[ANSOL-geral]Busca de projectos open-source portugueses...

Jose Abilio Oliveira Matos jamatos arroba novalis.fc.up.pt
Wed, 9 Jan 2002 08:24:13 +0000


On Wednesday 09 January 2002 01:17, Vasco Figueira wrote:
> Viva,
>
> (Hoje o dia correu-me muito mal... Se por acaso transparecer alguma
> irritabilidade, por favor sejam condescendentes. Já sei o que é que=
 a
> casa gasta :-) )

  :-)

> J M Cerqueira Esteves wrote:
>  >>Nós (defensores do software Livre) não podemos ter a presunçã=
o de dizer
>  >>às pessoas o que elas devem fazer!
>  >
>  > Se se defende alguma coisa, então porque não dizê-lo?  Quem de=
fine as
>  > licenças são... pessoas.  Se não se diz às pessoas o que ach=
amos que
>  > deviam fazer, resta o quê para dizer a quem?  Não se trata de fo=
rçar
>  > ninguém violentamente.
>
> A questão está no tom em que se faz.
>
>  >>Claro que também eu gostaria que todos os programas fossem
>  >>licenciados sob a GPL, mas faço figura de otário se me virar par=
a
>  >>alguém e lhe disser que não aceito que ele licencie algo *dele* =
como
>  >
>  > Esse "*dele*", sublinhado e tudo, é muito caro a quem promove
>  > regularmente expressões como "propriedade intelectual", mas não
>  > é apoiado por nenhum (supõe-se) direito de origem divina nem
>  > (espera-se) por uma equivalência legal com a propriedade de object=
os
>  > físicos.
>
> Um documento feito por mim é tão meu quanto o boneco de barro feito=
 por
> mim. Os direitos sobre eles são meus. Não é por ser electrónico=
 que o
> documento passa a ser de todos.

  Ok, acho que essa presunção de que o documento é de todos é uma grande 
confusão, entre software gratis e software livre.
  O software é livre não grátis. Em segundo lugar há muitas vezes um grande 
equívoco relativamente ao software livre (não digo que seijas tu mas quase 
transparece). Utilizando como exemplo a GPL essa licensa não diz que se 
alterares um programa és obrigado a dá-lo aos outros, do mesmo modo que se eu 
crio um programa tal como tu crias o teu boneco de barro eu não sou obrigado 
a dá-lo aos outros. Ou isso ou eu percebi mal a filosofia por trás do 
software livre. :-)

  A questão essencial é sem dúvida a da distribuição, e aqui é que a tua 
analogia para com o boneco de barro falha completamente. Enquanto não 
tivermos os replicadores do "Caminho das Estrelas" não é possível criar 
cópias virtualmente idênticas do teu boneco, enquanto que isso é verdade para 
o programa que tu distribuis.

  Depois pareces implicar que se distribuis a alguém um programa livre que 
esse programa é de todos. A que propósito?

  Imagina que alguém te contracta para criares um programa com um determinado 
fim específico e te oferece uma determinada quantia para o fazeres. 
Imaginemos também que decidem que a licença a utilizar é GPL (porque não? 
;-)), tu terminas o teu programa, entrega-lo e depois?
  Quem te contratou pode, se quiser, distribuir esse código, devido ao GPL, 
mas não é obrigada a fazê-lo assim como o seu criador também não é. Só o 
fazem se quiserem e isso é muito importante NMO.

[...]

-- 
José Abílio