo em conta tudo isto porque é que alguém com dois dedos de testa
> haveria de lhe agradecer?
Citando o Cory Doctorow:
"Like all secrets, DRM can corrupt its host. Just look at Sony's last foray
into DRM, which included a "rootkit," malicious software used by
virus-writers to hide their programs' existence from anti-spyware apps.
Conceptually, spyware and DRM have the same goals: to do something to your
computer that you don't want to happen. Sony's rootkit infected 500,000
American computer networks, including military and government systems.
Apple's DRM is even more widespread."
http://www.salon.com/tech/feature/2007/02/23/itunes/
> Eu estou a dar o beneficio da duvida à EMI. Tanto pode ser que nos
> estejam a atirar areia para os olhos, como pode ser que finalmente
> estejam a começar a entender os maleficios do DRM. Contudo, ainda não
> vai ser isso que me vai fazer voltar a comprar musica (estou a boicotar
> a industria desde que tive conhecimento do DRM à alguns anos).
> Uma coisa garanto, eu não dou o benefício da duvida muitas vezes, a Sony
> já o perdeu...
Aí discordo contigo. "boicotar a indústria" não significa
necessáriamente "deixar de comprar música". Eu continuo a ser a pessoa que
conheço que mais música compro (se bem que este ano estou a tentar reduzir ao
máximo a compra de música, mas por outras razões, pelo que ainda só comprei
20 albums), e boicoto todos aqueles que, a meu ver, estão a estragar a
indústria discográfica. Isto implica que não compro nada das major labels
(incluindo obviamente as suas subsidiárias, como a Interscope ou a Valentim
de Carvalho) ou empresas que declaradamente lucram com isso (não vai dinheiro
nenhum meu para empresas como a Apple, Microsoft, Sony, and so very on).
Curiosamente isso fez-me conhecer muita mais música, e comprar muita mais. O
facto da música das indies ser tipicamente mais barata também ajuda! :-) É
uma experiência que recomendo. Ah, já agora, um pouco de publicidade: existe
uma loja online de música (a que compro online não conta nos meus cálculos)
com um conceito inovador: o www.amiestreet.com . Estes tipos deixam que as
bandas/labels vendam lá a sua música (mp3, boa qualidade, nada de DRM) e o
preço é definido pelo "mercado". As músicas começam por custar 0 cêntimos
(sim, são de borla!) e conforme vão sendo mais ou menos compradas o seu preço
varia. O modelo é algo mais complexo do que isso, mas isto já dá uma
ideia :-)
> Como os formatos não são livres, vou aproveitar os endereços e-mail da
> EMI que estão na press-release para pedir-lhes para disponibilizarem as
> musicas também em Vorbis e Flac e para incluirem sempre as musicas num
> desses formatos nos acordos que façam (pelo menos nos futuros acordos).
Mais uma vez, a decisão do formato foi tomado pela Apple e não pelas editoras.
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Marcos Marado
Sonaecom IT
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