[ANSOL-geral]Proposta de carta para a ASSOFT

ajc@eurotux.com ajc arroba eurotux.com
Wed, 16 Jan 2002 14:58:39 +0000 (WET)


Viva,

Parece-me que este contacto com a ASSOFT é muito importante, até porque é
uma das coisas em que a ANSOL tem muito mais facilidade de ser ouvida do
que qualquer grupo informal de pessoas.

Assim, é fundamental que este contacto não seja deitado por terra
logo no início. Esse poderia ser o efeito de uma postura demasiado
fundamentalista.


Nas discussões anteriores verificou-se existirem diferenças importantes
sobre a atitude a ter em relação a outras formas de pensar. E nós somos
um grupo bastante homogeneo de pessoas que defendem a causa do
software livre há bastante tempo... Mesmo assim temos diferenças e
nem sempre compreendemos a lógica das posições mais extremadas.


Agora imaginem o que é ir falar com "o mundo exterior" sem ter algum
cuidado em manter alguns pontos de entendimento. Seriamos simplesmente
tratados como extraterrestres e ignorados.

Chegar à ASSOFT com a mensagem implícita "vocês são servos de Satanás e
das Forças do Mal,  convertam-se ou arderão no inferno" não me parece a
melhor estratégia. Por isso, mesmo que haja entre nós quem pense que a
propriedade intelectual é um conceito demoníaco, não creio que seja
apropriado ir falar com a ASSOFT nestes termos.


Concluindo, parece-me que as versões iniciais da carta estão melhores,
e que temos forçosamente de respeitar o direito de se escrever e vender
software proprietário. Podemos e devemos tentar convencer as pessoas a
não o usar e os autores a não o escreverem, essa não é o assunto que
interessa discutir com a ASSOFT. Para essa conversa temos que começar
pelas semelhanças e não pelas diferenças.


E há semelhanças: defendemos a aplicação e o respeito por licenças de
software. Nós usamos uma licença em particular, a GPL, e esperamos que
seja cumprida. Eles também esperam que as que eles defendem sejam
cumpridas. Somos, ou devemos ser, ambos contra a pirataria: se toda a
gente pagasse pelo sofware proprietário haveria muito mais uso de sofware
livre.

Explorar as diferenças não leva a nada: nós preferíamos que eles não
existissem, eles preferiam que nós não existíssemos... para isso é melhor
não fazer nada.


Desculpem este testamento mas acho isto fundamental. A ANSOL vai
rapidamente demonstrar se vai ter alguma relevância ou se vai ser apenas
uma seita  fechada sobre si própria, sem qualquer efeito no mundo
exterior. Se é para sermos ouvidos, pelo menos temos que falar a mesma língua.

ajc



On 16 Jan 2002, Rui Miguel Seabra wrote:

> Viva,
>
> estive para fazer isto, iniciei uns esbocos mas achei que nao estava a
> conseguir fazer nada de jeito. Gostei da carta do Joao Neves e de
> algumas das alteracoes do Nuno. Acrescento as minhas:
>
> On Wed, 2002-01-16 at 12:54, Nuno Faria wrote:
> > Exmo. Senhor Presidente da Associação Portuguesa de Software (ASSOF=
T)
> >
> > (Se soubermos o titulo do Senhor Manuel Cerqueira -- Dr, Eng, Prof, etc=
... podemos acrescentar a linha seguinte)
> > Ex.mo Sr. ??? Manuel Cerqueira,
> >
> >      Foi com grande interesse que lemos o artigo do Público sobre o
> > décimo aniversário da ASSOFT (Associação Portuguesa de Software=
) e
> > gostaríamos de lhe enviar, em nome da recém criada Associação N=
acional
> > do Software Livre (ANSOL), os mais sinceros votos de parabéns e de
> > continuação de sucesso na defesa dos direitos dos autores de softwa=
re
> > em geral.
> >
> > A ANSOL é uma associação constituída, entre outros, por empres=
ários,
> > profissionais liberais, docentes, investigadores e alunos
> > universitários. A defesa dos direitos de autor de software é um dos
> > objectivos principais desta associação.
>
> Ate aqui tudo bem.
> A primeira das frases abaixo vai contra os nossos principios!
>
> > Nós acreditamos que cada autor (individual, empresarial ou
> > associativo) deve ser livre para definir todas as restrições e
> > liberdades que se aplicam ao seu produto.
> > No nosso caso, promovemos a
> > aplicação e defesa de licenças do tipo software livre.
>
> Sugiro que se mude para:
>
> Nos acreditamos que o software deve respeitar as liberdades a que todos
> temos direito, e por isso promovemos a aplicação e defesa de licenç=
as do
> tipo software livre.
>
> > Gostaríamos de salientar o respeito que temos pela vossa experiênci=
a em
> > lidar com este tipo de problemas e muito valorizaríamos toda a
> > colaboração que possamos vir a estabelecer com a ASSOFT.
>
> O mesmo para o que vem aqui:
>
> > Da nossa
> > parte, colocamo-nos desde já à Vossa disposição para esclarecer=
 e
> > desenvolver estratégias que visem promover o respeito pela propriedad=
e
> > intelectual, concretamente, pelo respeito e promoção de software
> > licenciado como livre.
>
> Aaaargh... la vem esse chavao do PI... nao... isto deveria passar para:
>
> Da nossa parte, colocamo-nos desde já à Vossa disposição para esc=
larecer
> e desenvolver estratégias que visem promover o respeito e promoção =
de
> software licenciado como livre.
>
> > Para tal, sugerimos a realização de uma reunião de trabalho entre
> > representantes de ambas as associações em data e local a combinar.
> > Colocamo-nos igualmente ao Vosso dispor para qualquer esclarecimento,
> > através que qualquer meio de comunicação que considere pertinente=
.
> >
> >
> >        Com os nossos melhores cumprimentos,
> >
> >  	  Aguardamos o Vosso contacto,
> >
> >  		     Pela ANSOL,
> >
> >
> >
> > --- FIM ---
>
> Nuno, perdoa os detalhes, mas nos promovemos software livre e nao o
> software nao livre. Assim, ha certas coisas que e melhor omitir (para
> apresentar um texto polido e politico de apresentacao a ASSOFT) do que
> arriscarmo-nos a introduzir elementos alienigenas aos nossos principios
> (PI, ser livre para definir todas as restrições -- provavelmente
> referias-te a restricao a elementos que impecam a liberdade, mas pode
> ser interpretado facilmente como uma aceitacao do poder sobre os outros
> que trazem as licencas nao livres).
>
> Abracos, rms
>
> --
> + No matter how much you do, you never do enough -- unknown
> + Whatever you do will be insignificant,
> | but it is very important that you do it -- Ghandi
> + So let's do it...?
>