[ANSOL-geral]Proposta de criação de Grupo de Trabalho

Diogo Santos Diogo Santos <Diogomcs arroba mail.pt>
Tue Apr 30 21:54:01 2002


 Como já se disse muito, vou comentar uma serie de mails, mas não todos.

José Sebrosa:
«O objectivo *não é* divulgar software que respeite as 4 liberdades.»
 Mas esse é um dos objectivos da ANSOL.


«Se a ANSOL fizer um CD cegamente restrito às
4 liberdades e "eu" (um gajo qualquer) ao lado fizer um CD em que algum
software é substituído por outro *melhor*, e se um utilizador tiver
possibilidade de escolher entre eles, o que é que ele escolhe?	Escolhe o
"meu", claro!»

 Não sei se depois de lhe esplicares correctamente o que é Software Livre,
a escolha setria essa. Mas mesmo assim penso que o software que não
respeite as 4 liberdades, é software proprietário. E a nossa associação
limita-se ao Software Livre.

«Nota que o propósito específico deste projecto é o de colocar "não
baptizados"
em contacto com a "fé"»

 O problema situa-se em que não mostrar a totalidade da "fé", tem se
demonstrado pelo menos na minha perspectiva, o principal problema na sua
divulgação, pois normalmente gera duvidas que são colmatadas por mitos,
como por exemplo o de não se poder fazer dinheiro com a GPL, e a perda de
direitos de autor e  não ser necessário disponíbilizar o codigo porque a
maioria não o examinaria ou modificaria.



Vasco Figueira:
«Tens toda a razão, mas por outro lado, se apenas conseguimos competir
com eles quando prescindimos de algumas liberdades, estamos mal.»

 Concordo por isso sou a favor da não cedência.


«Quanto aos que são livres, mas não conseguem competir decentemente com
os seus pares, bom... não os colocamos lá. Assim não corremos o risco de
desinteressar o "cliente".»

 Boa solução, mas penso que não vamos ter esse problema.


Joao Mário Miranda:
«Acho que se o Software não for realmente livre, o nome da ANSOL deve ficar
de fora.»

José Sebrosa:
«Concordo que seria bizarro a ANSOL ser distribuidora de software que viola
o
que a ANSOL diz defender no primeiro artigo dos estatutos!  Mas não será
chocante que a ANSOL seja um dos participantes numa edição que,
precisamente,
inclui muito do que a ANSOL diz defender nesse mesmo artigo.  Pelo
contrário,
como lá estará muito do software livre mais importante para os
utilizadores,
estranho seria se a ANSOL se auto-excluisse...	Ou seja, concordo que é
impensável o CD ser feito *pela* ANSOL, mas não concordo que seja
impensável
ele ser feito *com participação da* ANSOL.  Se fôr caso disso, deve ser
possível acrescentar a participação de mais pessoas colectivas.  Porreiro
mesmo
era que uma dessas pessoas colectivas fosse um jornal de grande tiragem.»

 No caso de o CD não ter só (mas tambem) Software Livre a ANSOL poderia (na
minha opnião) no minimo ponderar com muita seriedade a sua colaboração,
desde que a ANSOL pudesse diferenciar em cada CD de uma forma obvia e
objectiva, qual o software que é Livre e qual não o é, já agora a inclusão
de uma defenição de Software Livre tambem deveria ser incluida algures na
documentação do CD (este ponto seria negociavel).


  J M Cerqueira Esteves:
«quando se começa a lidar com os pormenores percebe-se 
que "liberdade" e falta dela não são aqui ideias poéticas e
distantes mas dizem respeito a questões muito concretas).»

 Nem mais.



«Mesmo que não tivéssemos problemas de consciência, teríamos no final
problemas de imagem.  "Então eles andam para aí a falar de software
livre mas para lançar um CD ajudaram a fazer marketing de software
proprietário da empresa X e da empresa Y etc etc etc, e puseram
software "aleijado" no CD etc etc etc".  Podíamos tentar explicar
publicamente o que o Sebrosa explicou sobre ajudar a mudar
gradualmente conduzindo o utilizador para alternativas, mas se
pudermos evitar essa batata quente melhor.  Já temos demasiado para
fazer e pouco tempo para o fazer.»

 Temos de manter a nossa imagem limpa visto que não podemos intimidar os
nossos contactos politicos. Alem  disso não é facil limpar publicamente uma
imagem.



 José Sebrosa
«Supõe que uma das alternativas é um programa que não respeita a quarta
liberdade:

d.A liberdade de melhorar o programa e de tornar as modificações públicas,
em
benefício de toda a comunidade.

Será que esta violação é importante no nosso caso concreto?  Nota que o
destinatário do CD é um utilizador que não quer saber de fazer modificações

ao
programa para nada, portanto ele não perde nada por não ter essa liberdade
(que
não usaria mesmo que tivesse).

Outro:	Supõe que o programa é apenas distribuído em binário e não respeita

a
segunda liberdade:

b.A liberdade de estudar o funcionamento do programa e de o adaptar a novos

problemas.

Neste caso é necessário ponderar o risco de meter no sistema código
desconhecido e que ninguém pode inspeccionar, mas não me choca que existam
casos concretos em que essa opção, depois de ponderados os riscos, acabe
por
ser considerada válida.»

 Esses argumentos, já os tenho ouvido da boca de representates da
Microsoft.
 O que tú tás a dizer é que algumas dessas liberdades são mais importantes
do que as outras. Bem vai acontecer é que pessoas podem não concordar com
essas tuas preferências em relação às liberdades e preferir outras, ou
mesmo não querer escolher qual a liberdade que não deve ser utilizada. Isto
alem de no meu parecer ir contra o espirito do Software Livre (ter pelo
menos aquelas quatro liberdades), como a discussão à volta de tal assunto
por cada pacote, far-nos ia perder tempo e paciência, por isso concordo com
quem disse que incluir só Software Livre  é melhor não só do ponto de vista
filosofico como tambem do ponto de vista tecnico (porque as licenças são
melhores).


«Confio no bom-senso das pessoas o suficiente para não achar necessário
(nem desejável) impôr-lhes normas restritivas de carácter absoluto, do tipo
"aqui só entra software com a licença X".»

 As liberdades não são obrigações, alem disso quem deve escolher a
utilização ou não das liberdades deve ser o utilizador e não o fornecedor.
É uma questão de principio.


«As pessoas são inteligentes e, caso a caso, terão capacidade de decidir se
aquele programa em concreto merece ou não ser incluído.»

 Pois são mas nem sempre a utilizam, por exemplo a maioria das pessoas que
compra software não lê as licensas.



«A ideia não é ter que explicar isso publicamente.  Ninguém quer meter o
pescoço
nesse cepo...  :^)»

 Na nossa sociedade actual quem cala consente, a nossa imagem não nos
deixava fazer isso, mesmo que tenhamos toda a razão do mundo.


«No entanto parecer-me-á paradoxal se a ANSOL se revelar incapaz de
colaborar
formalmente num projecto desta natureza só por ele não se limitar a conter
software livre.  Repara que digo "colaborar" e não "fazer".»

 No caso da inclusão de uma quantidade aceitável de Software Livre a ANSOL
poderia colaborar (penso eu).



«faz todo o sentido que a Coca-cola colabore numa barraca de
cachorros-quentes (a Coca-cola entra com as bebidas), mas não faz sentido
que a Coca-cola
faça a barraca toda (pois a Coca-cola não tem nada a ver com pão nem com
salsichas). 
E não há dúvida que é bom para a Coca-cola participar na barraca, pois
promove o que lhe interessa:  As suas bebidas.»

 Isto é muito evidente para quem sabe o que é o Software Livre, a maioria
das pessoas não sabe e piór  ainda têm dificuldade em perceber o conceito
(dai inclusivé a "luta" Open source vs Software Livre).


Luciano Miguel Ferreira Rocha:
«Isto é a ANSOL, não uma instituição de caridade social para com os
oprimidos por software Microsoft.»

 Pois claro que não é. Mas um dos objectivos da associação é divulgar o
Software Livre, como quer gostemos ou não a esmagadora maioria usa
Microsoft Windows, temos de atacar essa fatia de mercado, até porque
costuma ser essa fatia de mercado a mais desinformada.



Espero que desta vês não me engane e que a mensagem chegue à lista. Já
agora obrigado José Sebrosa por teres incluido o meu mail na totalidade.


 Fiquem bem!
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