[ANSOL-geral] Re: [Ansol-socios] Software Livre no Parlamento

João Miguel Neves joao.neves intraneia.com
Terça-Feira, 2 de Outubro de 2007 - 16:26:12 WEST


Manuel Silva escreveu:
> Olá João!
>
> Não vou responder por ordem, espero que isso não incomode ninguém.
>
>   
>> Em relação à carta, só tenho pena do reaproveitamento do texto. Para mim
>> não há qualquer problema em existirem várias entidades a contactar os
>> grupos parlamentares. Só é chato ter de escrever outra carta.
>>     
>
> As pessoas que estavam comigo e leram o conteúdo da carta que se
> encontra no Wiki da ANSOL consideraram-na, entre outras coisas,
> desapropriada e agressiva. Eu próprio disse a pessoas da minha família
> que não ia ao Parlamento entregar os CDs por não me rever na carta.
> Foi então que a Leonor me chamou a atenção de a comunidade Ubuntu-PT
> ter andado a fazer pedidos especiais à Canonical para este efeito e de
> eu ter andado empenhado no transporte dos CDs para Lisboa e, portanto,
> a não-entrega seria uma enorme falta de respeito para com a comunidade
> Ubuntu-PT. Foi então que propus que refizéssemos a carta, obviamente
> mantendo o porquê de estarmos a enviar um CD e o que podem encontrar
> no mesmo e adicionando as referências às comunidades de cidadãos que
> possibilitaram tal entrega.
>
>   
Tudo bem. O meu comentário deveu-se apenas a essa carta ser apenas uma 
proposta quando lá foi posta. Tudo o que dizes parece partir do 
princípio que era a versão final. Por isso avançaram com uma diferente 
(cuja iniciativa é de louvar), mas não era necessário. O resultado é que 
terá de ser feito outro texto pela ANSOL quando podíamos ter aproveitado 
este em conjunto. É chato, mas não irremediável.
>> Em relação ao que dizes, algumas chamadas de atenção:
>>  1.1) É preciso reforçar sobre que é a proposta, uma vez que está a ser
>> discutido como implementação de software livre no parlamento português.
>> Não é. É uma proposta de análise de uma possível migração. Em termos de
>> compromisso político a diferença é gigantesca.
>>     
>
> A diferença é grande mas não compete a mim, nem à ANSOL, nem às
> comunidades de Software Livre fazer qualquer juízo a esse respeito. Tu
> mesmo dizes que não somos políticos(*), daí apenas referir o nome do
> Projecto de Resolução e passar logo para a explicação do CD que têm à
> frente.
>
>   
>>  1.2) Apelar ao voto numa proposta que concordas não é faccioso. Não o
>> fazer porque a proposta vem de X ou Y é uma lógica situacionista e, na
>> minha opinião idiota. Se a proposta é boa deve ser aprovada, se não for,
>> não deve. Deixemos os jogos políticos para os políticos. Não o somos,
>> nem nos devemos assumir como tal.
>>     
>
> O facto de apelar ao voto numa proposta que concordo é sempre
> faccioso; apelar ao voto em algo que não concordo é igualmente
> faccioso e acresce a agravante de ser hipócrita. Faccioso vem de tomar
> posição.
> Eu venho de uma família muito activa na vida politico-partidária e
> aprendi muito com isso: uma das coisas que aprendi é, ao contrário da
> política pura e dura, na vida politico-partidária olha-se para que
> partido esteve na origem das coisas e fazem-se logo "pré-conceitos" em
> torno disso e eu não quero que o CD e a carta ganhem imediatamente um
> lugar no caixote do lixo.
> Eu não devo dizer o que os partidos nos dizem a nós... Os partidos é
> que estão sempre com "vota <nome do partido aqui>". Eu devo dizer
> "está aqui um produto de software livre, pode contar com o apoio
> destas comunidades" e os Srs. Deputados analisam se quiserem, tiram as
> conclusões que quiserem e votam em concordância com o que lhes parecer
> mais correcto.
>
> (*) Eu não concordo com o "não somos políticos"... A partir do momento
> em que tens uma opinião formada acerca de algo e ages activamente para
> a dar a conhecer e, de alguma forma, influenciar a sociedade, então
> estás necessariamente a fazer política.
>
>   
Correcto. A forma correcta de dizê-lo é que não somos partidários, não 
que somos apolíticos. Peço desculpa pelo erro. É contra a lógica 
partidária de estar contra só porque veio "do outro lado" que eu estou 
contra, não contra a participação política (pelo contrário). E sim, 
reconheço que é uma realidade existente em Portugal, sendo mesmo mais 
forte no Parlamento Europeu (a nível europeu, não dos portugueses).

Quanto a ser faccioso a favor de uma avaliação a utilização de software 
livre na assembleia da república, sou-o e penso que a ANSOL também é 
(pela sua missão estatutária).
>>  1.3) A promoção de normas abertas é mais aceitável politicamente que a
>> utilização de software livre IMNSHO.
>>     
>
> E certamente a vasta maioria estará de acordo com esse ponto de
> vista... Aliás, até a Microsoft e parceiros concordam contigo, visto
> que eles consideram o OOXML um formato aberto. Mas, neste caso, o
> debate não é em torno de formatos de documentos ou qualquer outro
> assunto, é em torno da adopção de software livre na actividade
> parlamentar e, como tal, é à questão de software livre que devemos dar
> enfoque.
> Estar a meter ao barulho o OpenDocument Format e dizer que se apoia
> esse formato em detrimento de outros é acrescentar ruído à questão:
> para a maioria dos Deputados isto não diz nada e, quem for pesquisar
> (cidadão comum, sem conhecimentos de informática), vai ser confrontado
> com o facto de não ser usado pela Microsoft na sua ferramenta de
> produtividade, o que poderá fazer com que considerem à partida um
> formato "inferior" (e, consequentemente, também o Software Livre ser
> considerado "inferior" porque usa um formato que não é usado "pela
> grande empresa de software do Mundo").
>
>   
Como a maior parte da discriminação contra o software livre está a ser 
feita através da utilização de formatos proprietários, eu não diria que 
era uma problemática diferente. Sendo uma oportunidade
>> Se alguém for descobrindo entretanto, quem são os 6 deputados que iram
>> falar no debate, envie email que eu farei o mesmo. Normalmente é 1 por
>> grupo parlamentar (BE,PEV,PCP,PS,PSD,PP).
>>     
>
> Pelo PCP suponho que seja Exmo. Sr. Deputado Bruno Dias, uma vez que
> foi a pessoa que me respondeu à mensagem que enviei para agendar a
> entrega dos CDs.
>
>   
Sim. Peço desculpa, esqueci-me de dizer que essa já sabia (é o 
proponente da proposta de resolução em causa).

Parabéns por todo o trabalho,
João Miguel Neves



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