[ANSOL-geral]O que a ANSOL defende

Luciano Miguel Ferreira Rocha strange arroba nsk.yi.org
Thu, 17 Jan 2002 11:22:04 +0000


On Thu, Jan 17, 2002 at 10:19:24AM +0000, RP wrote:
> 1. Desde que o código seja produzido única e e excusivamente por mi=
m, 
> posso, em qualquer altura modificar a licensa? No caso de haver 
> contribuições por parte de outros programadores, será lícito mo=
dificar a 
> licensa sem expressa autorização daqueles?

Sim, o programa continua teu, por isso podes distribuí-lo sob a ou as licenças
que quiseres. O que não podes fazer é mudar de GPL para uma proprietária,
por exemplo, *e* querer anular a licença GPL actual. Ou seja, o que já
lançaste como GPL não pode deixar de existir por tua imposição como GPL. Mas
podes distribuí-lo sob outras licenças não-GPL.

> 2. Sendo eu professor (em exclusividade) não posso, pessoalmente, cob=
rar 
> qualquer tipo de $$$ pelo trabalho desenvolvido, pelo que o meu interes=
se 
> recai apenas sobre o desenvolvimento de uma área que, no meu entender=
, está 
> bastante esquecida no seio da comunidade open source. Por este motivo, 
> enveredei, desde início pelo GPL (e não pelo LGPL). Posso, no entan=
to, 
> conceder versões LGPL a algumas empresas com quem possa negociar 
> "contrapartidas"?

Que contrapartidas? Não podes exigir à empresa que liberte um produto seu
sob a GPL, para isso usarias a GPL e não a LGPL. Além disso, a empresa
a quem forneceres a biblioteca sob LGPL tem a obrigação de a fornecer também
como LGPL, incluindo o código fonte.

(
 Da LGPL: http://www.gnu.org/licenses/lgpl.html:
 For example, if you distribute copies of the library, whether gratis or for
 a fee, you must give the recipients all the rights that we gave you. You
 must make sure that they, too, receive or can get the source code. If you
 link other code with the library, you must provide complete object files
 to the recipients, so that they can relink them with the library after
 making changes to the library and recompiling it. And you must show them
 these terms so they know their rights. 
)

Não conheço o estatuto de um professor, por isso não sei se não podendo
exigir contrapartidas monetárias podes exigir outro tipo de contrapartidas.
Se puderes, podes então fornecer a biblioteca como LGPL, mas não podes esperar
que mais nenhuma empresa a use sem te dar contrapartidas.

> 3. Sem querer alongar demais a discussão, tenho também uma especula=
ção que 
> foi levantada por uma pessoa com quem tenho discutido assuntos relacion=
ados 
> com GPL e que pertence a uma empresa de desenvolvimento de sw extremame=
nte 
> fechado (o pólo oposto).
> Ele defende que, se o mundo idealmente, seguisse a corrente de 
> desenvolvimento open source, o que aconteceria seria uma exagerada 
> peoliferação de "vendedores" em detrimento de programadores... Eu 
> desenvolvo um produto, que coloco à venda com a licensa GPL. O meu 
> concorrente obtém as sources e adiciona funcionalidade, eu faço, de=
 seguida 
> o mesmo... portanto, vai estar a ser comercializado um produto igual po=
r 
> n++ concorrentes, que terão de fazer algo para ganhar a vida - vender=
 da 
> melhor maneira possível, uma vez que o produto é o mesmo... o que a=
cham?

Se "vender da melhor maneira possivel" significa vender o melhor suporte,
concordo. :)

> 4. Na minha instituição de ensino, é hábito realizar uma semana=
 dedicada às 
> engenharias, sendo um dos dias dedicado à Engenharia Informática. C=
omo 
> estou a organizar este evento juntamente com outras pessoas, gostaria d=
e 
> saber qual é a viabilidade de ter algum representante da ANSOL para f=
azer 
> uma pequena palestra de esclarecimento e sensibilização para o sw l=
ivre no 
> seio dos nossos alunos. Em princípio, esta semana será em Maio.

Maio é muuuuito longe... :)

Cumps
Luciano Rocha

-- 
Luciano Rocha, strange arroba nsk.yi.org

The trouble with computers is that they do what you tell them, not what
you want.
                -- D. Cohen