[ANSOL-geral] Grave atentado à democracia

J M Cerqueira Esteves jmce artenumerica.com
Sábado, 14 de Fevereiro de 2004 - 04:26:10 WET


On Sat, 2004-02-14 at 03:10, André Esteves wrote:
> «Oh, meu Berloque! Minha careca encantada!!!» - dizia para si mesma a ministra 
> enbevecida ao ver «na net» fotografias da sua paixão...
> «Como és forte e católico! Tão à minha medida...» - sofregamente durante o 
> sonho, a ministra sonhava com milionários, donos de impérios construidos á 
> sombra de lojas P2 com fugas e lavagem de dinheiros no banco do Vaticano e 
> que não têm pejo de usar o botox para lutar a idade...

Sugiro, a bem da honestidade intelectual que afinal pedimos nesta troca
de impressões aos nossos governantes, que não nos deixemos caír nos
mesmos erros que criticamos ou num nível de discurso que a pouco
levará.  Tudo pode ser discutido e relacionado, mas acho que deve ser
evitada a tendência para misturar, por conveniência, a questão com
outras preferências pessoais.   Esta discussão será muito mais bem feita
independentemente de questões religiosas ou outras misturas de planos,
independentemente de qualquer legitimidade que essas outras discussões
possam ter.    E já agora, quanto mais não fosse a título de
contra-exemplo, conheço por exemplo várias pessoas católicas
extremamente conscientes da situação e preocupadas com os problemas
levantados por legislação desta.   Estou perfeitamente à vontade para o
dizer até por não ser habitualmente visto "exactamente" como um
apologista do catolicismo.  Só que também não sou apologista
da generalização apatetada, ou demagógica, venha de que lado vier.  Não
digo isto como insulto, mas tentando pedir que pessoas que sei que
conseguem fazer melhor façam melhor e não se deixem descer de nível tão
facilmente (não que eu seja imune ao mesmo).  Até a bem daquilo
que estão a tentar defender.

Para mais exemplos:

> E nos CD's que edita... - «Amoreeeeee mioooo!!!!!»

E não pode cantar e editar CDs?  Ou a liberdade a defender é a Liberdade
"minus a few things?"

> Tudo isto de um homem que não vergonha de admitir que começou como vendedor de 
> aspiradores... 

E há desonra, há vergonha em vender aspiradores?   Não é louvável
que se tenha disposição para falar disso sem complexos?

Ao misturar isto com as questões sérias, não enfraqueces
afinal a tua própria apresentação dessas questões?  Por muito
exacto que o resto possa ser, pelo menos sobre a credibilidade 
uma leitura mais superficial pode causar a impressão errada.
Podes argumentar que as primeiras impressões não interessam, e que quem
lhes liga é parvo.  O problema é que é da natureza da vida estarmos
sempre a tomar decisões com informação insuficiente, e somos obrigados a
fazer modelos do que está à nossa frente, que será impossível serem
sempre justos.  Alguém que veja argumentação assim e estiver com falta
de tempo pode bem não chegar a reparar em algo mais importante que
tenhas para dizer.

> Nem o Paulinho da Peixeiras lhe chega aos calcanhares...

Onde, espero, não haja um "olhar de cima" para a condição de peixeira
como, sei lá, uma casta inferior.  Seria curioso num discurso
aparentemente tão virulento contra algumas "élites".  É mais difícil
reconhecer quando a "élite" (no mau sentido) "somos" nós.

> Afinal, a Itália não é um grande... país?!

Não sejamos nós pequeninos.  E não tenhamos grandes ilusões sobre
Grandes países.

Cumps
                                         JM

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