[ANSOL-geral]ASSOFT

Paulo Casanova paulo.casanova arroba link.pt
Thu, 20 Dec 2001 19:33:09 +0000


>>   A ideia do link é que serve para mostrar que, de facto, não há=
 custos 
>>envolvidos na instalação de um Linux...
>>
> Isso parece-me claro que a ASSOFT já o sabe perfeitamente. A minha id=
eia era
> mostrar-lhes que o software livre pode também ser um modelo de negoci=
o
> perfeitamente válido.


   Sim. Isso é muito importante. Assim como é importante mostrar que o 
Linux não é necessariamente só bom para informáticos e servidores. Eu 
trabalhei na APDP (Associação dos Diabéticos) e, apesar de tudo ser 
Windows e com Office, nos laboratórios introduzimos um Linux porque a 
Workstation tinha demasiado trabalho e o NT4 não se aguentava.

   Uma das maiores lutas que eu tenho hoje em dia com as pessoas do 
mundo informático em geral é demonstrar que o Linux, para além de 
excelente para servidor, é também muito bom para workstation... se 
apenas houvesse "replacement" para algum software que existe para 
windows :-(.


> Eu prefiro ter que pagar, mas ficar independente de qualquer software
> proprietário. No meu ver há que acabar com o software proprietári=
o. Já é
> possível hoje em dia viver sem software proprietário, mas se não =
tivermos
> cuidado e continuarmos a aceitar dependencias de software não-livre, =
cualquer
> dia podemos começar a perder a luta (já tentaste trabalhar com Java=
 Virtual
> Machines Livres; podem ser actualmente inferiores técnicamente, mas s=
e não as
> usarmos nunca mais vão melhorar).


   A diferença do teu argumento para o meu é que o teu é mais correcto 
do ponto de vista de longo prazo e de uma certa filosofia. O meu tem 
mais força em termos financeiros. Eu, nesta fase do campeonato, prefiro 
avançar com os argumentos financeiros porque têm mais força. É mais 
fácil convencer uma empresa a mudar Windows/Office para Linux/OpenOffice 
por ser custo 0 do que por uma questão de dependências de software 
não-livre que, se formos a ver bem, não conseguimos convencer as 
administrações das empresas de que é um problema (qual é o problema de 
dependermos de uma tecnologia de uma grande empresa como a Microsoft?).

   Para dar um exemplo concreto: na minha opinião, tem muito mais força 
avançar para soluções numa empresa com Apache/ Enterprise Java Beans/ 
PostgreSQL do que IIS/ COMs/ SQL Server por ser mais fiável, mais seguro 
e, sobretudo, MUITO mais barato. O dependermos da MS, a um nível 
comercial, não é minimamente importante, compreendes? É por isso que eu 
acho que não é muito boa ideia atacar por esse lado. Numa guerra (e, 
afinal, é disso que isto se trata) nem sempre se deve atacar pelo lado 
mais correcto mas sim por aquele que nos leva à vitória ;-).


> Isso é uma excelente notícia; a verdade que eu pensava que o OpenOf=
fice era
> apenas uma versão LGPL do StarOffice. Sendo assim, então a notíci=
a da
> Finlandia que enviou o Rui Miguel é uma muito boa notícia.


   A filosfia "base" actual do OpenOffice é a seguinte: O OpenOffice é 
LGPL, open-source com muita gente a trabalhar (parte ainda importante da 
Sun). A Sun, com o OpenOffice está a "pagar" para desenvolver SW open 
source. Apenas por curiosidade, a Sun esteve a explicar que, o $$ que 
poupam em licenças de MS Office chega e sobre para pagar pessoal para 
trabalhar no OpenOffice ;-).

   O StarOffice, actualmente, é SW da Sun, closed-source, baseado no 
OpenOffice. É essencialmente a mesma coisa com a diferença de que inclui 
alguns componentes proprietários (de outras empresas que a Sun licencia) 
- o mesmo que ela faz entre o Forte e o NetBeans - e é um "branch" feito 
a determinada altura em que não são desenvolvidas mais "features" e que 
é estabilizado. No fundo, com o StarOffice, a Sun garante mais 
estabilidade, suporte comercial e alguns componentes proprietários. O 
OpenOffice "é do povo".

   Espero ter esclarecido bem as coisas acerca do OpenOffice. Eu acho o 
OpenOffice muito importante porque 1) funciona muito bem em Windows e 
Linux, 2) É open-source, 3) É um excelente substituto para o Office (o 
primeiro que eu vejo como alternativa REAL). Alguns projectos como o 
KOffice são porreiros, podem ir longe mais ainda estão muito imaturos 
(pelo menos para competir com o MS Office). Eu não gosto muito de usar a 
MS como padrão mas a verdade é que é...

   E prontos ;-). Tenho dito... vou acabar por aqui senão duplico o 
volume da ANSOL...

Paulo