[ANSOL-geral] O "puto" do Linux

Ricardo Pinho ricardodepinho gmail.com
Terça-Feira, 12 de Março de 2013 - 21:35:22 WET


Caro Nuno Castro,
Devo-lhe transmitir a alegre noticia de que, ao contrário do que muitas
vezes parece, não está só! Nem você na sua preocupação e vontade, nem o
puto é um caso isolado! ;-)
Sugiro que visite e caso decida avançar nessa iniciativa, que contate a
Associação de Ensino Livre: http://ensinolivre.pt/

Em termos práticos, aconselho vivamente a usar uma solução Linux que
arranque de USB (ou CD), para assim usar os computadores das escolas
(normalmente com windows) evitando todas as complicações burocraticas e
práticas (hardware) de usar linux nos computadores escolares!
Existem diversas alternativas, entre elas o http://www.edubuntu.org/
Mas eu pessoalmente recomendo o SUGAR on a stick (
http://wiki.sugarlabs.org/go/Sugar_on_a_Stick) porque está quase 100%
traduzido para portugues (graças ao brasil) e por poder optar pelo
excelente interface gráfico e aplicações do SUGAR (ou mudar para o
"tradicional interface grafico" do Linux.

Apenas uma pequena ajuda... e os desejos de sucesso nessa excelente
iniciativa. Os putos agradecem! ;-)

Deixo uma ultima sugestão, se puder, compre um Rasperbery Pi (
http://www.raspberrypi.org/faqs) e mostre-o ao puto! Acredito que vai
adorar e pode ser que dali saia um craque de informática! ;-)

Cumprimentos,
Ricardo Pinho



No dia 12 de Março de 2013 à7 20:36, Nuno Castro
<nuno.al.castro  gmail.com>escreveu:

> Pessoal,
>
> Já venho a pensar nisto desde há algum tempo. A minha mãe é professora no
> ensino primário e tem um aluno que utiliza o Caixa Mágica. O miúdo adora
> aquilo e está sempre a fazer perguntas sobre o software. Vejo como um raio
> de luz. Eu nunca falei com ele pessoalmente, no entanto. Mas isso
> desperta-me uma ideia. Não creio que seja o único a pensar nisso.
>
> Tendo em conta as "particularidades" proprietárias do projecto Magalhães
> (contratos com a Microsoft), gosto de pensar que um exemplo como este seria
> um bom ponto de partida para recuperar (ou iniciar) o impulso do software
> livre e da literacia tecnológica entre as gerações mais jovens. É verdade
> que os equipamentos disponibilizados aos alunos do ensino primário tiveram
> o CM pré-instalado, mas isso passou ao lado deles e dos próprios
> professores. Vamos ver o panorama geral: a verdade é que a (larga) maioria
> dos professores do ensino primário (quem for de zonas menos "urbanizadas"
> do país sabe do que eu estou a falar) não são pessoas que tenham facilidade
> em lidar com as tecnologias da informação. E se há uma grande monopolização
> de ferramentas proprietárias, estes são os alvos mais vulneráveis ao
> mercantilismo tencológico, principalmente porque olham com muita
> insegurança para o computador, que infelizmente continua a ser um elemento
> completamente estranho na vida de imensa gente. E se o computador é
> estranho, quanto mais os movimentos das liberdades digitais e tecnológicas.
>
> A própria estrutura administrativa do ensino não utiliza software livre. O
> pequenos cosmos da escola da minha mãe (e lamento acrescentar que é
> provavelmente a única escola pública no concelho de Guimarães que não tem
> acesso ao saneamento público - é a este nível que o país real está) é uma
> prova disso. Ainda hoje estive a ajudar os professores desse
> estabelecimento a ligarem-se remotamente ao servidor central
> administrativo, tarefa que só podem desempenhar com a "internet azul" (vide
> Internet Explorer). O servidor corre uma versão do Windows Server 2008, que
> entra em conflito com o controlo ActiveX disponível no IE8, o único que que
> pode ser instalado no WinXP. Sem querer entrar em mais pormenores, fica
> mais do que evidente que esta comunidade escolar é vítima das políticas
> mercantilistas da MS, fica presa ao serviço de uma empresa local (
> nunda.net) das que são da pior espécie (aquelas que não investigam, não
> inovam e só pensam no lucro rápido - infelizmente o caso comum para uma
> empresa local), refém da falta de informação concreta sobre as alternativas
> exigentes.
>
> Para além da necessidade imperativa, emergente de alargarmos a nossa acção
> aos meios locais concretos, que fica patente neste pequeno caso que
> descrevo, a figura do miúdo que usa o CM surge como a solução possível.
> Quantos miúdos assim há no país? Será que não terão, nas vossas famílias,
> casos semelhantes ao meu? O nosso activismo tem de passar pela educação dos
> mais novos e pela captação destes pequenos entusiastas.
>
> Imaginem a força que representa, para alguém que não conhece ou não está
> ambientado com as tecnologias da informação, ver ou ter uma criança a poder
> mostrar-lhes como utilizar!
>
> Pessoalmente, vou organizar uma iniciativa local em que pretendo dar aos
> miúdos o papel de professores, para lhes ensinarem a "brincar" com o Linux.
> Fica aqui a promessa desse evento. Gostava de trazer este tema do
> envolvimento infantil no software livre à discussão no nosso meio. Por isso
> descrevi este cenário.
>
> Espero ter-vos inspirado para acções semelhantes!
>
> Um abraço a todos os entusiastas da Liberdade, miúdos e graúdos! Desculpem
> não ter empregue o termo GNU\Linux. Foi apenas por parcimónia.
>
>
> _______________________________________________
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>
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