<html><head></head><body>Claro, mas isso é um desafio, não é um problema :-)<br><br><div class="gmail_quote">Ricardo Lafuente <bollecs@sollec.org> wrote:<blockquote class="gmail_quote" style="margin: 0pt 0pt 0pt 0.8ex; border-left: 1px solid rgb(204, 204, 204); padding-left: 1ex;">
<pre style="white-space: pre-wrap; word-wrap:break-word; font-family: sans-serif">Também discordo veementemente da asserção de que a pirataria de software <br />não é um problema, mas por razões diferentes das do Ricardo Pinho:<br /><br />1. A pirataria de software beneficia em ultima análise as empresas de <br />software proprietário.<br /><br />Nas faculdades não é nada incomum a pirataria de software entre os <br />alunos para que possam corresponder às propostas que são colocadas. <br />Posso dizer que na área do design não existe noção de que há uma <br />alternativa ao Photoshop e outras ferramentas da Adobe, e como tal a <br />enorme maioria das pessoas procura obter cópias ilegais do software.<br /><br />Isto faz com que elas se tornem habituadas a essas ferramentas e que, <br />mal saiam para o mercado de trabalho, vão ser confrontadas com a <br />necessidade de as comprar para poder executar trabalho comercial; e com <br />a eventual aquisição de
licenças, quem ganha são as empresas de software <br />proprietário.<br /><br />Este argumento está muito bem articulado aqui: <br /><a href="http://www.devlounge.net/column/piracy-adobe%E2%80%99s-best-friend">http://www.devlounge.net/column/piracy-adobe%E2%80%99s-best-friend</a><br /><br />2. A pirataria de software prejudica seriamente os esforços de promoção <br />do software livre.<br /><br />Conto pelos dedos de uma mão as pessoas que conheço que executam <br />trabalho de design com recurso apenas a software livre. A transição não <br />é nada fácil -- é difícil encontrar formação ou mesmo pares para troca <br />de experiências -- e é sempre uma aventura para conseguir trabalhar com <br />gente que usa as ferramentas da Adobe (que são o "normal").<br /><br />Por cá, temos tentado consciencializar as pessoas que existem <br />alternativas óptimas (Gimp, Inkscape, Scribus, Darktable, etc.), mas <br />dada a facilidade de piratear software da Adobe, a
questão monetária não <br />se coloca. Fico sempre à espera do dia em que a Adobe arranje um esquema <br />eficaz e não intrusivo de impedir os cracks, já que isso acordaria <br />imensa gente para uma das grandes vantagens do FLOSS, a ausência de <br />custo na aquisição do programa*. Sem haver esse incentivo, é muito mais <br />complicado ser um activista de software livre e tentar convencer as <br />pessoas a adoptar ferramentas livres.<br /><br />Por isso, parece-me extremamente irresponsável argumentar que a <br />pirataria não é um problema. É um problema enorme para quem luta pela <br />adopção de ferramentas livres.<br /><br />:r<br /><br />PS: Para quem tenha interesse pelas intersecções entre artes/design e <br />FLOSS/cultura livre, a Libre Graphics Magazine é uma revista nascida <br />para focar sobre esses temas; há já 4 números, disponíveis em PDF <br />(gratuita e livremente) e versão impressa (encomendas online), licença <br />CC-BY-SA. No
número 4 há um artigo excepcional sobre a experiência em <br />Viseu do OpenLab ESEV com ferramentas livres.<br /><br />Mais em <a href="http://libregraphicsmag.com">http://libregraphicsmag.com</a> . Full disclosure: sou uma das 3 <br />pessoas que editam a revista.<br /><br />* Obviamente que a defesa do software livre pressupõe outros princípios <br />como a liberdade e o controlo das nossas ferramentas, mas o ponto da <br />gratuitidade é inevitavelmente um dos grandes "selling points" do <br />software livre. Na maioria dos artigos que vejo sobre migração de <br />organismos governamentais ou outros para FLOSS, um dos argumentos é <br />sempre a contenção de custos.<br /><br />On 05/28/2012 07:28 AM, Rui Miguel Silva Seabra wrote:<br />> Para dizer coisas dessas era preciso que subscrevessemos a ideia de que<br />> a pirataria é um problema.<br />><br />> Como não é, não vamos juntar a nossa voz a essas vozes :)<br />><br />> Rui<br />><br
/>> On Sun, 27 May 2012 23:11:03 +0100<br />> Ricardo Pinho<ricardodepinho@gmail.com> wrote:<br />><br />>> Caros,<br />>><br />>> Mesmo a ser verdade, histórias complexas de conspiração como essa, não<br />>> pegam na opinião publica.<br />>><br />>> Pediram sugestões para uma resposta da ANSOL ao estudo em questão.<br />>> Juntei o meu contributo, pois a questão parece-me importante e<br />>> assistia a um conjunto de respostas desenquadradas do que se pediu.<br />>> Os pilares base da resposta que sugiro passa por esclarecer de forma<br />>> fundamentada:<br />>><br />>> 1. COPIAR SOFTWARE LIVRE NÃO É PIRATARIA. DEVEMOS COMBATER A<br />>> PIRATARIA, PROMOVENDO E USANDO SOFTWARE LIVRE!<br />>><br />>> 2. CONTINUAR A COMPRAR LICENÇAS APENAS CONTRIBUI PARA MANTER A SAÍDA<br />>> DE DIVISAS DE PORTUGAL, APROFUNDA A NOSSA DEPENDÊNCIA, IMPEDE O<br />>>
FLORESCIMENTO DO MERCADO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE NACIONAL E<br />>> MANTÉM A CAUSA DA PIRATARIA!<br />>><br />>> 3. APOSTAR EM SOFTWARE LIVRE LEVA VERDADEIRAMENTE AO DESENVOLVIMENTO<br />>> ECONÓMICO LOCAL, À CRIAÇÃO DE EMPREGO NACIONAL E AO DESAPARECIMENTO<br />>> TOTAL DA PIRATARIA!<br />>><br />>><br />>> Mas esta é apenas uma mera sugestão de resposta, devem existir<br />>> concerteza melhores...<br />>> Ou a ANSOL vai deixar a opinião publica sem contraditório?<br />>><br />>> Cumprimentos,<br />>> Ricardo<br />>><br />>><br />>> No dia 27 de Maio de 2012 21:19, Paula Simoes<br />>> <paulasimoes@gmail.com>escreveu:<br />>><br />>>> Isso seria assim se o problema desta gente fosse a "pirataria". A<br />>>> questão é que não é. O problema desta gente é a abundância.<br />>>><br />>>> E a abundância é:<br
/>>>> a) Software e conteúdos livres<br />>>> b) Domínio público<br />>>> c) Utilizações livres (designadas no CDADC)<br />>>> d) Resolução do problema das obras órfãs.<br />>>><br />>>> Poderia explicar porque é que estas questões dizem respeito ao<br />>>> movimento do Software Livre, mas o John Sullivan, da Free Software<br />>>> Foundation, já deu três razões [1] para o movimento do Software<br />>>> Livre se preocupar com a "luta anti-pirataria", que se podem<br />>>> adaptar muito bem a este tipo de estudos:<br />>>><br />>>> 1. O objectivo destes estudos é servirem de base para convencer os<br />>>> políticos a alterarem a lei de direito de autor no sentido de<br />>>> forçarem, através da lei, a escassez que permita a estas empresas<br />>>> continuarem com o seu modelo de negócio.<br />>>> Isto implica que as
mudanças na lei que estas empresas querem são:<br />>>><br />>>> a) acabar com a partilha de software e conteúdos livres (preciso de<br />>>> dar exemplos de ataques ao software livre e às creative commons?),<br />>>><br />>>> b) acabar com o domínio público (a primeira lei de copyright dava<br />>>> 14 anos de protecção após a publicação da obra, na Europa vamos em<br />>>> 70 anos após a morte do autor e nos EUA vamos em 95; este ano, pela<br />>>> primeira vez na história do copyright, o supremo tribunal americano<br />>>> retirou centenas de obras que estavam em domínio público e voltou a<br />>>> colocá-las debaixo de copyright),<br />>>><br />>>> c) acabar com as utilizações livres (não é este o objectivo do<br />>>> DRM?),<br />>>><br />>>> d) impedir a resolução das obras órfãs (levando a tribunal<br />>>>
consórcios de universidades que tentem resolver este problema).<br />>>><br />>>> 2. É impossível combater a "pirataria" pela força. A única forma de<br />>>> fazer diminuir ou desaparecer a "pirataria" é convencer as pessoas<br />>>> de que a partilha é uma coisa má. E é isso que esta gente tem feito<br />>>> e este estudo prova isso quando considera a maior parte do software<br />>>> livre como pirataria. Mas no dia em que toda a gente achar que a<br />>>> partilha é uma coisa má, o software livre deixa de existir.<br />>>><br />>>><br />>>> Que ninguém se iluda: o software livre só existe porque, por<br />>>> enquanto, a lei permite que ele exista.<br />>>><br />>>><br />>>> [1] -<br />>>> <a
href="http://torrentfreak.com/the-war-on-sharing-why-the-fsf-cares-about-riaa-lawsuits-090513">http://torrentfreak.com/the-war-on-sharing-why-the-fsf-cares-about-riaa-lawsuits-090513</a>/<br />>>><br />>>><br />>>> --<br />>>> Paula Simoes<br />>>><br />>>><br />>>> On Sunday, May 27, 2012 at 6:47 PM, Ricardo Pinho wrote:<br />>>><br />>>>> Caro Rui Seabra,<br />>>>><br />>>>> No dia 27 de Maio de 2012 17:33, Rui Miguel Silva Seabra<br />>>>> <rms@1407.org(mailto:<br />>>> rms@1407.org)> escreveu:<br />>>>>> Não faz qualquer sentido apoiar um estudo encomendado pela<br />>>>>> Microsoft<br />>>>><br />>>>><br />>>>> as vitórias nas grandes batalhas da história deveram-se a reações<br />>>>> que<br />>>> não faziam sentido (inesperadas), tendo todas elas em
comum o<br />>>> re-direcionamento do impacto de um ataque do exército dominante<br />>>> sobre ele próprio.<br />>>>> Talvez esta seja uma dessas oportunidades?!... ;-)<br />>>>><br />>>>> Claro que o segredo da vitória estará na genialidade da redação do<br />>>> texto, para a qual julgo haver aqui guerreiros à altura.<br />>>>><br />>>>> Cumprimentos,<br />>>>> Ricardo<br />>>>><hr /><br />>>>> Ansol-geral mailing list<br />>>>> Ansol-geral@listas.ansol.org (mailto:Ansol-geral@listas.ansol.org)<br />>>>> <a href="http://listas.ansol.org/mailman/listinfo/ansol-geral">http://listas.ansol.org/mailman/listinfo/ansol-geral</a><br />>>><br />>>><br />>>><br />>>><br />>>><br />>>><hr /><br />>>> Ansol-geral mailing list<br />>>> Ansol-geral@listas.ansol.org<br
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