[ANSOL-geral] CDs, copying, etc

pedro mg seti tquadrado.com
Quinta-Feira, 6 de Abril de 2006 - 21:21:39 WEST


Dá-me a sensação que se está a abordar diversos assuntos.
Poder de compra, crimes, direitos de autor e intermediarismo mafioso. O
poder de compra médio dos portugueses (sem recurso ao crédito) é
reduzido quando comparado com o resto da europa e elevado quando
comparado com áfrica :) 
Há verdadeiros crimes relacionados com pirataria. Assiste-se a milhares
de cidadãos (nem devia aplicar esta palavra) a piratear conteúdo
protegido por direitos de autor e a vendê-lo sem qualquer qualidade e de
uma forma totalmente ilegal. Conto que sejam uma base não inferior a
1001 para poder aplicar a forma plural da palavra. Isto tem de ser
combatido essencialmente pela via cultural. 
Sou da opinião que se um autor pretende vender o seu produto a 10 vezes
o valor de mercado, deve poder fazê-lo. Isso não deverá ser motivo para
que pessoas (com ou sem poder de compra) usufruam ilegalmente desse
produto.
Quanto aos intermediários que os produtores contratam... sei que ficam
com uma grande fatia do bolo e resumem os valores a custos de marketing
e produção. Sabe-se que os lucros são fabulosos. Mas isso também não dá
direito a que se pirateie. 
A época é de transição e não me admira que cada vez mais artistas (para
referir o caso descrito) adoptem vias inovadoras para difusão dos seus
produtos protegidos. 

Em resumo, penso que o poder de compra do comprador não pode ser motivo
para que se apoie a pirataria. Nunca. Agora que no caso da música o IVA
deveria ser reduzido, não há dúvida. Lê-se que as editoras estão a
retardar ao máximo a venda unitária de música, os antigos "singles", por
forma a não ver os lucros reduzirem. Acredito que a Web assuste alguns
desses senhores. Terão de se adaptar. Não me choca nada, e até acho
muito bem pagar 90 cêntimos por uma música via internet. Pretendo que o
autor continue a produzir produtos com a classe que aprecio ao adquirir
o produto dele.

A luta anti-pirataria benificia o software livre. Se piratear software
proprietário se tornar difícil, as pessoas vão ter duas opções: pagá-lo
ou começar a abrir os horizontes para a filosofia FS, que não implica
simplesmente o usufruto. Deverá haver compensação na medida do possível,
nem que seja um "obrigado pelo bom produto que produziram" via email :)

-- 
pedro mg


Qui, 2006-04-06 às 20:25 +0100, Graham Seaman escreveu:
> Interessante... a reaccao geral da populacao do software livre  aqui  
> (UK)  a este estilo  de  coisa e'  'Este filhos de p**a  de patroes da  
> industria da musica estao a exagerar desmascaradamente para poder 
> conseguir mais uma extensao dos poderes dos donos da copyright'. Estou a 
> ver que a reaccao geral da populacao equivalente em Portugal e' 
> 'coitados de nos, a nossa economia esta em ruinas, ja nem sequer podemos 
> pagar os donos da Sony et al o dinheiro que lhes devemos...'  Sera' 
> mesmo assim? E se a noticia tivesse sido 'companhias de producao da 
> software proprietaria portuguesa vao para a falencia por causa da 
> concorrencia desleal do software livre', a reaccao seria igual?
> 
> Abracos, mas um pouco confuso..
> 
> Graham
>  
> 
> 
> 
> Jaime E. Villate wrote:
> 
> >On Thu, 2006-04-06 at 14:15 +0100, Graham Seaman wrote:
> >
> >  
> >
> >>"Portugal, where CD sales have fallen by 40% over the last four years, 
> >>has been one of the countries most affected by illegal file-sharing. 
> >>John Kennedy, the chairman of the International Federation of the 
> >>Phonographic Industry (IFPI), which represents the record industry 
> >>globally, warned that Portugal's music industry could disappear 
> >>altogether without stringent anti-piracy measures."
> >>
> >>Alguem aqui tem alguma informacao factual que poderiamos usar para 
> >>contradizer isso?
> >>Alguma referencia a fonte original destes numeros?
> >>    
> >>
> >
> >Olá Graham,
> >não tenho a referência à fonte desses números, mas com certeza que se
> >obtiverem informações sobre a venda de qualquer outros artigos nos
> >últimos anos, também têm descido dramaticamente.
> >
> >Os ordenados dos funcionários públicos (grande parte da população) estão
> >congelados há alguns anos. O imposto às vendas e outros impostos
> >aumentaram. Muitas empresas, não só no sector da indústria fonográfica,
> >têm ido à falência pela descida nas vendas.
> >
> >Por exemplo, a indústria têxtil parece-me que está a desaparecer mais
> >rapidamente que a indústria da música.
> >
> >Cumprimentos,
> >Jaime Villate
> >
> >
> >
> >
> >
> >  
> >
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