[ANSOL-geral]Empresas socias

Jose' Sebrosa sebrosa arroba artenumerica.com
Fri, 15 Feb 2002 15:00:43 +0000


A falta de tempo e' negra, mas ja' que comecei deixo uma ou duas notas para
reflexao sobre se, e porque^, as empresas devem (ou nao) ser aceites como
socias.


Ha' um pressuposto na ideia de admitir as empresas como socias:  O de que elas
pagam uma quota elevada.  Proponho entao que cada um reflicta sobre se a sua
opiniao depende do valor da quota das empresas.  Por exemplo, concordam com a
ideia de as empresas pagarem uma quota de um euro por mes (como proposto para
os estudantes)?


Apareceu outro pressuposto no raciocinio exposto pelo Lopo de Almeida:  O de
que as empresas, sendo socias, ficam com uma especie de "certificado de bom
comportamento" no que respeita `a filosofia do software livre (foi a este
"certificado" que eu chamei de "vinheta" noutro email).  Pois bem, isto faz
algum sentido, ou e' uma falacia (um jogo de palavras sem conteudo, usado pelas
empresas com fins publicitarios)?  Na minha opiniao e' uma falacia, pois a
*vocacao* da ANSOL, tal como eu a entendo, nao e' a de servir de "entidade
certificadora" que vende "atestados de bom comportamento" `as empresas.  A
vocacao da ANSOL e' promover o software livre, concretamente fazendo com que o
seu valor seja reconhecido pelos decisores (publicos e nao so') -- aumentando
em resultado a sua penetracao no mercado -- e alertando e pressionando os
legisladores para evitar que certos ataques organizados contra ele tenham
sucesso.


As minhas reservas `a entrada de empresas como socias nao tem nada a ver com
qualquer desconfianca minha para com as empresas, nem com qualquer receio de um
take-over marado.  Teem, isso sim, tudo a ver com o posicionamento da ANSOL
caso as empresas possam entrar.  Explico:  Se as empresas puderem entrar, as
quotas forem elevadas e as receitas ai' geradas forem significativas para a
ANSOL, nada mais natural que a ANSOL considerar que e' um seu objectivo cativar
mais e mais empresas a se associarem.  Assim, a ANSOL encaminhara' a sua
energia e esforcos no sentido de angariar socios empresariais, em vez de no
sentido de desenvolver actividades de promocao do software livre.  O eventual
sucesso (reflectido nas contas da associacao) da angariacao de socios
empresariais justificara' que essa angariacao se torne num fim em si.  Sera'
nessa altura que a ANSOL sera' um "vendedor de vinhetas".  Em suma, nao e' das
empresas que eu desconfio:  e' da ANSOL.

A ANSOL canalizara' as suas accoes de acordo com uma "canalizacao" que estamos
agora a construir.  O meu receio e' de que a "canalizacao" resultante duns
estatutos que vendem quotas para empresas a precos elevados leve a ANSOL a
canalizar os seus esforcos para algo menos produtivo.  Ja' nao seria o caso se,
por exemplo, as quotas das empresas fossem baixas -- e tambem por isso fiz a
pergunta la' de cima.


Mas a questao esta' para mim em aberto.  Nao sei se, por exemplo, nao se pode
argumentar contra o mecenato como eu argumentei contra as quotas.  Parece-me
que nao (precisamente por a ligacao entre o mecenas e a associacao ser mais
fraca), mas nao e' claro que seja assim.

Enfim, tenho uma directa para acabar!


Cumps.,
Sebrosa