[ANSOL-geral]Sem@na Informatica Nš 593 (v2)

Rui Miguel Silva Seabra rms arroba 1407.org
Mon Apr 8 22:36:01 2002


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Content-Transfer-Encoding: quoted-printable

Reformulacao contendo as altera=E7=F5es sugeridas pelo Mario Miranda.

Viva,

  Gostaria de come=E7ar por vos felicitar pelos artigos sobre o sistema
GNU/Linux que surgiram na edi=E7=E3o #593 da SI: parab=E9ns.

  Contudo, os artigos continham alguns erros factuais que conv=E9m que
sejam corrigidos, para que possam ultrapassar a vossa qualidade habitual
em futuras edi=E7=F5es.

 CORREC=C7=C3O #1, O Linux n=E3o =E9 o =FAnico componente de um sistema ope=
rativo,
uma pequena base hist=F3rica (muito por alto):

  A meados dos anos 80 o h=E1bito instituido de partilhar programas=20
entre programadores e utilizadores come=E7ou a ser abandonado. Os=20
programas passaram a ser monopolizado atrav=E9s de licenciamentos danosos=20
para os consumidores. Um grupo de programadores, descontente com o rumo
dos acontecimentos decidiu ent=E3o criar um  sistema completamente livre,=20
o sistema GNU.

  Come=E7aram por criar uma grande quantidade de ferramentas (compilador
da linguagem c, parsers, etc) e paralelamente um kernel (HURD) para o
sistema.
  Como n=E3o dispunham de recursos humanos suficientemente grandes e
capazes, o kernel hurd tem demorado muito a ser feito. Entretanto, em
in=EDcios da d=E9cada de 90, Linus Torvalds (CORREC=C7=C3O #2: =E9 Torvalds=
 e n=E3o
Torvald) apresentou ao mundo uma vers=E3o muito alfa de um kernel que se
veio a chamar Linux.

  Assim, com a associa=E7=E3o das ferramentas GNU ao kernel Linux, surgiu o
chamado sistema GNU/Linux.

  CORREC=C7=C3O #3: Linus desenvolveu um kernel (parte b=E1sica de um siste=
ma
operativo) e n=E3o um sistema operativo. Com um kernel apenas n=E3o se faz
nada, tal como com as ferramentas sem kernel para as executar n=E3o se faz
nada.

  CORREC=C7=C3O #4: Estudos de mercado realizados recentemente mostraram
que as diferentes distribui=E7=F5es de GNU/Linux t=EAm uma quota de cerca d=
e 20%
do mercado de servidores. Ora, como esta quota foi determinada para as
c=F3pias de cd's vendidos, como cada cd pode ser utilizado para instalar o
GNU/Linux em milhares de m=E1quinas e como na maior parte das vezes os cds =
de=20
instala=E7=E3o podem ser copiados atrav=E9s da internet, =E9 muito prov=E1v=
el que
a quota de servidores baseados no GNU/Linux seja muito maior que 20%. O=20
GNU/Linux n=E3o =E9, portanto, um conjunto de aplica=E7=F5es marginal. Alia=
s, a
t=EDtulo de exemplo, o RedHat 7.2 pode ser instalado em IA64. E o Windows
e as suas aplica=E7=F5es?

  CORREC=C7=C3O #5: 4=BA e 5=BA par=E1grafos (inicia em "Veja-se" e termina=
 em
"diante).".) do editorial.
     Aqui alega-se que h=E1 certos servi=E7os que n=E3o s=E3o necess=E1rios=
 no
GNU/Linux, e que essa implica=E7=E3o ter reflexos negativos.
     Estes dois par=E1grafos n=E3o fazem o menor sentido. Provavelmente
requisitos editoriais cortaram algumas palavras chave que explicariam o
que se pretende. Contudo, o facto de n=E3o necessitar ter certos servi=E7os
instalados n=E3o se reflecte negativamente mas sim positivamente. Para se t=
er
um servi=E7o de http (web server) n=E3o faz o menor sentido necessitar de
RPC ou de SMB (remote procedure calls e sharing de ficheiros). Optar por
n=E3o os instalar n=E3o s=F3 n=E3o tem reflexos negativos, como s=F3 tem re=
flexos
positivios (menos carga na m=E1quina, menos riscos de seguran=E7a, etc).
    A empresa onde trabalho tem provavelmente mais servidores com
GNU/Linux do que com Solaris ou HP-UX...

 CORREC=C7=C3O #6: a oferta de forma=E7=E3o em GNU/Linux reflecte neste mom=
ento
a sua procura. Se mais empresas quisessem formar mais quadros neste
sistema, a oferta de forma=E7=E3o imediatamente cresceria. =C9 preciso ver =
que
h=E1 que ter em conta que a maioria das empresas de forma=E7=E3o n=E3o quer
arriscar muito em =E1reas com procura baixa, e por isso n=E3o e frequente
ver forma=E7=E3o em GNU/Linux, mas h=E1 cada vez mais.

 CORREC=C7=C3O #7: a IBM (um enorme player) investiu mil milhoes de d=F3lar=
es
no GNU/Linux no ano passado. O investimento foi recuperado em menos de um a=
no.
O autor dessa iniciativa foi entao promovido a CEO. Sera que a IBM n=E3o =
=E9 um
player importante? Eu diria que sim... e a IBM at=E9 suporta o GNU/Linux no=
s
seus mainframes S/390.

 CORREC=C7=C3O #8: O acesso ao c=F3digo fonte =E9 uma condi=E7=E3o necess=
=E1ria, mas n=E3o suficiente
para que um determinado software seja considerado livre. Para que o
software seja considerado livre, h=E1 que respeitar quatro princ=EDpios:

   1. poder correr o software para qualquer prop=F3sito
   2. estudar o seu funcionamento e adapt=E1-lo =E0s suas necessidades (o a=
cesso
      ao c=F3digo fonte =E9 pr=E9-condi=E7=E3o)
   3. distribuir c=F3pias para ajudar os seus vizinhos
   4. distribuir c=F3pias melhoradas de forma a beneficiar toda a comunidad=
e (o
      acesso ao c=F3digo fonte =E9 pr=E9-condi=E7=E3o).
   Com estes 4 princ=EDpios, o software livre tem crescido e aumentado o se=
u
   desenvolvimento e assim atingindo o n=EDvel de maturidade que j=E1 tem d=
esde
   h=E1 algum tempo!!

 CORREC=C7=C3O #9: o leque de aplica=E7=F5es dispon=EDveis para GNU/Linux =
=E9 MUITO
 superior ao dispon=EDvel para MS Windows. Contudo, algumas aplica=E7=F3es
 (sobretudo ferramentas de office) est=E3o ainda em fases um tanto ou quant=
o
 iniciais de maturidade. Por=E9m, estas ferramentas n=E3o tiveram nem os d=
=F3lares da
Microsoft, nem o mesmo tempo de desenvovimento. O que leva muita gente
a fazer upgrades =E9 a incompatibilidade de formatos. E a incompatibilidade=
 de
formatos =E9 que impede a aceita=E7=E3o do GNU/Linux. Quanto a aplica=E7=F5=
es em
rede... ainda a Microsoft n=E3o tinha uma stack TCP/IP pr=F3pria, e j=E1 ha=
via
servidores GNU/Linux on-line.

 CORREC=C7=C3O #10: n=E3o se deve usar o termo c=F3digo aberto, este termo =
n=E3o
est=E1 definido em lado nenhum nem tem copyright sobre a sua defini=E7=E3o,=
 e
por isso qualquer um lhe pode dar a sua interpreta=E7=E3o subjectiva e
distorcer o significado que lhe queriam dar os seus inventores. Uma
prova disso =E9 o dito "c=F3digo aberto" (programa Shared Source) da
Microsoft, no qual uma empresa que olhe para o c=F3digo providenciado pela
Microsoft ficar=E1 imediatamente castrado nessa =E1rea cient=EDfica, ficand=
o
assim completamente impossibilitado de poder competir nessa =E1rea contra
a Microsoft. Isto =E9 extremamente mau para as empresas que adiram a estes
programas!!

 NOTA #1: o custo s=F3 por si do software tem um peso menor do que o que
se lhe atribui. Tenho de concordar com Rudolfo Oliveira da Microsoft.
Ser=E1 que a Microsoft providencia o seu software de forma a que os seus
clientes tenham os poderes que podem ter com os 4 princ=EDpios do software
livre? N=E3o. Pelo que se conclui que os clientes s=E3o muito mais respeita=
dos
pelos produtores de Software Livre do que pela Microsoft. Isso tem um peso
bastante grande!

Depois deste extenso email, apresento links onde pode obter mais
informa=E7=F5es:

  http://www.ansol.org (Associa=E7=E3o Nacional para o SOftware Livre)
  http://www.fsf.org (Funda=E7=E3o para o Software Livre)
  http://www.linux.org (site do kernel Linux)

Os melhores cumprimentos, Rui M. Seabra

--=20
+ No matter how much you do, you never do enough -- unknown
+ Whatever you do will be insignificant,
| but it is very important that you do it -- Ghandi
+ So let's do it...?

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Content-Description: This is a digitally signed message part

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Comment: For info see http://www.gnupg.org

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=3J6o
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