[ANSOL-geral] CDs, copying, etc

Carlos Correia carlos m16e.com
Sexta-Feira, 7 de Abril de 2006 - 23:06:53 WEST


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Caro Pedro,

Principalmente na música e no cinema, há 2 espécies de artistas: aqueles
que estão (ou aspiram a estar) no top da popularidade, e os outros --
que se estão nas tintas para a popularidade e que produzem de acordo com
os seus gostos pessoais. è claro, como em tudo, há que contar com vários
tons de cinzento pelo meio.

Só os primeiros é que existem para as grandes produtoras, sejam musicais
ou cinematográficas. Os outros são aquilo a que eles chamam "fundo de
catálogo". Fazem parte da lista, mas estão escondidos no fundo, não têm
direito a publicidade nem a acções de promoção.

Os grandes negócios vivem das modas e elas são efémeras. Daqui a 10 ou
15 anos ninguém se vai lembrar das Spice Girls nem dos D'zrt (já ninguém
se lembra das Spice Girls!), mas ainda vai haver gente a ouvir Miles
Davies ou King Crimson. O mesmo se passa no cinema: dificilmente o
Robert de Niro será esquecido, já para não falar do Orson Wells.

Isto tudo para dizer que não é a *Arte* que está em causa! É, sim, o
negócio que as grandes produtoras fazem à volta das *modinhas* e dos
*artistasinhos* que vão inventando (no fim de contas, chamam-se a si
próprios a *indústria* do entretenimento e não produtores ou promotores
de cultura).

Se cada vez se vendem menos CDs e DVDs (e cada vez vai menos gente aos
cinemas) talvez seja pela fraca qualidade daquilo que nos querem
impingir. Aposto que, se a escolha fosse mais diversificada, como há 20
ou 30 anos atrás, se vendia mais -- se bem que talvez não tão
rapidamente ;-)

Só para terminar: acho que a questão só se vai resolver com o tempo, à
medida que os Artistas (aqueles do "fundo do catálogo") forem tomando
consciência de que já dispõem dos meios para promoverem e *venderem* a
sua obra sem ter de "prestar vassalagem" a essas empresas -- o resto é
_businnes as usual_!

Cumprimentos,

Carlos Correia

pedro mg escreveu:
| Dá-me a sensação que se está a abordar diversos assuntos.
| Poder de compra, crimes, direitos de autor e intermediarismo mafioso. O
| poder de compra médio dos portugueses (sem recurso ao crédito) é
| reduzido quando comparado com o resto da europa e elevado quando
| comparado com áfrica :)
| Há verdadeiros crimes relacionados com pirataria. Assiste-se a milhares
| de cidadãos (nem devia aplicar esta palavra) a piratear conteúdo
| protegido por direitos de autor e a vendê-lo sem qualquer qualidade e de
| uma forma totalmente ilegal. Conto que sejam uma base não inferior a
| 1001 para poder aplicar a forma plural da palavra. Isto tem de ser
| combatido essencialmente pela via cultural.
| Sou da opinião que se um autor pretende vender o seu produto a 10 vezes
| o valor de mercado, deve poder fazê-lo. Isso não deverá ser motivo para
| que pessoas (com ou sem poder de compra) usufruam ilegalmente desse
| produto.
| Quanto aos intermediários que os produtores contratam... sei que ficam
| com uma grande fatia do bolo e resumem os valores a custos de marketing
| e produção. Sabe-se que os lucros são fabulosos. Mas isso também não dá
| direito a que se pirateie.
| A época é de transição e não me admira que cada vez mais artistas (para
| referir o caso descrito) adoptem vias inovadoras para difusão dos seus
| produtos protegidos.
|
| Em resumo, penso que o poder de compra do comprador não pode ser motivo
| para que se apoie a pirataria. Nunca. Agora que no caso da música o IVA
| deveria ser reduzido, não há dúvida. Lê-se que as editoras estão a
| retardar ao máximo a venda unitária de música, os antigos "singles", por
| forma a não ver os lucros reduzirem. Acredito que a Web assuste alguns
| desses senhores. Terão de se adaptar. Não me choca nada, e até acho
| muito bem pagar 90 cêntimos por uma música via internet. Pretendo que o
| autor continue a produzir produtos com a classe que aprecio ao adquirir
| o produto dele.
|
| A luta anti-pirataria benificia o software livre. Se piratear software
| proprietário se tornar difícil, as pessoas vão ter duas opções: pagá-lo
| ou começar a abrir os horizontes para a filosofia FS, que não implica
| simplesmente o usufruto. Deverá haver compensação na medida do possível,
| nem que seja um "obrigado pelo bom produto que produziram" via email :)
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