[ANSOL-geral] Computador Magalhães
J M Cerqueira Esteves
jmce artenumerica.com
Sexta-Feira, 26 de Setembro de 2008 - 07:29:32 WEST
Paulo Trezentos wrote:
> Em relação à inovação do projecto, acho que tem sido pouco focada: esta
> parece ser a primeira abordagem à distribuição de portáteis para todos
> os alunos do 1º ciclo a nível mundial. Isto é, do que pesquisei, nenhum
> outro país conseguiu cobrir toda uma população de uma camada etária dos
> 6 aos 9 anos.
Mas todos os outros países achavam *desejável* ou mesmo *útil* do ponto
de vista do ensino ter feito essa cobertura? E (com o constrangimento
relevante dos orçamentos de estado) o governo português justificou a
opção por essa cobertura como útil e desejável, quer para a educação em
geral quer para a sistematicamente invocada 'educação para as novas
tecnologias'? Nós achamos? E quando não acharmos, deveremos suspender
a opinião se 'pelo menos foi usado software livre'?
O que tem sido pouco focado na reincidência de medidas envolvendo
computadores no ensino, dos EUA a Portugal, é o *porquê*. Não é questão
cara a governante que vê nelas a oportunidade de brilhar fazendo
'qualquer coisa' com conversão fácil de dinheiro em objectos
deslumbrantes para boa parte do público e da imprensa --- o mesmo tipo
de governante que perante clamores de 'qualquer coisa' ter de ser feita
para combater a insegurança compra câmaras de vídeo, bases de dados, e
cartões com chips.
É natural que também não seja questão cara a quem na indústria e na
academia teria todas as condições para 'saber melhor', dados naturais
conflitos entre ética e oportunidade de negócio / financiamento.
Mas pode ser questão cara à ANSOL, pelo menos tentando resistir a
eventuais tentações de cheerleading quando alguma medida governamental
usar software livre -- em casos (como o voto electrónico) em que não
seja claro que mais tecnologia (por mais livre que seja o software) é
melhor solução.
Cumprimentos
J Esteves
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