<div>Neste momento, o que sabemos é que até ao fim do mês a Lei da Cópia Privada "pronta a seguir a tramitação parlamentar".</div><div>Amanhã, talvez saia alguma coisa do evento na PGR.</div><div><br></div><div>Abaixo, listo algumas reflexões sobre cópia privada de obras digitais e fotocópias e convido todos a darem a sua opinião de como poderemos andar para a frente.</div><div><br></div><div><b>Cópia privada de obras digitais:</b></div><div><br></div><div>A lei vê a cópia privada como um prejuízo (ainda que só permita a cópia privada, quando não há prejuízo) e daí exigir uma compensação:</div><div><br></div><div>1) A Directiva Europeia, que temos de respeitar, só coloca duas hipóteses:</div><div>a) Ou há prejuízo e tem de haver compensação relacionada</div><div>b) Ou há prejuízo mínimo e não tem de haver compensação</div><div><br></div><div>Do meu ponto de vista, a cópia privada é até um benefício, por exemplo no caso das vendas dos CD. A recente funcionalidade "Auto-rip" da Amazon, com a autorização das editoras, não sendo uma cópia privada, é uma acção similar, que prova isso mesmo.&nbsp;</div><div><br></div><div>Mas como temos de cumprir a directiva, não nos vale de nada demonstrar que não há prejuízo (a nível nacional). Ainda que possamos informalmente usar este argumento.</div><div><br></div><div>2) Esta compensação pela cópia privada parece derivar do facto da lei, ao permitir que o cidadão faça uma cópia privada sem ter de pedir autorização ao detentor de direitos, estar a diminuir de alguma forma o "direito exclusivo" do autor.</div><div><br></div><div>Mas em Portugal, desde 2004, para as obras digitais, o "direito exclusivo" do autor mantêm-se na prática e os detentores de direitos sabem disto.</div><div><br></div><div>A lei permite aos detentores de direitos colocar DRM (TPM, Medidas Tecnológicas, medidas anti-cópia) nas obras digitais.</div><div><br></div><div>A lei diz que se estas medidas impedirem as utilizações livres (cópia privada incluída), o cidadão pode pedir à IGAC acesso aos meios&nbsp;que permitam beneficiar das&nbsp;</div><div>formas de utilização legalmente permitidas,&nbsp;que os detentores de direitos depositaram na IGAC.</div><div><br></div><div>A IGAC não tem, nem nunca teve nada, porque os detentores de direitos nunca depositaram nada.</div><div><br></div><div>Donde, os detentores de direitos sabem que só eles podem autorizar ou não a cópia privada de obras digitais, pelo que continuam a ter o "direito exclusivo".&nbsp;</div><div><br></div><div>Mas desde 2004, a AGECOP recolhe 3% do preço antes do IVA de CD, CD-R, CD-RW, DVD, DVD-R, DVD-RW, Mini-Disc, etc.&nbsp;</div><div><br></div><div>Do meu ponto de vista de leiga, não só a lei não pode exigir compensação enquanto não garantir a cópia privada das obras digitais, como os cidadãos foram prejudicados nos últimos nove anos.</div><div><br></div><div>É claro que não quero que se proíba a cópia privada, quero sim que a lei a garanta nas obras digitais. Resolver a questão do DRM não parece ser fácil, tendo em conta a directiva, mas podíamos tentar.</div><div>Era importante que as propostas finais que saíssem daqui fossem em "forma de lei". Percebi pelo #pl118 do ano passado que os políticos preferem sugestões "em forma de lei"...</div><div><br></div><div>A pergunta é: do ponto de vista da lei, podemos aproveitar algum destes argumentos?</div><div><br></div><div><b>Fotocópias/Cópia Privada</b>:</div><div><br></div><div>A APEL, vice-presidente da AGECOP, encomendou um "estudo", onde demonstra acreditar que as fotocópias são proibidas. Parece ser o entendimento destas pessoas (e não só, infelizmente) que é proibido tirar uma fotocópia integral de um livro, por exemplo.</div><div><br></div><div>No entanto, apenas os artigos da lei que autorizam a fotocópia integral é que exigem uma compensação.</div><div><br></div><div>A AGECOP recolhe esta taxa, todos os anos, mas acredito que está a recolher taxas indevidas, porque já aconteceu fotocopiadoras cobrarem esta taxa de direito de autor a cidadãos que pediram para imprimir obras licenciadas em Creative Commons (A AGECOP confirmou-me na altura que não podiam cobrar, mas não vejo como é que a AGECOP e as fotocopiadoras fazem a distinção).</div><div><br></div><div>Era importante, por isso, arranjar uma forma de garantir:</div><div><br></div><div>Fotocópia de obras em Domínio Público - não serem cobradas taxas</div><div>Fotocópia de obras&nbsp;em Creative Commons (quando respeitada a licença) -&nbsp;não serem cobradas taxas</div><div>Fotocópia de partes de obras, em instituição de ensino, para fins de ensino -&nbsp;não serem cobradas taxas</div><div><br></div><div>Qual é a vossa opinião?</div><div><div><div>--&nbsp;</div><div><div>paula simoes</div><div><a href="http://about.me/paulasimoes">http://about.me/paulasimoes</a></div></div></div></div>