[ANSOL-geral] Lu?s Amaral no DN sobre "Normas abertas e interoperabilidade"

Anderson Gouveia anderson.gouveia ansol.org
Segunda-Feira, 24 de Janeiro de 2011 - 21:44:32 WET


Caros,

Já foi respondido a altura ao Sr. Ignorante do DN. ( tanta ignorância com o Google a frente )

"Em nome da honestidade intelectual, o Sr. Luís Amaral, pró-reitor da Universidade do Minho, deveria: * revelar os laços que tem com a Microsoft, por exemplo aqui, ao lado de Microsoft e Blackboard http://j.mp/f8AmPN no papel de pró-reitor da Universidade do Minho * reconhecer que é normal os ERPs serem mais locais aos países de origem do que internacionais (salvo algumas excepções de certas grandes empresas como a SAP, a maioria são feitos no próprio país devido às suas especificidades). * saber que o oposto de Livre é Não-Livre (o Software Livre é comercializado também) * apontar publicamente a escolha de Timor Leste. Em portugal tb se faz muita "escolha" nogociada nos bastidores e apresentada publicamente como fait accomp.

Outro ponto interessante é que para um artigo entitulado "Normas abertas e interoperabilidade", todo o artigo se foca em atacar o Software Livre em vez do tema das normas abertas e interoperabilidade. Concordo que «os valores principais que é preciso acautelar são o da acessibilidade futura e o da interoperabilidade» mas ao contrário do que diz, as "normas abertas" não somente facilitam. Na realidade são um elemento basilar da interoperabilidade entre *diferentes* sistemas *e* aplicações. Quando há um formato com elementos proprietários (não é uma norma aberta), dois softwares podem ser compatíveis em certas versões mediante acordos entre as empresas editoras. Mas isso não é interoperabilidade. Confundi-lo revela na melhor, ignorância.

Por fim, um outro tema importante a esclarecer é o que acarreta custos numa migração para Software Livre: o que acarrecta custos é todo o trabalho necessário para se libertar dos formatos e protocolos proprietários. É necessário um trabalho enorme de conversão, mas isto é um problema intencionalmente criado pelos vendedores de software proprietário para usar o chamado vendor-lock-in como forma de garantir a imposição na AP do seu software. No Software Livre o custo de licenciamento é zero, para a maioria dos utilizadores de trabalho serve sem necessidades especiais de formação, e os custos de operação diminuem por serem escaláveis sem custo extra, não terem vírus e terem um "uptime" comprovadamente superior".

Cumprimentos,

Anderson Gouveia
Vice-Presidente.



A 2011/01/24, às 21:30, paula simoes escreveu:

> Viva
> 
> On Jan 24, 2011, at 11:00 AM, Diogo Santos wrote:
> 
>> E o que significa mesmo?
>> A única definição que conheço num documento legal (uma resolução da Assembleia
>> da República), define-o com a mesma definição, que define Software Livre. E
>> qual é a definição para ti? E qual vale?
> 
> Na minha perspectiva, Software Aberto é a expressão abreviada de Software de Código Aberto (Open Source Software), tal como definida pela Open Source Initiative. E não existe nenhuma outra definição.
> A expressão surgiu nos anos 80, salvo erro, porque houve pessoas que acharam que a expressão Free Software não era muito boa em contextos comerciais, devido à ambiguidade do "free" (tanto que se costuma acrescentar free as in free speech and not as in free beer). Ainda assim prefiro a expressão "free software".
> 
> Notei a confusão com o "aberto" numa tremenda discussão recente a propósito do Android. Começou a passar-se esta ideia de que o Android não era "aberto" (eu apostava que isto veio de iPhone lovers e android haters), o que é ridículo porque o Android tem uma licença reconhecida quer pela OSI, quer pela FSF.
> A partir daí tenho lido os maiores dislates:
> - o Steve Jobs (e muitos que o seguem) acha que aberto é algo tipo o windows porque corre em diferentes devices;
> - aqui há tempos, uma pessoa dizia que o Software Livre não era livre nem aberto porque não podes fazer tudo o que quiseres com ele;
> - outros acham que o software só é aberto se o hardware também for;
> - este sr do DN acha que software aberto é software que comunica com outro software (e, portanto, software aberto pode ser software proprietário)
> 
> Noto que estes focos de confusão surgem de pessoas com interesses em software proprietário. Noto ainda que esta confusão se estende ao Open Access (com o GreenOA e o GoldOA e mais não sei o quê). 
> 
> (Sobre a confusão no Open Access a título de curiosidade: http://www.dancohen.org/2010/11/23/a-conversation-with-richard-stallman-about-open-access/)
> 
> O que me parece que está a acontecer é que há cada vez mais pessoas a conhecerem o open source software (free software, se preferires) e open access e estão a gostar do conceito e a usar.
> Aquelas pessoas que defendem software proprietário começam a ver nisto uma ameaça, usando então a estratégia de incorporarem no seu discurso termos como software aberto, com uma sua definição pessoal e da forma que mais lhes convém, uma vez que, obviamente, nunca poderiam defender o software aberto.
> 
> Eu não sei muito bem o que se pode fazer para combater isto, mas parece-me importante fazer-se alguma coisa. Primeiro porque se está a enganar as pessoas, segundo porque me parece ver aqui um sintoma de que o público em geral começa a privilegiar software aberto, excelente oportunidade para agarrar.
> Na verdade, irrita-me profundamente pessoas que defendem software proprietário usarem o conceito do software livre/aberto para vender, enganando, o tal software proprietário. Tanto quanto a Microsoft dizer que o ooxml é um formato aberto (olha outro exemplo :-P)
> 
> Desculpem o tom irritado...
> 
> Paula
> 
> 
> 
>> 
>> Sempre preferi a clareza da utilização da expressão Software Livre. Mas houve
>> cá em Portugal quem recorresse constantemente à expressão software aberto. Eu
>> acho que o resultado só trouxe confusão. E que a solução é evitar utilizar a
>> expressão software aberto e sempre que alguém o fizer para se referir a
>> Software Livre, emendar essa pessoa.
>> 
>> 
>> cumprimentos
>> Diogo
>> 
>> 
>>> On Jan 22, 2011, at 2:52 AM, J M Cerqueira Esteves wrote:
>>> 
>>>> Luís Amaral no DN, "convidado", a escrever sobre
>>>> "Normas abertas e interoperabilidade":
>>>> http://j.mp/gCi6XG
>>>> É um habitual de marketing? (estou "por fora" quanto a maioria de
>>>> personagens)
>>>> Aqui ao lado de Microsoft e Blackboard:
>>>> http://j.mp/f8AmPN
>>>> 
>>>> Cumprimentos
>>>> 		       J Esteves
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