[ANSOL-geral] TVI 24 horas: Associação de software livre ouvida no Parlamento
André Esteves
aife netvisao.pt
Terça-Feira, 7 de Fevereiro de 2012 - 22:00:28 WET
Associação de software livre ouvida no Parlamento
ANSOL promoveu uma petição pública contra o projecto de lei do PS sobre
a cópia da lei privada
Por: tvi24 | 7- 2- 2012 19: 15
http://www.tvi24.iol.pt/tecnologia/tecnologia-ansol-tvi24-pirataria-parlamento-projecto-lei-118/1323639-4069.html
[Arquivo]A Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL), que
promoveu uma petição pública contra o projecto de lei do PS sobre a
cópia da lei privada, será recebida na quarta-feira pelos deputados que
estão a analisar aquela proposta.
Segundo a Lusa, o grupo de trabalho criado para analisar a proposta do
PS realiza na quarta-feira mais um conjunto de audiências com
associações implicadas na cópia privada, entre elas a ANSOL e a
Associação Fonográfica Portuguesa (AFP).
A ANSOL irá entregar aos deputados a petição pública, que reúne mais de
seis mil assinaturas contra a proposta do PS, disse à agência Lusa o
presidente da direcção da associação, Rui Seabra.
«Vamos levar a petição com as assinaturas que tem actualmente, se os
deputados entenderem que é o momento para a receberem», explicou Rui Seabra.
A petição, dirigida ainda ao primeiro-ministro e ao Presidente da
República, repudia o projecto de lei do PS de alteração da lei da cópia
privada, intitulado projecto Lei 118/XII, que aprova o regime jurídico
da Cópia Privada e altera um artigo, o 47.º do Código do Direito de
Autor e dos Direitos Conexos.
Actualmente, aos equipamentos e suportes que permitem a reprodução de
obras protegidas é-lhes aplicada uma taxa fixa de três por cento sobre o
preço de venda.
O PS pretende que o valor dessa taxa passe a depender da capacidade do
dispositivo digital para realizar ou armazenar cópias privadas, para que
haja uma «compensação equitativa» para os autores.
A ANSOL alerta que o projecto de lei do PS «tem como premissa que todos
os equipamentos de armazenamento digital são ferramenta de usufruto de
cópia privada», quando «na esmagadora maioria das vezes, os produtos de
armazenamento destinam-se a conteúdos próprios e não a cópias privadas,
autorizadas pelas leis vigentes», lê-se na petição.
Rui Seabra sublinhou que «não há qualquer estudo que identifique perdas
económicas para os autores» derivadas da cópia privada e que «isto não
tem nada a ver como a prática da pirataria».
Os valores da taxa proposta pelo PS a aplicar aos equipamentos e
suportes digitais «são extremamente elevados e as margens de lucro para
os fabricantes e comerciantes é baixa», logo irá reflectir-se no preço
final para o consumidor, disse.
Na quarta-feira, será também ouvida a Associação Fonográfica Portuguesa
(AFP).
O presidente da AFP, Eduardo Simões, disse à agência Lusa que irá
reiterar aos deputados o apoio ao projecto legislativo do PS.
«É uma questão de princípio do ordenamento europeu e português. Não se
trata directamente de necessidades económicas», disse Eduardo Simões,
referindo que a actual lei em vigor só se aplica a suportes e
equipamentos analógicos e deve abranger os digitais.
Para o responsável, o Estado tem que legislar para que haja uma
remuneração por causa do direito à cópia privada e essa remuneração «é
simbólica», apesar de «todo o ruído que se tem feito na Internet, nas
redes sociais e nos blogues, com poucos argumentos».
Eduardo Simões admite que a legislação deve abranger excepções, por
exemplo, para os profissionais das indústrias criativas, que usam discos
de computador - internos ou externos - com capacidade acima de um terabyte.
«O que está em causa é o uso privado», disse.
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