A porcaria das patentes era: [ANSOL-geral]Red Hat registapatentes de software...]

Jose' Sebrosa sebrosa arroba artenumerica.com
Mon May 27 01:53:06 2002


Rui Miguel Silva Seabra wrote:
> 
> Poderias argumentar: ah, coisas obvias nao deviam ser patenteadas.
> So que a definicao de obvio e muito subjectiva... por exemplo.


Pessoalmente, parece-me tao ou mais subjectiva a definicao de "coisa imaterial"
-- e nem e' preciso entrar em questoes filosoficas relacionadas com a
Existencia da Imaterialidade...  :^]

Por exemplo, e' bizarro dizer que um programa e' imaterial e uma roldana nao o
e'.  Por um lado, o programa pode ser considerado "coisa material", pois nao
existe sem suporte material e nao faz nada sem esse suporte.  Por outro, a
roldana pode ser considerada "coisa imaterial" pois evidentemente que o que e'
patenteado nao e' *aquela* roldana (ou seja, *aquele* monte de atomos arrumado
de uma maneira engracada), mas *todas* as roldanas que tenham especificacoes[1]
e funcoes suficientemente parecidas.

 [1] De notar a proposito a semelhanca conceptual
     entre estas especificacoes e software.

O exemplo da roldana que usei acima nao foi escolhido inocentemente:  Seria
desastroso haver uma patente da roldana, como seria desastroso haver uma
patente da roda ou da alavanca.  O nivel do desastre nao e' determinado pelo
facto de se tratar de uma coisa imaterial (seja o que for que isso quer dizer),
mas pelo facto de a coisa patenteada ser brutalmente basica[2].

  [2] Basica, no sentido de estar na base
      doutras coisas.

De facto, e' este conceito de "coisa basica" que atinge mortalmente o trabalho
incremental, e em particular a investigacao incremental:  Se uma coisa basica
e' de acesso ou utilizacao restrita, esta' destruida a hipotese de se
incrementar o que quer que seja a partir dela.

Enfim, sao apenas as ruminacoes dum leigo...

Cumps.,
Sebrosa