[ANSOL-geral] O mercado de edição e distribuição e o FLOSS

J M Cerqueira Esteves jmce artenumerica.com
Segunda-Feira, 14 de Maio de 2012 - 13:00:54 WEST


On 2012-05-14 11:56, Jaime Villate wrote:
> On 05/14/2012 11:46 AM, Gerardo Lisboa (INFO-CARE) wrote:
>> Sim, são soluções interessante mas, infelizmente, muito assustadoras
>> para a maior parte dos autores...
>>
> Depende. A vantagem da documentação livre é poder reaproveitar e copiar
> o que já está feito. Se me entregassem um documento espetacular, feito
> com o Scribus, não conseguirei fazer algo igual. Mas com
> um bom "template" em Latex é fácil adaptar para as nossas necessidades.


E ainda sinto que a percepção de facilidade/dificuldade é frequentemente
enganadora.  Lembro-me de pôr algumas pessoas a usar LaTeX ou plain TeX
sem terem sequer grande experiência com computadores, nem estarem
dispostos a investir muito na aprendizagem --- podiam não aprender muito
sobre TeX ou sobre a composição de texto, mas suponho que não
aprenderiam a fazer melhor noutros ambientes.

Talvez se possa argumentar que agora a experiência prévia em ambientes
como Office aumenta as barreiras mentais reforçando o "susto" --- mas ao
mesmo tempo não é trivial que consigam fazer melhor no ambiente que não
os assusta, a menos que algo fundamental tenha mudado em interfaces (eu
quase nunca usei sistemas como Office/OpenOffice/... e posso dizer que
não os sei usar).  Suspeito que as interfaces gráficas ainda não ajudam
facilmente os assustados a fazer um melhor trabalho nem ajudam quem
depois deles, a fazer edição, tem de corrigir os problemas introduzidos
pelos autores ou coordenar trabalho entre vários autores.   Impressão
reforçada quando editei proceedings com vários autores a enviar LaTeX
produzido via Scientific Word: a interface wysiwyg desse já encorajava
claramente a introdução de lixo visualmente 'parecido' (para eles) com o
pretendido mas completamente errado do ponto de vista do markup e da
'tipografia' resultantes.   É verdade que recebi muito LaTeX mau, mas
ficou especial má memória dos produzidos em Scientific Word.

Argumentos de a discussão não ser na maior parte dos casos sobre texto
matemático não invalidam o acima, porque então o markup necessário pode
ser muito mais limitado e muito menos o autor necessita de conhecer.
E mesmo assim com ambientes a la Office os problemas de mau markup
também se observam.  Os textos de http://arquivopessoa.net/ e
http://multipessoa.net/ estavam, quando nos chegaram, guardados em
tabelas em ficheiros Word, de onde fiz conversão para HTML. Felizmente o
uso de markup de Word era muito moderado, mas mesmo assim há problemas
importantes que ainda complicam obtenção de resultados de boa qualidade.
 Por exemplo, um travessão pode estar representado como travessão, como
"-", como "--" ... e para complicar há em textos do Pessoa combinações a
formar 'travessões longos' (não recordo a designação desses, se a vi).
Alguns problemas simples foram corrigidos, outros aguardam que se possa
avançar para revisões extensas (e também passagem a markup mais rico,
eventualmente da TEI).  Na geração dos ficheiros PDF lá disponibilizados
tentei ir um pouco mais longe, com um programa de conversão (via LaTeX)
que tenta detectar alguns problemas típicos e adivinhar o que fazer
(e.g., um "-" rodeado de espaços é provavelmente um travessão e por isso
tratado como tal).

TTFN
                  jmce





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