Re: [ANSOL-geral] estudo sobre impacto pirataria informática e relação com o Software livre e opensource

Ricardo Pinho ricardodepinho gmail.com
Domingo, 27 de Maio de 2012 - 23:11:03 WEST


Caros,

Mesmo a ser verdade, histórias complexas de conspiração como essa, não
pegam na opinião publica.

Pediram sugestões para uma resposta da ANSOL ao estudo em questão.
Juntei o meu contributo, pois a questão parece-me importante e assistia a
um conjunto de respostas desenquadradas do que se pediu. Os pilares base da
resposta que sugiro passa por esclarecer de forma fundamentada:

1. COPIAR SOFTWARE LIVRE NÃO É PIRATARIA. DEVEMOS COMBATER A PIRATARIA,
PROMOVENDO E USANDO SOFTWARE LIVRE!

2. CONTINUAR A COMPRAR LICENÇAS APENAS CONTRIBUI PARA MANTER A SAÍDA DE
DIVISAS DE PORTUGAL, APROFUNDA A NOSSA DEPENDÊNCIA, IMPEDE O FLORESCIMENTO
DO MERCADO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE NACIONAL E MANTÉM A CAUSA DA
PIRATARIA!

3. APOSTAR EM SOFTWARE LIVRE LEVA VERDADEIRAMENTE AO DESENVOLVIMENTO
ECONÓMICO LOCAL, À CRIAÇÃO DE EMPREGO NACIONAL E AO DESAPARECIMENTO TOTAL
DA PIRATARIA!


Mas esta é apenas uma mera sugestão de resposta, devem existir concerteza
melhores...
Ou a ANSOL vai deixar a opinião publica sem contraditório?

Cumprimentos,
Ricardo


No dia 27 de Maio de 2012 21:19, Paula Simoes <paulasimoes  gmail.com>escreveu:

> Isso seria assim se o problema desta gente fosse a "pirataria". A questão
> é que não é. O problema desta gente é a abundância.
>
> E a abundância é:
> a) Software e conteúdos livres
> b) Domínio público
> c) Utilizações livres (designadas no CDADC)
> d) Resolução do problema das obras órfãs.
>
> Poderia explicar porque é que estas questões dizem respeito ao movimento
> do Software Livre, mas o John Sullivan, da Free Software Foundation, já deu
> três razões [1] para o movimento do Software Livre se preocupar com a "luta
> anti-pirataria", que se podem adaptar muito bem a este tipo de estudos:
>
> 1. O objectivo destes estudos é servirem de base para convencer os
> políticos a alterarem a lei de direito de autor no sentido de forçarem,
> através da lei, a escassez que permita a estas empresas continuarem com o
> seu modelo de negócio.
> Isto implica que as mudanças na lei que estas empresas querem são:
>
> a) acabar com a partilha de software e conteúdos livres (preciso de dar
> exemplos de ataques ao software livre e às creative commons?),
>
> b) acabar com o domínio público (a primeira lei de copyright dava 14 anos
> de protecção após a publicação da obra, na Europa vamos em 70 anos após a
> morte do autor e nos EUA vamos em 95; este ano, pela primeira vez na
> história do copyright, o supremo tribunal americano retirou centenas de
> obras que estavam em domínio público e voltou a colocá-las debaixo de
> copyright),
>
> c) acabar com as utilizações livres (não é este o objectivo do DRM?),
>
> d) impedir a resolução das obras órfãs (levando a tribunal consórcios de
> universidades que tentem resolver este problema).
>
> 2. É impossível combater a "pirataria" pela força. A única forma de fazer
> diminuir ou desaparecer a "pirataria" é convencer as pessoas de que a
> partilha é uma coisa má. E é isso que esta gente tem feito e este estudo
> prova isso quando considera a maior parte do software livre como pirataria.
> Mas no dia em que toda a gente achar que a partilha é uma coisa má, o
> software livre deixa de existir.
>
>
> Que ninguém se iluda: o software livre só existe porque, por enquanto, a
> lei permite que ele exista.
>
>
> [1] -
> http://torrentfreak.com/the-war-on-sharing-why-the-fsf-cares-about-riaa-lawsuits-090513/
>
>
> --
> Paula Simoes
>
>
> On Sunday, May 27, 2012 at 6:47 PM, Ricardo Pinho wrote:
>
> > Caro Rui Seabra,
> >
> > No dia 27 de Maio de 2012 17:33, Rui Miguel Silva Seabra <rms  1407.org(mailto:
> rms  1407.org)> escreveu:
> > > Não faz qualquer sentido apoiar um estudo encomendado pela Microsoft
> >
> >
> > as vitórias nas grandes batalhas da história deveram-se a reações que
> não faziam sentido (inesperadas), tendo todas elas em comum o
> re-direcionamento do impacto de um ataque do exército dominante sobre ele
> próprio.
> > Talvez esta seja uma dessas oportunidades?!... ;-)
> >
> > Claro que o segredo da vitória estará na genialidade da redação do
> texto, para a qual julgo haver aqui guerreiros à altura.
> >
> > Cumprimentos,
> > Ricardo
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