[ANSOL-geral] CDs, copying, etc

Carlos Patrão cpatrao moredata.pt
Sábado, 8 de Abril de 2006 - 11:55:13 WEST


pedro mg wrote:

>Viva Jaime,
>
>discordo quse em absoluto :)
>O teu argumento baseia-se na crítica à indústria fonográfica (para
>situar neste caso), mas a minha argumentação vai sempre na defesa do
>artista. Continuo com a visão do roubo. E roubo é roubo. Se é roubo de
>objecto físico ou de bits de dados, não vejo grande diferença, daí que
>use o exemplo do pão, roupa ou automóveis para exemplificar. Suponhamos
>então que se elimina o agente/editora do circuíto e só fica o artista
>que grava os cd's em casa e os coloca à venda via web e correio normal.
>Neste caso o lesado seria unicamente o artista. Neste caso a duplicação
>dos CD's do artista por uma pessoa em casa que os vai vender a metade do
>preço (e vende às centenas) é vista com bons olhos ? O artista vive de
>quê ? No caso do software pode criar serviços que gravitam à volta da
>utilização do software, mas para um artista de música é difícel
>convencer alguém a ir a casa afinar a aparelhagem :]
>
>  
>
Para a grande maioria dos artistas musicais portugueses a venda de CDs é 
uma forma de se promoverem para angariarem contratos de actuação, a 
venda de CDs é o negócio das Editoras.


As formas de promoção estão a mudar com a diminuição da venda de CDs, é 
inevitável, a evolução das tecnologias digitais e das comunicações vão 
fazer desaparecer certos negócios e fazer aparecer outros, vou dar um 
exemplo para se poder extrapolar para esta questão da diminuição das 
vendas dos CDs, antes de haver ponte em VFX (1951) existia um negócio 
fluorescente de travessias do Tejo em barcaças e de muitos pequenos e 
grandes negócios que giravam à sua volta, restaurantes, pensões, 
armazenagem, tabernas, etc, com a construção da ponte tudo isto entrou 
em profunda crise porque VFX passou a ser um local de passagem, já 
ninguém necessitava de parar por lá para atravessar o Tejo. Não se devia 
ter construído a ponte ? Eu acho que a ponte serviu para ligar o sul ao 
norte de Portugal, foi importante, seria impensável não a terem construído.


Se os autores musicais querem viver dos direitos de autor, vão te que 
optar por outros meios de difusão que não os digitais, se calhar vão ter 
que regressar ao Vinil! É claro que estou a brincar :-), penso que a 
solução é apostarem na promoção através da Net, para chegarem mais longe 
e a um público mais vasto e as editoras vão ter que adaptar o seu 
negócio aos novos tempos e transformarem-se em promotores de artistas e 
obras musicais na Net, isto sem beliscar o direito que os autores têm de 
abdicarem ou não dos direitos de autor.


Existem situações muito diversas na “pirataria” de música e filmes, uma 
situação é não se permitir a venda deste material “pirateado” em feiras, 
lojas, etc, parece-me razoável. O que não me parece razoável é que um 
adolescente/jovem em casa ouça umas musicas na Net, faça download das 
que gosta mais, eventualmente pague até uns cêntimos por elas e depois 
não possa gravar uns CDs, iPods, etc  para partilhar com os amigos, é 
evidente que esta 2ª situação se calhar até está a provocar maiores 
quebras de receitas às Editoras que a 1ª, mas será legitimo 
criminalizá-la ? Não me parece! Nenhum estado tem a capacidade de 
processar milhões de pessoas simultâneamente, será justo punir 
exemplarmente uns, para se dizer que é proibido fazer downloads de 
música e filmes da Net e deixar todos os outros milhões continuarem a 
fazer downloads ? Penso sinceramente que não!


Lanço uma ideia que poderia revolucionar tudo isto, desenvolver um 
formato para conteúdos protegidos por direitos de autor que 
identifica-se inequivocamente o autor, ao fazermos o seu download, 
estamos a pagar um serviço às Telecoms, não seria justo uma % desse 
dinheiro ser entregue de uma forma automática ao autor ?


Abs.








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