ARLA/CLUSTER: Tabela explicativa das letras e dos números

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Sexta-Feira, 27 de Março de 2009 - 11:42:52 WET


 

-----Mensagem original-----
De: Miguel Aires Tinoco Andrade 
Enviada: sexta-feira, 27 de Março de 2009 11:21
Assunto: RE: FW: ARLA/CLUSTER: Tabela explicativa das letras e dos números

Prezado amigo António Vilela,

Deixe-me em primeiro lugar expressar o meu agradecimento público pela colaboração do meu amigo João Costa, o qual, sabendo da minha muito escassa disponibilidade de tempo, me faz o favor de enviar algumas mensagens directamente relacionadas com as minhas funções... até para o serviço.

Noutras alturas, até já tive a oportunidade de comentar nesta lista, que uma das minhas maiores frustrações de momento é não ter a oportunidade de consultar a ARLA/CLUSTER diariamente, pois em inúmeros tópicos, teria muito gosto e o prazer de expressar a minha opinião; mas quando os leio... já passou tempo demais e a oportunidade para intervir perdeu-se, quer porque alguém acabou por escrever mais ou menos aquilo que penso, quer porque voltar ao assunto tão fora do contexto seria simplesmente inconveniente.

Mas vamos ao que neste tópico mais directamente está a ser tratado.

Há cerca de 10 anos atrás, a Internet não possuía, nem de longe nem de perto, a quantidade de fontes disponíveis que actualmente disponibiliza.

O problema associado a essa particular variedade dos dias que correm é a quantidade de erros, imprecisões, incorrecções e equívocos que são reproduzidos de boa fé ou copiados de sítio em sítio... isto já para não referir a carga de publicidade e de outras inutilidades que acompanham qualquer pesquisa, nomeadamente por falta de filtragem mais avançada.

Na altura em que se começou a construir o sítio da A.R.L.A. as coisas eram muito diferentes.

Para além de nessa altura fazermos parte do reduzido grupo inicial de associações nacionais de radioamadorismo com presença na Internet, não havia muito por onde procurar; logo foi numa das também raras fontes de navegação de recreio do Norte do país que encontrei a proposta em Português que está ainda disponível.

Mesmo hoje, como a sua pesquisa é testemunha disso, não é possível encontrar uma alternativa mais credível num organismo ou documento de referência, pelo que contribuições como a sua ou a observação do colega Eduardo, são simplesmente fantásticas e ajudam-nos muito a melhorarmos o serviço prestado.

Dado que muito raramente posso agora fazer uma actualização do sítio ( e não tenho conseguido nenhum sucesso nas inúmeras tentativas de ajuda ou de alguém que me substitua nesta tarefa ), os auxílios dos visitantes e leitores são muito bem-vindos e revelam-se extremamente importantes para o nosso trabalho e para a rectificação das eventuais gralhas.

Se entretanto não surgirem melhores contribuições e até à minha próxima intervenção de manutenção na página em causa não encontrar alternativa fidedigna, avançarei com as propostas expressas na minha última mensagem, nomeadamente se também estiver de acordo.

Embora não haja nada a fazer em relação à questão colocada pelo colega Eduardo, a correcção das imprecisões que detectou ( e fez o favor de nos alertar ) é imperativa e urgente, nomeadamente os erros de escrita.
Tomara eu poder contar com outras contribuições como esta sua, pois é normal que hipoteticamente existam outros casos idênticos no sítio da A.R.L.A.

Caso descubra uma versão da tradução fonética dos números fidedigna num organismo ou documento de referência por favor não hesitem em contactar-me.

Ainda assim não é grave pois na prática todos usamos habitualmente os números em Inglês nas comunicações internacionais.

Agradeço-lhe o cuidado com que tem tratado este assunto e em particular a sua relevante colaboração.

73's de CT1ETL - Miguel





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De: cluster-bounces  radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] Em nome de Radiophilo
Enviada: quinta-feira, 26 de Março de 2009 12:10
Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: Re: FW: ARLA/CLUSTER: Tabela explicativa das letras e dos números


Caro Miguel,

Agradeço muito a sua resposta, e agradeço ainda mais o seu tempo dispendido. Peço-lhe que não se ocupe mais com o assunto da referência mencionada, até porque penso que poderá facilmente satisfazer a minha curiosidade apenas com a sua memória.

A história da rádio é possivelmente um dos assuntos semi-técnicos que mais me fascina. Aprendi ao longo do tempo a reconhecer o valor das fontes fidedignas e dos documentos de referência, e é um pouco nesse contexto que aqui intervenho. Como decerto compreende, o meu objectivo não é de todo encontrar ou apontar defeitos, bem pelo contrário.

Sobre a origem da explicação fonética dos números, pelo que tenho investigado nestes dias estou convencido que ela remonta pelo menos ao Código Internacional dos Sinais (International Code of Signals). Este documento foi publicado em dado momento pela IMCO (Inter-Governmental Maritime Consultative Organization) e é hoje em dia mantido pela IMO.
Contém uma descrição textual e/ou gráfica de todos os sinais para comunicação visual, sonora ou radioeléctrica usados na actividade marítima.
É um livro deveras interessante e pode ser consultado gratuitamente neste linque <http://www.nga.mil/portal/site/maritime/?epi_menuItemID=923e01c531c0a3825b2a7fbd3227a759&epi_menuID=35ad5b8aabcefa1a0fc133443927a759&epi_baseMenuID=e106a3b5e50edce1fec24fd73927a759>
  (versão PDF da edição norte-americana).
Acrescento que na Rec.22 do RR de 1959 a UIT afirma que o tal código proposto provém precisamente desse documento (enfim, da edição em vigor à altura).

Relativamente à ICAO, posso afirmar que li a documentação que julguei relevante sobre o tema, nomeadamente o Anexo 10 da Convenção e conclui que, pelo menos para os efeitos da aviação civil internacional, a lingua prescrita para os números (como aliás para quase tudo) é a inglesa. Nada de Terras, nem Kartes nem Pantas.

Finalmente no que toca à UIT, os documentos de referência são as várias edições do Regulamento das Radiocomunicações.

Acredito portanto que poderemos ter uma referência oficial desta tabela em português pelo menos numa destas duas publicações, o RR ou o CIS.
Sendo estas publicações de autoridades internacionais, elas são as únicas e verdadeiras referências. Em cada país, existirá normamente uma autoridade nacional encarregue de incorporar esses textos na lei nacional, e eventualmente publicar esses documentos na sua língua.

No caso do RR, suponho que seria a Anacom, em cujas páginas encontrei um linque para o Decreto Nº 39-A de 1992 <http://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=360791>  que aprova o Regulamento das Radiocomunicações de 1979. Anexo a este Decreto está a sua tradução para português, o que é interessante, mas o legislador optou por não traduzir a referida tabela de explicação fonética de números. Tanto quanto sei, portanto, neste momento a explicação oficial (e legal) dos números na nossa lingua é a francesa como se pode ver na pág. 339 do documento (que tem quase 90 MB!)

No caso do CIS, a responsabilidade da sua edição em Portugal é do Instituto Hidrográfico <http://www.hidrografico.pt/>  da Marinha, e no Brasil é também de um organismo da Marinha. Não encontrei nenhuma versão "online"
deste livro, mas sei que há por aqui muito radioamador marinheiro. Quem sabe algum nos poderá ajudar. Suspeito que poderemos ter aqui melhor sorte.

Voltando ao início desta carta e à questão das referências, a minha curiosidade consistia em saber se o Miguel teria extraído a tabela de algum organismo ou documento de referência, ou se seria informação publicada já em 2ª ou 3ª mão. Tenho visto reproduções de informações diversas relativas às radiocomunicações em associações de radioamadores, organizações de navegação marítima de recreio, associações de escuteiros, etc. É claro que não vejo problema algum nisso, bem pelo contrário, apenas há que ter cuidado quando se pode.


73,
António Vilela
CT1JHQ


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