[ANSOL-geral] CDs, copying, etc
Rui Miguel Silva Seabra
rms 1407.org
Sexta-Feira, 7 de Abril de 2006 - 21:34:20 WEST
On Fri, 2006-04-07 at 16:51 +0100, pedro mg wrote:
> artista. Continuo com a visão do roubo. E roubo é roubo. Se é roubo de
> objecto fÃsico ou de bits de dados, não vejo grande diferença, daà que
> use o exemplo do pão, roupa ou automóveis para exemplificar.
Péssima interpretação, pior analogia.
Ao contrário de bens fÃsicos, como o pão é sem qualquer sobra de dúvida,
se tu me contares algo, ficamos os 2 a saber algo.
Este é o ponto basilar da coisa: os bens imateriais não podem ser
roubados. Qualquer analogia com bens fÃsicos quebra perante o teste da
materialidade.
O melhor que podes alegar é um (potencial) não lucro. Mas tendo em conta
que a vasta maioria dos artistas não subsiste graças às obras que faz,
mas sim com espetáculos, com estátuas a pedido, etc... e não com
"cópias" do que fazem, então alto e para o barco porque o "lucro" nem
sequer existe para ser perdido.
> Suponhamos
> então que se elimina o agente/editora do circuÃto e só fica o artista
> que grava os cd's em casa e os coloca à venda via web e correio normal.
Acontece que o meio de transmissão ideal da obra em formato digital é a
rede e não o CD. Com os players de MP3 a serem mais vendidos que os
players de CDs portáteis, queres mesmo convencer que pode existir
negócio com futuro à base de vendas de cópias de CDs?
Olha a Naxos... tão famosa e com a sua colecção completa no
emusic.com ...
> Converso com muitas pessoas que "usufruem" deste tipo de venda, e acham
> que estão a fazer uma grande coisa ao comprar tão barato. É isso que me
> irrita pela patetice da coisa.
"barato"? 1 USD / música é caro para o salário médio português ok?
Só nós burgueses é que nos podemos dar ao luxo de pensar que é barato.
> O mundo é complexo demais para se querer que tudo seja barato e
> acessÃvel. Se um artista passa 30 anos da sua vida a aperfeiçoar uma
> técnica que só ele entre muitos passa a dominar, e decide vender um cd a
> 40 euros, não acho que isso seja algo ilegal que ele esteja a fazer.
Boa sorte. A esse preço ou tem muita música e é muito fenomenal, ou
morrerá de fome senão fizer concertos live!
> Acho que é ilegal é que alguém duplique essa obra e a venda por 10
> euros, e penso que é uma falta de respeito que alguém a compre por esse
> valor. Mal por mal, que se duplique sem lucrar com isso...
A minha opinião é que a partilha não comercial nunca deveria ser
perseguida.
> Os combustiveis estão carÃssimos. Se uma estação de serviço estivesse
> com um funcionário cego, era legÃtimo encher o depósito e fugir sem
> pagar, mesmo que o preço por litro seja um roubo e represente lucros
> colossais para por exemplo uma Galp ou Estado ? O combate não deve ser
> por outros meios.
Analogia completamente errada.
> Pode-se ouvir música na Web de forma totalmente legal. Temos o Pandora
> http://www.pandora.com que é excelente e paga todos os direitos (segundo
> o criador num podcast do Leo Laporte/Amber Macarthur), e temos serviços
> como o http://www.live365.com com rádios temáticas. É o que tenho
> consumido nestes tempos :) E é legal. E há bandas que colocam músicas
> nos seus sitios oficiais para download. Os meus últimos são os Sigur
> Ros :) E sim... já não me lembro da última vez que comprei um CD, mas
> filmes, faço-o regulamente (promoções da FNAC).
emusic.com
www.magnatune.com
etc...
> Também tenho dezenas de CD's
Eu tenho centenas de CDs neste momento, e o rácio de compras CD/ANO
diminuiu fenomenalmente por ser-me cada vez mais difÃcil comprar um
disco de algumas bandas que gosto, que infelizmente sucumbiram Ã
corrupção de formatos.
> Uma vez mais digo: o combate à "pirataria" benificia os movimentos Free
> Software.
Mas utilizar termos como "pirataria" serve o inimigo, por ajudar a
difundir a mentalidade onde a cópia não autorizada se deveria enquadrar
no mesmo esquema criminal (quanto mais não seja na percepção do cidadão
comum) que o de um pirata (do ar, do mar, etc...).
> O último email com uns comentários sobre IVAs
A redução do IVA é beneficial tendo em conta outras obras, mas não é um
factor significativo, e lojas como a FNAC só aderem a isso por imagem.
No entanto uma parte muito mais significativa que o IVA é o lucro da
loja... pensem nisto antes de defender cegamente o IVA.
> Muitos artistas, de músicos a escritores são explorados por editoras.
Descreves a norma, e não uma excepção com grandes números.
> É
> como nós com os preços dos combustÃveis. Ou da electricidade.
Não.
Rui
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