[ANSOL-geral] João Pedro Pereira neste momento já deve ter emprego nas RP da mico$oft portugal

Rui Maciel rui.maciel gmail.com
Terça-Feira, 6 de Março de 2012 - 11:35:03 WET


On 03/06/2012 12:30 AM, José Sebrosa wrote:
> On 03/04/2012 02:39 PM, Rui Maciel wrote:
>> Se o José Sebrosa se der ao trabalho de olhar para os sistemas
>> informáticos de que muitas empresas dependem para funcionar, o José
>> Sebrosa irá encontrar muitos sistemas que além de ultrapassados são
>> arcaicos.  E apesar das imensas melhorias que poderá haver em toda e
>> qualquer reedição de software proprietário, não o substituem pela versão
>> mais recente.  E não o fazem por serem forretas, masoquistas ou por
>> ideologia: fazem-no pois não existe qualquer necessidade disso, e por
>> nenhuma dessas supostas melhorias inquestionáveis ser assim tão melhor
>> ou imperdível.
> O que é que isso tem a ver?  O facto dum assunto ter múltiplas facetas e
> de algumas não serem polémicas não significa que o assunto não seja
> polémico.

Uma decisão específica que é perfeitamente banal não se torna 
subitamente polémica por ter sido tomada com base em um conjunto 
específico de critérios ou por uma pessoa específica.


>> Portanto, sabendo isso, porque razão é necessário fabricar uma polémica
>> com o movimento de software livre com base num pressuposto que nem
>> sequer faz sentido num mundo limitado exclusivamente ao software
>> proprietário?  Há gente que não está disposta a usar o software
>> proprietário mais recente por ir contra os seus valores?  Pois bem, há
>> com certeza ainda mais gente que não está disposta a usar o software
>> proprietário mais recente por motivo absolutamente nenhum.  E ninguém
>> acha isso polémico.  E porque razão haveria de o ser?  E se não é
>> polémico em termos gerais, porque haveria de o ser em termos muito mais
>> estritos e limitados?  A resposta é clara: não é polémico.  Para
>> transmitir a ideia que é polémico será necessário desprezar a realidade
>> e procurar fabricar essa polémica.
> É polémico se houver o entendimento de se estar a confrontar valores
> importantes.  Dei o exemplo da liberdade do software versus direito à vida.

Mas ao certo onde é que está o confronto de valores?  As liberdades que 
o rms defende incidem apenas nos direitos que as pessoas tem de correr, 
distribuir, estudar e melhorar o software.  O direito à vida não é 
ameaçado por nenhum desses direitos.  Se se tratam de dois domínios 
perfeitamente disjuntos então como é que é possível que se possa sequer 
sugerir que poderá haver incompatibilidade entre eles, e que há uma 
polémica derivada dessa incompatibilidade?

Esta polémica que o José Sebrosa procura fabricar assenta somente numa 
tentativa de passar a distorção de um comentário específico de uma 
pessoa específica como sendo representativo, ou até parte de um conjunto 
de valores que é acolhido pelo movimento do software livre.  No entanto, 
tratou-se apenas da declaração de uma pessoa específica em relação às 
suas convicções pessoais que influenciam as decisões pessoais que ela 
toma, pessoalmente, no seu dia-a-dia.  Não se tratou de um decreto, nem 
tão pouco reflecte os valores do movimento do software livre.

E se houvesse dúvidas em relação a isso, chamo a atenção que essa pessoa 
específica anda de avião e automovel, usa elevadores, tem acesso à 
internet, consulta as horas em relógios digitais, etc...  Todas essas 
comodidades da vida moderna tem software a garantir o seu funcionamento, 
software esse que não é necessariamente software livre.  Contudo, não 
creio que alguma vez o rms se tenha recusado a entrar num avião cujo 
software de controlo não seja software licenciado sob a GPL, ou que se 
tenha recusado que alguém lhe diga as horas se não forem capazes de lhe 
fornecer o código-fonte do software do relógio.  Não o faz pois não é 
isso que está em causa.

Isso, como a falsa questão do "liberdade do software versus direito à 
vida", é um conjunto de absurdidades que não tem qualquer relação com a 
realidade.  O comentário que ele fez, que foi bastante claro e inócuo, 
reflecte apenas as suas decisões pessoais que ele toma pessoalmente em 
relação ao software que ele próprio adopta e usa no seu dia-a-dia nos 
sistemas que são seus.  Ele pode recusar-se cabalmente a instalar 
qualquer software proprietário no seu computador pessoal.  Está no seu 
direito.  No entanto, não creio que essa pessoa específica, por muito 
fundamentalista que seja, alguma vez se recusou a tocar num botão para 
chamar um elevador, entrar num carro ou viajar num avião se não lhe 
disponibilizarem todo o código-fonte de todo o software que corre em 
todos os sistemas que os compõem.  Não é isso que está em causa, nem 
isso alguma vez foi defendido.   A tentativa de fazer crer que é isso 
que acontece representa uma tentativa grosseira de distorção dos factos 
com vista a fabricar uma polémica absurda.


>> Eu uso software proprietário, daquele que é pago a
>> sério e a doer, e não me sinto incomodado por isso.  O único incómodo
>> que costuma surgir vem na forma desse software funcionar como uma
>> caixa-negra, sem ser possível saber como é que o software faz as coisas,
>> e de limitações perfeitamente desnecessárias que seria trivial
>> eliminá-las.  Qualquer um desses problemas seria facilmente ultrapassado
>> se algumas das liberdades que o rms aponta fossem respeitadas.
>>
>> Chamo também a atenção para o facto de que existem empresas de software
>> proprietário que respeitam pelo menos algumas das liberdades apontadas
>> pelo rms em produtos proprietários, independente daquilo que é dito pelo
>> movimento de software livre.  Isto indica que essas tais liberdades não
>> são assim tão polémicas quanto isso, e consequentemente que os
>> horizontes não são assim tão estreitos quanto o José Sebrosa insinua.
> Mas que confusão.  Eu não estou a levantar nenhuma polémica relacionada
> com as liberdades do software, ou o que seja.  Estou apenas a dizer que
>
> 1)
> O assunto, radicalizado como o RMS o apresenta, levanta aspectos polémicos.
>
> Exemplo: quando ele diz que está disposto a esperar 50 anos por software
> que seja livre, é natural que lhe perguntem se isso significa que está
> disposto a morrer só para não usar o software proprietário, para ver até
> onde é que ele leva as ideias que defende.

O assunto não é outro senão as liberdades do software.  O tema da 
conferência em que o rms participou era "O Software Livre e a Tua 
Escolha", o tópico sobre o qual foi entrevistado foi justamente como é 
que essas liberdades do software influenciavam as suas escolhas, e as 
perguntas que lhe foram dirigidas pelo entrevistador partiram da forma 
como a liberdade do software poderia influenciar as escolhas pessoais do 
entrevistado.

A polémica que o José Sebrosa procura fabricar em torno da distorção de 
um comentário de uma pessoa em particular sobre a sua opinião e vontade 
pessoal não é mais do que uma consequência que a liberdade de software 
tem nas suas escolhas.

Sobre a naturalidade de lhe colocarem a questão absurda de se estar 
disposto a morrer pelo software livre, ela não é nada natural.  Não é 
natural pois essa falsa questão tem por base somente a tentativa de 
distorção de um comentário isolado, e a prova disso é que suspeito que 
mais ninguém no mundo alguma vez se lembrou  de inventar esse disparate.


> 2)
> Como é polémico, justifica perguntas e insistência.

Já foi amplamente demonstrado que a polémica que o José Sebrosa pretende 
fabricar não existe,e que a tentativa de criá-la tem por base 
pressupostos absurdos e assenta na tentativa de distorcer um comentário 
pessoal sobre as escolhas pessoais de uma pessoa específica.  Não é por 
repetir várias vezes esse disparate que ela passe a existir.


> 3)
> O RMS se baldou a responder às naturais perguntas, ainda por cima com
> disparates do tipo
>
> "Não quero ter uma conversa com alguém que tem valores diferentes dos
> meus. Porque as conclusões vão ser diferentes e não há nada para ser dito."

Caso o José Sebrosa ainda não tenha notado, a conferência era sobre a 
maneira como um conjunto muito preciso de valores poderia influenciar e 
influencia as escolhas pessoais de cada um em relação a um assunto 
específico.  Se o tema da conferência assentava num conjunto muito 
preciso de valores, não fazia qualquer sentido colocar naquele âmbito 
questões sobre outros valores senão aqueles.  Entreter essa vontade, 
ainda mais quando é feita por alguém que revela pretender antagonizar o 
entrevistado, representa uma perda de tempo.  Não creio que isso seja 
difícil de compreender.


>
> e portanto
>
> 4)
> O RMS fez um mau trabalho na entrevista.
>
>
> É apenas esta a minha opinião.
>
> Acresce também alguma perplexidade em observar a dificuldade que é as
> pessoas aqui entenderem que ele fez mau trabalho, mas claro que ninguém
> é obrigado a ver o que eu vi.  Fica porém assinalada a minha perplexidade.

Não sei se esse comentário é fruto de desatenção ou de má fé, mas 
sugeria uma consulta do arquivo desta discussão.  Ela levará facilmente 
a um conjunto de mensagens que lamentam a forma como a entrevista 
decorreu, incluindo a prestação do rms.


>> Juntando a isso, eu já expliquei o porquê dessa exigência de debate ser
>> absurda, por tratar-se de uma questão fabricada e irrelevante.
> Direito à vida é fabricado e irrelevante?  Boa.

O José Sebrosa ou não sabe ler ou revela má fé.  Ninguém teve a ousadia 
de cometer o disparate de fazer essa afirmação.



>> Ninguém está a dizer que há assuntos que são tabu, ainda por cima num
>> tema tão inócuo como detalhes sobre o licenciamento de software.
>>
>> O que é absurdo é essa ideia de que uma pessoa precisa de apresentar uma
>> lista de provas a justificar todo e qualquer aspecto relacionado com um
>> conjunto de valores que poderá ter.   Não estamos a falar na
>> fundamentação dos valores, mas sim da exigência disparatada de que se
>> apresentem provas para justificar algo que essencialmente são opiniões
>> pessoais.  Ou será que, ao alguém declarar que prefere a cor azul ao
>> amarelo, é razoável que alguém apareça a exigir que se apresente provas
>> a demonstrar decisivamente que o azul é superior em qualquer aspecto ao
>> amarelo?
>>
>> Pegando no exemplo dos 10 mandamentos, não há problema em debatê-los.
>> Acontece que não foi isso que procurou ser feito.  O que procurou ser
>> feito foi fazer passar o desrespeito pelos 10 mandamentos como uma
>> posição de partida razoável, aceitável, comum e natural, e a partir daí
>> exigir a alguém que apresentasse provas que justificassem qualquer
>> eventual desvio dessa posição inicial.
> É preciso uma paciência...  Tu lês o que for preciso para defenderes que
> sim, o RMS fez um bom trabalho na entrevista, é?  Tudo bem, lê o que
> quiseres, eu não preciso de mudar a tua opinião.

Recomendo novamente uma consulta do arquivo desta discussão. Chamo 
também a atenção que aquilo que tenho dito ao José Sebrosa é que os 
comentários que o José Sebrosa faz em relação a uma polémica, que não 
existe e pretende aqui fabricar, são absurdos e desligados da 
realidade.  Nem sequer é tido em consideração se o rms fez ou não um bom 
trabalho.


> Olha, uma brincadeira com os dez mandamentos:  Não matar.  Fixe.
> Concebe então um exemplo em que se não matares alguém, estão alguém é
> morto.  Achas que esse exemplo merece debate?  Ou ficas muito ofendido
> com o exemplo, dizes ao entrevistador que não estás para discutir
> valores e bates com a porta?

Ler acima.  Essa falsa questão apenas existe na cabeça do José Sebrosa.


>> Volto também a referir que, se pretendermos transmitir uma
>> mensagem, não há nada a ganhar em procurar transmiti-la através de um
>> canal de comunicação social cuja gestão é parcial, tendencioso e é feita
>> para servir uma agenda qualquer que se opõe à mensagem que se pretende
>> transmitir.  Querer desprezar esse facto corresponde a fazer de conta
>> que não vivemos na realidade.
> Sim, é muito mais cómodo falar apenas para os convertidos.

Disparate.  Aqueles que o José Sebrosa tenta apelidar de convertidos 
também poderiam receber a mensagem através de um canal de comunicação 
social tendencioso e manipulado, e os não-convertidos também poderiam 
receber a mensagem se ela fosse comunicada através de um canal que não 
sujeite as mensagens ao mesmo tipo de corrupção.

A questão prende-se apenas na manipulação que a mensagem é sujeita, não 
em quem a recebe.  Isso representa, por exemplo, a diferença entre a 
mensagem ser sobre o tema da conferência ou se limitar a insinuações 
patéticas e descabidas de que o software livre pode matar alguém.  
Independente dessa mensagem ser recebida exclusivamente por convertidos 
ou por não-convertidos, o problema é exactamente o mesmo: é a diferença 
entre a mensagem ser aquela emitida pelo emissor ou se não é mais do que 
palavras metidas na boca de alguém e outras manipulações tendenciosas e 
desonestas do género.


>> O entrevistado estava lá para expor as suas ideias, num
>> forum dedicado à exposição das suas ideias.  Apesar disso, o
>> entrevistador insiste em declarar que um conjunto antagónico de ideias
>> é, sabe-se lá porquê, a única posição razoável e aceitável.
> Diz-me onde é que o entrevistado disse que "um conjunto antagónico de
> ideias" é a "única posição razoável e aceitável".

O José Sebrosa, para fazer essa pergunta, de certeza que não leu a 
entrevista.


> E não te esqueças de que sou eu quem
>
> "tenta distorcer as posições de terceiros com base em insinuações
> infundadas e invenções preconceituosas."

Sem dúvida.  Por exemplo, ver a tentativa de atribuição a terceiros da 
afirmação "o direito à vida é fabricado e irrelevante" que o José 
Sebrosa acabou de fazer.


>> Este episódio triste foi como se um entrevistador fosse, vá, ao
>> centenário do benfica ouvir o eusébio falar sobre os valores de se ser
>> do benfica, e depois passar a entrevista a atirar insistentemente
>> perguntas descabidas sobre como o FCP era superior, como o FCP tem mais
>> campeonatos, como o FCP está à frente do campeonato, etc...  Se o evento
>> é sobre o benfica e se a entrevista é feita a um membro do benfica sobre
>> uma paletra que deu sobre os valores de se ser do benfica, onde está o
>> interesse de se evitar por completo a discussão do benfica e em vez
>> disso insistir repetidamente em antagonizar o entrevistado?  O repórter
>> está lá para cobrir o evento ou para não cobrir o evento, e se não está
>> lá para cobrir o evento então não faz sentido perder tempo com uma
>> sessão de achincalhamento.  Tão simples quanto isso.
> Algum deja vue nesta linha de argumentação...

É a consequência de se reiterar à exaustão a mesma afirmação descabida.  
Se insistimos em reiterar um ponto disparatado não creio que possamos 
queixar-nos que ele é refutado repetidamente.



Rui Maciel



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