[ANSOL-geral]Era: Liberdade! -> TecnoAnarquismo

[Andre Esteves]

Em Segunda,  4 de Fevereiro de 2002 05:25, escreveste:
> Bem, ao assunto que me leva aqui responder, prende-se com a imagem feita
> pelo nosso colega André Esteves.
> Só um pequeno reparo: se é à liberdade que nos queremos referir, porquê
> utilizar o símbolo da Liberdade francesa, isto é, a Senhora Marselhesa ?

A figura utilizada é de um quadro do delacroix (um pintor do período
revolucionário françês e creio que têm valor universal. Afinal nos símbolos
da républica portuguesa também temos uma mulher de chapéu frígio.
A figura francesa é mais jacobina, pois aparenta ser do povo (basta ver o
quadro do delacroix ), o que entra em ressonânçia com a ídeia de movimentos
de base.

> Também não quero dizer que tenhamos que utilizar forçosamente o nosso
> símbolo da liberdade, o cravo (que me perdoem os restantes elementos do
> Reino Linux, ao qual também  me sinto muito ligado).

Um Gnu ou Tux com um cravo preso á orelha também é uma ideia a explorar!

> Apesar de tudo, a técnica gráfica que o André empregou pode ser
> reaproevitada. Bom trabalho rapaz !

Obrigado.
Posso enviar o ficheiro gimp com as camadas. No entanto não sou artista nem
tenho a paciência. Mas achei que a semiótica do gráfico era inovadora.

> Quanto à ideia do sistema de votação virtual acho excelente, já que,
> como podemos todos verificar é quase impossível juntar todos os
> elementos desta lista e que fazem parte da ANSOL.

Talvez se pudesse integrar o sistema de votação com o irc e criar uma
assembleia/convenção com grupos de conversa por medidas a apresentar. A ordem
de trabalhos (e estatutos??) podia ser codificada em xml e daí construido um
fórum automaticamente...

Talvez um cliente de irc, modificado, em que se pudesse dar tags ás 
participações (do gênero, declaração de príncipios, proposta de modificação, 
etc) e que do log das conversas se pudesse construir a acta automaticamente.
Poderia ser dado tempos de discussão ou o presidente da mesa definir o fim da 
discussão e iniciarem-se as votações, em que seriam geradas as listas com 
moções a aprovar e em que os participantes votariam por voto electrónico.

Há aqui espaço para grandes inovações em termos de dinâmica de decisão. 
Precisa-se é de pessoas que tenham a experiênçia em democracia directa 
(reuniões, assembleias)...

Isto é puro tecnoAnarquismo! Resolver através da tecnologia problemas 
políticos e sociais :) com enfase em soluções eficientes, descentralizadas e 
anti-autoritárias!

Recentemente estive a ler um livro sobre TecnoAnarquismo, em que vinham 
expostas várias experiências de grupos de pessoas comuns que empregaram
tecnologia de uma forma descentralizada e de base (de baixo para cima, 
estando em baixo as pessoas comums e em cima o estado e instituições de 
autoridade).

Sabiam que a revolução no tratamento da SIDA foi graças a uma iniciativa 
tecnoanarquista! O chamado cocktail triplo.

A comunidade gay organizou-se para experimentar combinações de drogas que 
fossem eficazes no tratamento, apesar do controlo das empresas farmacéuticas 
que queriam uma "bala mágica" que fosse muito lucrativa. 

E fizeram-no de forma descentralizada, exaustiva e documentando todas as 
experiênçias, maximizando a esperança dos doentes a cada momento do processo!

É um exemplo de como a medicina poderia ser um esforço comum entre o doente e 
o médico, eliminando por completo a posição ineficiente e autoritária que  
caracteriza a mafia dos medicamentos..

Este é so um dos exemplos que no livro aparecem, apesar de um dos mais 
dramáticos.

Fico cada vez mais com a impressão de que nós podemos fazer história!

> Bom trablho a todos,
>
> Bruno F. Marques

Grão a grão... :)

Um abraço,

André Esteves

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o facto deve-se  menos a uma capacidade intelectual superior do que
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