[ANSOL-geral] EMI diz não a DRM

Diogo Constantino Diogomcs mail.pt
Terça-Feira, 3 de Abril de 2007 - 21:46:08 WEST


Ter, 2007-04-03 às 17:42 +0200, Bruno Rodrigues escreveu:

> Sabes o que é um contracto? Sabes que tens de respeitar o contracto  
> que assinares? Sabes de alguem que tenha feito um contracto com as  
> labels que tenha conseguido musica sem DRM? 

Eu até acredito que as editoras tentem impor isso.

> E sabes que as labels só  
> assinaram o contracto porque existem as clausulas que obrigam a  
> distribuidora (Apple, MS, etc) a tentar proteger "as much as  
> possible" a copia dos ficheiros, leia-se DRM, e que se o DRM for  
> crackado, a distribuidora terá de pagar contrapartidas às labels.  
> Mais uma vez, se souberes ou conseguires acordar um contracto com as  
> labels para vender musica sem DRM, diz-me como. O steve parece-me ter  
> conseguido, finalmente.

No que eu tenho fortes duvidas é que tenhas acesso aos ditos contratos,
para estares a falar baseado em factos. É que ainda por cima esse tipo
de contratos não podem ser discutidos publicamente porque é prática
comum assinar-se Non Disclosure Agreements.
Vamos lá limitar-nos aos factos a que temos acesso e preferencialmente
aos que podem ser verificados.



> Porquê ? Mas porque?????

Vai ver a história do DRM, e vais constatar que desde o fim dos anos 90
e início deste século quem mais propôs o DRM foi a industria de software
e de hardware. E claro que a industria de conteúdos adorou a ideia e
passou a apoiar e a tentar impor, porque estavam desejosos de algo deste
tipo. Empresas como o m$ e as que fazem parte do Trusted Computing
Group, querem o DRM, sobretudo para escolherem com quem é que os futuros
sistemas de comércio electrónico vão inter-operar, podendo assim exercer
controlo sobre o mercado e foi esse o maior motor do DRM.


> O que é que a Apple ou a MS beneficia com o DRM? É mais software para  
> desenvolver e testar.

Sim ganham com isso, porque tornam muito maior a barreira para se poder
entrar no mercado. Uma das principais caracteristicas dos sistemas de
DRM é não serem muito inter-operáveis (a não ser com quem paga a quem
desenvolve o sistema de DRM), e não ter qualquer lógica serem
implementados como Software Livre. Ou seja, o DRM é usado para impedir
boa parte da competição.
Poder é muito mais importante que o dinheiro. E com o DRM os fabricantes
de software ganham muito mais dinheiro.


>  É menos utilizadores "pleased". O que ganham?  

Sejamos realistas. A maior parte dos utilizadores ainda não se apercebeu
dos problemas que o DRM lhe causa, quem se queixa são uma minoria que em
termos de números é quase irrelevante (embora isto esteja a começar a
mudar).
A estratégia de introdução do DRM no mercado tem sido bastante
inteligente. Vão introduzindo "uma restrição de cada vez" e inicialmente
com versões mais "soft" das restrições, assim a tendência da maioria é
de não ser afectada, ou então ser pouco afectada a cada iteração,
fazendo com que pensem e digam, que é uma coisa de nada e uma perda de
liberdade irrelevante. Só quando se coloca em perspectiva é que dá para
ver que a perda de liberdade já foi grande e relevante e que cada vez os
consumidores perdem mais direitos e poder.


> Lock-in? as vendas da iTS são uma infima parte da musica nos iPods.

O lock-in nem sempre se destina a provocar vendas, por vezes o mais
importante é impedir vendas concorrentes. E nem sempre o lock-in é
total, para dar um aspecto mais bonito e iludir as "boas almas".



> Porque a unica forma de conseguir um contracto com as labels todas  
> foi forçar um contracto unico com toda a gente. Enquanto não  
> conseguirem um segundo contracto unico com toda a gente, sem DRM, não  
> faz sentido ter contractos diferentes.

Podes explicar porquê?


>  Ter uma excepção com a EMI é  
> muito mais poderoso, em termos politicos, para a morte do DRM do que  
> uma excepção no contracto para as Indies.

Verdade!
No entanto no que toca aos direitos de consumidores não é o que é
melhor. Alias tu próprio tens vindo a dizer que tem que se ganhar aos
poucos, e coisas desse tipo.




cumprimentos
-- 
Diogo Constantino <Diogomcs  mail.pt>



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