[ANSOL-geral]Where is the source? (part II)
André Esteves
aife arroba netvisao.pt
Tue Apr 16 21:03:02 2002
Em Terça, 16 de Abril de 2002 10:56, escreveste:
> A defesa do Perens é muito melhor para ser entendida por empresas.
> O que e diz é: estás a usar código meu, protegido por uma licença chamada
> GPL. Podes usa-lo desde que a cumpras. Não estás a cumprir, por isso estás
> a violar o contrato que tens comigo e com muito outros. Qualquer economista
> ou advogado percebe logo quem tem razão no caso.
>
> A escolha de argumentos é importante e dela vai depender a eficácia que a
> ANSOL pode ou não vir a ter na defesa do sofware livre.
Concordo, a escolha dos argumentos é importante.
No entanto, o argumento que o Perens apresenta é um argumento reactivo...
ou seja: aceitas-te o GPL, agora cumpre...
Com argumentos destes, acaba-mos por amedrontar as empresas com culturas
corporativas "conservadoras"...
O que não deve também perseguir os infractores.
O ponto é que o fundamento do GPL, está apoiado numa visão das 4 liberdades e
isto é dificíl para um mercado que está habituado a utilizar a supressão
dessas liberdades e a criação de monopólios de ídeias para obter lucro e
segurança.
Talvez a melhor visão do software livre seja deste como um campo de pasto
comunitário.
A impressão que eu tenho é que nas empresas americanas a têndencia para ver o
GPL é predatória... ou seja, "vão nos impedir de obter lucro". A reacção nas
empresas europeias é um bocado diferente... é mais:
"vão nos tirar a segurança!"
Será que andamos a bater na porta errada?
ou pelo menos os americanos andam...
A ideia do software livre como o pasto comunal, encaixa quando os
intervenientes estão num nível de paridade e igualdade entre si.
Ou seja, fazendo uma analogia, todos os donos de vacas lucram por ter um
pasto grande e em condições,e no entanto, competem nos queijos, natas,
manteiga e afins...
A empresa que se ajusta mais e fazendo a analogia, é a pequena PME de
informática, formação e serviços. O software livre permite-lhe ter acesso
(que num software proprietário nunca teria) ao código fonte e ao conhecimento
comunal sobre os programas, que lhe permitem uma posição mais competitiva nas
soluções dos seus clientes quando adapta software livre para uma solução
in-house de um seu cliente através de out-sorcing (Quaisquer aplicações
estratégicas do seu cliente estão protegidas, desde que este não as venda no
mercado, aí terá que respeitar o GPL).
(Claro que isto também pôe problemas na auto-regulação do pasto... Quem é que
impede de uma grande empresa, com maiores departamento de marketing e com
economia de escala, conseguir viver á custa dos pequeninos sem retribuir...
poder-se-á argumentar que ao escolher o software livre ela acabará por trazer
mais utilizadores, e aí terá haver competição como em todos os mercados... e
a inovação dos pequenos, rápidos e vorazes será o seu conhecimento de partes
específicas ou novas do código...)
É esta percepção subtil de onde acaba o pasto comunal e começa a quinta do
agricultor que faz falta e que urge desenvolver e educar!
No entanto, para que haja uma margem de segurança para o adjuvante do
software livre é necessário que ele não seja obrigado a inventar a roda... o
software livre deve dar-lhe um kit quase completo de uma roda ou pelo menos a
linha de produção de rodas (notem a diferença com: as ferramentas que lhe
permitem construir a roda...)
Ou seja.. A empresa que quiser sobreviver do software livre, precisa de ter
uma percepção bastante desenvolvida do seu produto e do mercado, o que também
lhe dá maior competividade...
O perfil a defender é de uma PME pequena com alguns programadores que
contribuem para o software livre de interesse estratégico para a empresa. No
entanto são eles deverão estar integrados num grupo de afinidade dentro da
empresa que inclui os criadores das adaptações e/ou produtos com software
livre, da formação e formação.
Remoendo.. remoendo...
Um abraço,
André Esteves