[ANSOL-geral]Software proprietário e organismos
públicos
Paulo Casanova
paulo.casanova arroba link.pt
Fri, 25 Jan 2002 16:34:45 +0000
Não se esqueçam de que a publicação electrónica dos diários da
república era feita num software proprietário desenvolvido pela DGSJ e
só funcionava em Windózios... eu até compreenderia (embora ache
inaceitável) que o software de pesquisa fosse feito em VB mas ao menos
que os dados estivessem em HTML e o CD um ISO 9660 perfeitamente
standard mas nem isso... ou seja, alguém que queria aceder aos diários
da república em formato electrónico tem de ter um Windows... será que o
Estado Português está a pensar deixar de pedir os financiamentos ao UE e
passar para a Microsoft!?
Paulo
> Há relativamente pouco tempo o Estado Português, através da
> comunicação social, afirmou que os tribunais Portugueses
> encontravam-se totalmente informatizados e ligados por uma rede (a
> notícia foi posteriormente rebatida pelos funcionários, mas isso é
> outra história). Ora o que é realmente constrangedor é o facto de
> *todo* o software utilizado ser proprietário:
> - o sistema operativo utilizado em cada computador é o Windows da
> Microsoft (nas suas variadas encarnações);
> - as ferramentas de edição de texto, folhas de cálculo, base de d=
ados
> são as que vêm com o Office da Microsoft (também nas suas variada=
s
> encarnações);
> - as redes (internas e externas) foram implementadas sobre o Windows
> NT;
> - o software para leitura/envio de correio electrónico é o Outlook =
da
> Microsoft (um dia o meu pai tinha mais de 80 mensagens de email com os
> mais variados "vírus" de email que por aí andam, todas enviadas por
> funcionários de outros tribunais, na maior parte das vezes sem o
> desejarem);
> - os programas fornecidos pela DGSJ (Direcção Geral de Serviços
> Judiciarios), são todos "programados" em Visual Basic (digamos,
> eufemisticamente, que não são "muito" portáteis);
> - os documentos fornecidos aos funcionários (modelos de documentos,
> tabelas de custos, etc...) são todos em formatos propriétarios
> (WinWord .doc, Excel .xls, etc...);
>
> Não se pense porém que isto é novidade, porque anteriormente (até
> 1997) usava-se o Display Write (DW) da IBM, e as aplicações eram
> programadas em Clipper (é melhor não comentar...).
>
> O mesmo pode ser visto nas escolas Portuguesas, onde na disciplina de
> Introdução à Informática utiliza-se exclusivamente software da
> Microsoft.
>
> Apesar da boa fé do Sr. Ministro Mariano Gago, penso que é preciso
> tomar medidas imediatas, porque a política actual do Estado Portuguê=
s
> só leva a que cada vez mais o software propriétário se "enraize",=
e torne
> o Estado em mais uma das suas vítimas do "abraço amigo".
>
> Ainda não desabafei tudo (ainda bem que encontrei alguém que partil=
ha
> das minhas visões), mas acho melhor ir fazendo-o gradualmente.
>
> Despeço-me cordialmente,
> Ricardo Martins
>
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