[ANSOL-geral]As Organizacoes Colectivas e a ANSOL

Rui Miguel Seabra rms arroba multicert.com
12 Feb 2002 12:54:30 +0000


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Ola,

On Mon, 2002-02-11 at 19:02, Lopo de Almeida wrote:
> Ainda sobre a participacao das empresas na ANSOL, que foi amplamente
> discutida na ultima reuniao do ISCTE em Lisboa.
(...)
> Embora na reuniao no ISCTE se tenha dito que as empresas poderiam ser
> "Socios Patrocinadores", os Estatutos sao perfeitamente claros acerca
> dessa questao.

O que foi dito e que as empresas podem participar ao nivel do mecenato.

> As empresas estao completamente e absolutamente
> arredadas do movimento associativo, o que eu acho grave para a
> credibilidade da Associacao, face 'as futuras empresas "compradoras"
> do Software Livre, e muito redutor no seu ambito aglutinador de
> vontades.

Porque e que e grave para a credibilidade da ANSOL?
O que e que ser socio da ANSOL tem a ver com comprar Software Livre?
     Receber dinheiro e um bom incentivo, mas nao o mobil principal do
     Software Livre.
O que queres dizer com ambito aglutinador de vontades?

> A unica hipotese que resta e' somente o de serem "Patrocinadores Benemeri=
tos"
> ao abrigo do Mecenato.

Exacto. Onde e que esta a desvantagem? (responder nas perguntas abaixo)

> Extracto dos Estatutos:
> "CAP=CDTULO II
> (Dos Associados)
> Artigo Quinto
> (S=F3cios)
> Podem ser socios da Associacao todas as pessoas singulares,  nacionais ou
> estrangeiras, que possam contribuir para a prossecucao dos objectivos
> da Associacao."=20
>=20
> A frase eliminativa e' "PODEM SER SOCIOS da Associa=E7=E3o TODAS AS PESSO=
AS
> SINGULARES", o que exclui as empresas, outras associacoes
> (empresariais ou outras ONG); enfim todas as organizacoes estao fora.
> Acho que o medo irracional de que as empresas/entidades colectivas possam
> tomar conta da associacao e' absolutamente infundado e vou passar a
> dar dois exemplos que espero sejam esclarecedores:
> 1. Se uma empresas/entidades colectivas quiser realmente tomar conta da
> associacao so' tem de inscrever os seus empregados/socios (se falarmos
> de uma multinacional como a IBM ou a Microsoft vemos como isso e'
> facil) e faze-los votar na SUA lista para os orgaos. Ate' e' mais
> facil porque como sao individuos nunca poderao ser acusados de estarem
> a instrumentalizar a associacao para os seus interesses. Pelo menos
> nunca como empresas/entidades colectivas.

O facto de a empresa inscrever muitos funcionarios como socios de forma
a obter vantagens eleitorais e menos eficaz tendo em conta medidas anti
take-over que diluem a forca de uma tal actividade.

Uma empresa nao e uma pessoa, uma empresa nao tem consciencia moral.
Hoje e chefiada por um conjunto de pessoas que ate podem ser favoraveis
ou completamente a favor do Software Livre, como amanha pode ter sido
comprada por uma empresa que tenha nada a ver com o movimento, e ate nao
lhe seja nada favoravel.

Se a empresa tiver de inscrever funcionarios para tentar obter vantagens
depara-se com mais dificuldades em controlar os seus objectivos (nao
podem substituir por e simplesmente o seu representante, por exemplo,
por outro que melhor defenda outros interesses da empresa), cada pessoa
tem a sua moral e individualidade e pode sempre despedir-se e trocar de
emprego caso a empresa a queira obrigar a seguir uma mentalidade
diferente, etc.

> 2. Se uma empresas/entidades colectivas for socia, so' pode ter um
> representante (um voto) e poderiam ser colocados artigos nos
> Regulamentos Internos que impossibilitariam a mudanca subita de
> representante nos orgaos sociais (caso fosse eleito). Aqui deixo um
> exemplo de regra muito rudimentar:
>=20
>     A) Os individuos representantes de socios colectivos poderao concorre=
r
>        aos orgaos da ANSOL;
>     B) No caso de ser eleito o representante nao podera' ser alterado dur=
ante
>        o mandato;
>     C) No caso de o representante nao poder continuar nessas funcoes sera=
'
>        substituido pelo suplente da mesma lista e serao reordenados os
>        cargos;
>=20
> No caso da alinea C) poderia ser tambem substituido por outro representan=
te
> do socio colectivo, desde que o novo representante fosse aceite pela
> Direccao, Concelho Fiscal e, eventualmente, pelos orgaos da Assembleia
> Geral.

Faz-me um bocado de confusao estes termos todos.
Ate que ponto o representante representa a empresa?
Ja viste que ha um compromisso de nao apresentar declaracoes falsas?
Como fica esse compromisso no caso de um representante? Eu nao consigo
olhar para isto e deixar de pensar, por exemplo, na barulheira toda que
houve recentemente entre o Benfica e a Camara Municipal de Lisboa.

> Isto porque, no caso de algumas empresas que estao agora na ANSOL, os
> socios sao todos a favor do SL, e no caso hipotetico de um se retirar
> da empresa o outro poder, perfeitamente e sem prejuizo dos objectivos,
> vir a substitui-lo.

O receio de influencias negativas de empresas nao e por causa das
empresas boas.
Repara no que tu proprio disseste: "os socios sao todos a favor do SL"
E quando comecarem a surgir socios (algo que nao e de forma alguma
irreal) que ja nao o sao? A empresa assume algum compromisso com o
Software Livre? Se tivesses dito que os socios sao todos comprometidos
com o Software Livre era uma coisa... eu tambem sou a favor do fim da
guerra e da fome.

> Como veem com uma simples regra disposta em 3 alineas o problema real
> desaparece e ate' torna as situacoes muito mais transparentes.

Nao acho que desapareca e nao percebo como e que ha mais transparencia
do que simplesmente assumir apenas socios singulares.

Eu acho que fazem sentido respostas as seguintes perguntas, antes de
mais:

1. Qual e o verdadeiro interesse de a empresa ser um socio de plenos
   poderes?
   No caso de ser para efeitos de imagem, acho que nao so a ANSOL nao e
   uma agencia de publicidade, como tambem nao ha necessidade de ser
   um socio de plenos poderes. Assim sendo, comecam-se a introduzir
   regras atras de regras diminuindo a transparencia.

2. Que desvantagens efectivas ha em ser um mecenas contra ser um socio
   efectivo? E votar e ser eleito? Uma empresa (com fins lucrativos em
   particular) consegue respeitar inabalavelmente compromissos com o
   Software Livre no caso de ser eleita?


Hugs, rms

--=20
+ No matter how much you do, you never do enough -- unknown
+ Whatever you do will be insignificant,
| but it is very important that you do it -- Ghandi
+ So let's do it...?

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