[ANSOL-geral]Re: [Direccao]Sugestao para o CD no Porto2002

Jose' Sebrosa sebrosa arroba artenumerica.com
Thu Nov 7 20:48:01 2002


On Thu, 2002-11-07 at 19:22, Rui Miguel Seabra wrote:
> On Thu, 2002-11-07 at 18:44, Jose' Sebrosa wrote:
> > On Thu, 2002-11-07 at 11:17, Jaime E. Villate wrote:
> > > obrigado pelo teu interesse e pelas sugestões. Não concordo com q=
ue o preço
> > > seja a única motivação para o utilizador individual; niguem com=
pra o Outlook
> > > no supermercado; vão onde o vizinho que trouxe a sua cópia do emp=
rego e que
> > > tem uma unidade de CDRW e pagam apenas o CD virgem que é muito bara=
to.
> > Err....   ou seja, esse individuo escolhe a opcao mais *barata*, certo?=
 
> > My point exactly!
> 
> Acho que ninguém discordou. Apenas consideramos isso como acessório.
> Afinal, ele não escolheu por ser a opção mais barata, mas porque ti=
nha
> de ter um programa para xpto, e, sendo tão simples e barata a cópia
> digital, só consegue ver vantagens acrescidas no preço.


No caso dos programas e utilizadores em que estou a pensar, nao concordo
que a razao da escolha seja a de que ele [o user] "tinha de ter um
programa para xpto".  Nao estou a pensar nas pessoas que usam programas
porque precisam (motor = necessidade), mas nas que usam porque podem e
gostam (motor = curiosidade).  Estou a pensar, por exemplo, num
adolescente a usar photoshop para fazer bonecos.  E' a esse que eu me
dirigo quando digo em grandes letras "Olha! Gimp! Gratis!".


> Contudo, não é o preço que promovemos. Essa é apenas uma das suas
> características típicas.


Ou seja:  a ANSOL nao promove *apenas* o preco, mas promove *tambem* o
preco. Ergo promove o preco, QED.

Portanto, enquanto as pessoas nao conseguirem ler pelo canto do olho,
sem querer, um manifesto GNU, e formos obrigados a usar uma frase curta
para lhes chamar a atencao, estamos obrigados a usar frases tipo "500
contos de software 'a borla".


> > > Acho que a canção da legalidade que tu sugeres deve não só se=
r cantada más
> > > ficar em letras ainda maiores no lençol.
> > Acho que estamos a falar de coisas diferentes.  Eu estou a falar de
> > publicidade, de chamar a atencao, do titulo do livro que faz as pessoas
> > irem ver mais.  Tu estas a falar da mensagem, que e' o que esta' dentro
> > do livro.  O argumento eterno e':  Para a malta ler a mensagem tem que
> > virar os olhos para ela.  O lencol e' para atrair os olhos.
> 
> Desculpa, mas há coisas que nem grátis eu vejo (Big Brother, etc...) =
e
> outras que me ofereceram e mais apetece deitar no lixo de tão más que
> são (mas que prefiro guardar para criticar).


Concerteza.  Mas espero que nao estejas a usar esses exemplos
irrelevantes para desviar a conversa do assunto principal...

[expressao-chave numero um acima: "ha coisas"]


> > > O aspecto do preço também é importante mas eu ponha isso no ú=
ltimo
> > > lugar da lista de vantagens.
> > Inteiramente de acordo -- com a ressalva de que por isso no ultimo luga=
r
> > da lista de vantagens nao e' incompativel com po-lo nas letras maiores
> > do titulo.
> 
> Não acho que seja necessessário.


Nao e' necessario (sinonimo de vital, essencial), mas e' bom (sinonimo
de preferivel, inteligente, melhor opcao).  Ou seja, a ANSOL nao morre
se nao usar a tal frase, "apenas" perde uma oportuidade.


> Aliás, há muita gente que acha que se é
> gratuito então não pode ser bom!


Heheheh!  Deve ser por isso que nunca se fazem promocoes, os saldos sao
tao raros e nunca ninguem tem a ma' (pessima!) ideia de escrever "pague
um e leve outro de borla"...

[expressao-chave numero dois acima: ha muita gente]


> Simplesmente não incluir um preço e não focar esse ponto transmite =
a
> mensagem da gratuicidade de forma mais subtil e eficaz do que chamar a
> atenção <<olha, leva, 'tájabere, é grátis!>>


Think "outdoor".  Think "titulo de jornal".  Think "entrevista para
jornal".  Think "NTV".  Think "SIC Radical".

Think!


> Acho que fica mal.
> 
> Há coisas em que a omissão é o melhor remédio.


Hehehehe!  Sim, devemos cobrir as nossas vergonhas!  Gratis?  Que
vergonha...!  :^)

Mas eu prefiro nao omitir a SIC.

[expressao-chave numero tres acima: ha' coisas]


> > Em publicidade, as palavras que "vendem" mais sao, primeiro "gratis", e
> > segundo "novo".  Quem nao acredita veja o que eles dizem sempre nos
> > anuncios dos detergentes e dos telemoveis.  Nos temos a primeira palavr=
a
> > do ranking!  Chega a ser pecado nao a usar...
> 
> O "Novo" não me ofende tanto quanto o grátis, que normalmente é usa=
do
> para "aproveite e leve grátis ACESSÓRIO ZBR".


E' com a Realidade que temos que lidar.  As pessoas Reais pensam em
dinheiro e no que lhes custa gasta'-lo.  Portanto gostam de ler a
palavra "gratis".  Nao e' vergonha nenhuma darmos algo gratis e nao e'
vergonha nenhuma anunciar isso.


     * * *


Permitam-me (e nao me levem a mal) o seguinte:

<Nota filosofico-metodologica>

Nao gosto das [expressoes-chave] acima ("ha' coisas", "ha' muita
gente"...).  Ha' *sempre* """coisas""" e """muita gente""" disponivel
para servir de contra-exemplo a *tudo* -- e como ha' *sempre*, dizer que
"ha'" em qualquer caso particular e' *sempre* content-free.

Usar este genero de expressao numa discussao da qual se pretende que
saia uma *decisao* apenas faz sentido se a ideia for decidir apenas o
que e' unanime.  Como a unanimidade e' uma utopia, isto implica sempre
*nao* decidir -- ou, na pratica, deixar tudo como esta'.  Toda a gente
perde tempo e nada se faz.

Considero aquele tipo de expressao (e os raciocinios baseados nela) nao
so' esteril, como nefasto a uma discussao que se pretende que seja clara
e possa levar a algum lado.

Em termos simples:  E' um discurso que so' serve para empatar.  Portanto
assinalo as expressoes mas nao as comento (ie, nao as alimento) mais que
isto.

Tempus fugit!

</Nota filosofico-metodologica>


Cumps.,
Sebrosa




> 
> Rui
> 
> ps1: por favor, cada vêz que usam derivados de Pirata para se referirem
> a cópia ilegal, fazem-me lembrar do Long John Silver, e dos pesadelos
> que ti quando era miúdo e li a Treasure Island, ou mais recentemente da=
s
> Twin Towers.
> 
> ps2: usar "pirataria" UMA vêz para mote de chamar a atenção de que =
se
> deve usar antes o termo de cópia ilegal é útil.
> 
> ps3: os termos certos realmente surgem efeito... já vi muita gente
> começar a entender as diferenças conceptuais entre "opensource" e
> software livre, e começam aos poucos a mudar