[ANSOL-geral] Re: Artigo "Choque Tecnologico"
Diogo Miguel Constantino dos Santos
diogomcs mail.pt
Segunda-Feira, 21 de Fevereiro de 2005 - 21:34:55 WET
Seg, 2005-02-21 às 16:48 +0000, Lopo de Almeida escreveu:
> E não tanto o mesmo ser SEMPRE Software Livre.
Eu não defendo que se deva obrigar toda a sociedade a utiliza Software
Livre, no entanto acho que o estado deve utilizar Software Livre
compulsivamente e que ninguém deve ter o direito de utilizar software
proprietário de forma a criar através de formatos de dados e protocolos
de comunicações um efeito de rede que faça com que os outros deixem de
ter direito de utilizar Software Livre. Ou seja, os cidadãos e empresas
que quiserem utilizar software proprietário devem ter esse direito com
algumas restrições para poder assegurar a liberdade dos outros.
Mas claro que preferia que todos escolhessem utilizar só Software Livre,
tornava as coisas muito mais simples, e evitava problemas a muita gente.
> Num dos casos paradigmáticos em que acho que devia acima de tudo respeitar
> estas três regras supra e não as 4 liberdades é, por exemplo, o software
> recentemente adquirido a fornecedor externo para a Gestão das Colocações de
> Professores.
>
> Quando estamos a falar de software muito especifico com centenas de ficheiros
> e milhares de linhas de código temos de convir que o mais importante para o
> ESTADO não é que o mesmo respeite as quatro liberdades do software livre, não
> achas?
Eu acho que no mínimo todo o software que o estado utiliza deve ser
Software Livre, desde que seja tecnicamente possível e no caso de não
ser o estado deve fazer o possível para:
* Que passe a ser tecnicamente possível;
* O software proprietário a ser utilizado temporariamente deve ser o
menos restritivo possível e não representar o perigo de problemas legais
no futuro;
> Resta à ANSOL colaborar no sentido de que se consiga escrever um artigo em que
> enuncie claramente em que casos é que a regra do Software Livre é a REGRA.
Para mim é simples. :)
***Sempre que seja tecnicamente possível!***
E o que é que isto quer dizer?
Eis uma definição possível:
Sempre que permita realizar a tarefa necessária, mesmo que não seja da
melhor forma possível, ou com maior produtividade, ou seja, sempre que
satisfazer os requisitos mínimos. Deve no entanto haver actividades de
apoio à adopção de Software Livre que visem promover/actuar das mais
variadas formas (escolhendo caso a caso) no sentido de eliminar
quaisquer deficiências/insuficiências das soluções Software Livre
escolhidas.
Talvez não seja uma definição ideal, mas é pelo menos um principio.
> Outra posição tem de ser claramente a oposição às Patentes de Software,
> enquanto Patentes de Ideias e não enquanto Patentes de Processo.
>
> A diferença fundamental entre os dois conceitos é que numa estás a patentear a
> mera ideia de programa de email (por exemplo) e na segunda tens de incluir o
> pseudo-código todo.
>
> Se a discussão se tivesse centrado mais nestes conceitos metade dos
> patentistas já teriam muita dificuldade de angariar apoios politicos.
Não acho que haja uma barreira assim tão fácil, ou mesmo possível, de
estabelecer e entender, sequer para os técnicos da área, muito menos
para quem esta de fora. De qualquer forma, penso que para o segundo caso
já tens o direito de autor, não há grande diferença entre pseudo-código
e código numa linguagem de programação, alias existem mesmo formas de
especificação formal que são muito semelhantes ao código numa linguagem
de programação. Não vejo qualquer necessidade de qualquer outro
monopólio.
> O que eles estão a fazer, em boa verdade, é a tentar fazer passar a mensagem
> de que estão somente a patentear processos industriais e não ideias -- daí a
> frase batida e rebatida «não eram patentes de software que a directiva
> permitia, mas apenas patentes sobre programas que necessitavam de
> computadores.» (sic).
Pois...
> Outra questão importante é, a meu vêr, demonstrar como podem as PMEs
> portuguesas colaborar/integrar neste processo de "Choque".
Sem sabermos o que realmente é o tal choque, acho que é algo precoce
fazer-mos alguma coisa nesse sentido. Alias não sei se deveremos mesmo
fazer alguma coisa, pelo menos fora do contexto de uma acção conjunta
com outras associações e o próprio governo.
--
Diogo Miguel Constantino dos Santos <diogomcs mail.pt>
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