[ANSOL-geral]Projecto-lei sobre Software Livre (URL)
Jose' Sebrosa
sebrosa arroba artenumerica.com
Thu Oct 3 21:47:02 2002
Continuo sem ter lido o projecto-lei (vergonha!). Mas quero aproveitar a
boleia desta mensagem para acrescentar uma coisa:
Joao Miranda wrote:
>
> Se não fosse ineficaz e impraticável, o projecto seria dispendiosos
> porque não é possível converter toda a administração públic=
a para
> software livre sem custos extraordinários porque todos os procediment=
os
> foram adequados a esse software, porque existem milhões de
> documentos em formatos proprietários e porque seria necessário reci=
clar
> milhares de funcionários.
Gostava de ver abandonar o argumento do preço. Neste caso o João usa-o contra
o Software Livre, mas o que me preocupa é quando se tenta usar o argumento é a
favor do Software Livre.
Defender o Software Livre na Administração pública argumentando com o preço é
pedir sarilhos. Não custa nada à ms dizer que "não seja por isso, eles
oferecem as licenças", e a nossa bela argumentação vai toda pelo cano. Pelo
que o Paulo Trezentos contou, foi isso que aconteceu recentemente em 800
escolas do país.
Ao tentar fazer o Software Livre entrar em áreas estratégicas, o preço é de
facto um argumento a favor da ms. Se a área é estratégica, eles dão à borla.
Até pagam, se for preciso!
Devemos argumentar com coisas que a ms não está preparada para oferecer -- e
que, de facto, são *as* coisas importantes. Para cada área há uma razão forte
inatingível pela ms. Vejamos de que me consigo lembrar:
Administração Pública
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Os nossos argumentos devem ser:
* Auditabilidade.
* Documentos com formatos abertos.
* Independência de fornecedores.
* Perenidade dos arquivos.
* Outros? Quais?
Escolas
-------
Os nossos argumentos devem ser:
* Acesso à fonte estimula curiosidade dos alunos.
* Robustez do sistema (fácil de recuperar por mais que os alunos o
assassinem).
* Facilidade de aproveitamento de equipamentos de outra forma obsoletos.
* Perenidade dos arquivos (importante para as secretarias).
* Outros? Quais?
Em todos estes casos, é mais inteligente tratar o preço como coisa secundária.
A vantagem estratégica para o ouvinte é outra. Quando o ouvinte perguntar pelo
preço, diz-se que as licenças são à borla, mas antes já se disse que o que é
mais importante (e, sabemos nós, com que a ms não pode competir) são as outras
vantagens.
Sebrosa